SOMOS INFELIZES PORQUE NÃO APRENDEMOS A VOTAR!

Faltava tão pouco para atingir esse sonho... Educação, Saúde e Segurança! Tão pouco, mas ao mesmo tempo impossível enquanto eles¹³ burocráticos se agarram nas Estatais, verdadeiros cabides de empregos e corrupções, nós... Vamos agüentando! - PRIVATIZAÇÕES? Hummm! Por enquanto jamais! Ensina o petismo esperto e oportunista: - é para a "companheirada!" - Bando de lesa pátria!

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Local: Belo Horizonte, MG, Brazil

Sou uma pessoa que não acredita mais numa parte do povo brasileiro, infelizmente essa parte escolheu Lula pela segunda vez consecutiva para governar o Brasil. Depois dos diversos escândalos promovidos pelo seu partido o PT e pelo eleito. Mentiram, fez-se vítima e enganou o povo muito mal informado sobre o primeiro mandato e, com seu discurso "mequetrefe" de "pai do povo", chegou onde queria! Nunca em toda minha vida pude presenciar sem fazer nada, tamanha desgraça que assolou o Brasil. Portanto, recuso-me a aceitar essa autoridade! Por muito menos Collor foi impedido!

05 junho 2006

VEJA ENTREVISTA GERALDO ALCKMIN

“Ainda não começou”
O candidato do PSDB à Presidência da República orgulha-se de ser um homem simples. Prefere um fim de semana em seu sítio em Pindamonhangaba (cidade no interior de São Paulo, onde nasceu) a uma temporada na Europa, carrega a própria maleta nas viagens e cultiva hábitos também simplíssimos de lazer: apreciador de best-sellers (o último livro que leu foi Quando Nietzsche Chorou), trocou recentemente as palavras cruzadas pelo sudoku, espécie de quebra-cabeça numérico com o qual se entretém, sistematicamente, todas as noites antes de dormir. Geraldo Alckmin, 53 anos, é também um otimista. Afirma que a campanha ainda não começou e que os petistas estão comemorando cedo demais os bons índices do presidente Lula nas pesquisas. Em entrevista a VEJA – dada a bordo do avião do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati –, Alckmin disse que, em caso de vitória, será duro com os sem-terra, acabará com a "besteira" da diplomacia Sul-Sul e não participará de acordos visando a proteger de investigação aliados ou parentes: "Comigo, não tem acordo".
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Veja – Desde o lançamento de sua pré-candidatura, a distância entre o senhor e o presidente Lula nas pesquisas aumentou de 16 para 21 pontos porcentuais. A que atribui isso?

Alckmin – As pessoas se impressionam muito com pesquisa. Pela série histórica, a situação não mudou. Estou tranqüilo: treino é treino, jogo é jogo. Jogo é 15 de agosto, que é quando começa o horário eleitoral.

Veja – Treinos também servem para identificar falhas. Quais o senhor detectou até agora na sua campanha?

Alckmin – A sintonia do time, eu diria que foi uma dificuldade. Mas é porque esta é uma fase de acomodação interna. Na hora em que começar a campanha, toda a energia da equipe vai se concentrar nela.

Veja – Essa teria sido a única falha?

Alckmin – Houve desafios. Mas falhas...

Veja – Posso lembrar algumas que vêm sendo comentadas?

Alckmin – Claro.

Veja – A aposta inicial no Nordeste, onde Lula tem 60%, por exemplo. Um investimento no Sul e Sudeste, Minas Gerais em particular, não teria sido mais proveitoso?

Alckmin – Isso foi uma falha parcial. Esses números do Lula no Nordeste são extremamente frágeis. Durarão o tempo que a informação demorar para chegar. Mas eu entendo que distribuir melhor as viagens é correto. Foi uma falha parcial.

Veja – Outra falha apontada com freqüência: a opção por um discurso genérico em detrimento de outro, focado na crise moral e ética que o país viveu no último ano. Essa não deveria ter sido desde o início a tônica da sua campanha?

Alckmin – Isso vai acontecer. Mas eu sou cauteloso. Política é convencimento. É ganhar confiança. É muito pouco eu ser o anti-Lula. Quero apresentar um projeto para o país centrado no crescimento. Claro que ao longo da campanha vai haver reparos. Agora, eu nunca vi ninguém ganhar eleição falando mal do outro.

Veja – Não me refiro a uma questão apenas estratégica, mas de princípios. O senhor acha possível postular o cargo de presidente da República sem abordar a crise ética do país?

Alckmin – Mas isso nós temos falado. Entendo que a população já está consciente. Eu ando nas ruas e sinto que o povo está indignado. Quando chegar a campanha eleitoral, isso vai explodir. Acho que nós vamos ter nessa campanha uma quantidade de trabalho voluntário impressionante. Eu sinto isso. É uma coisa ainda silenciosa, mas que vai explodir. A questão dos princípios e dos valores é essencial. Mesmo porque a lambança foi geral, não foi um caso isolado. Para onde você olha, há desvio de dinheiro público. Então, essa vai ser a campanha dos princípios e dos valores. É que ela ainda não começou.

Veja – Também se ouve dizer que sua campanha padece de amadorismo, que mais parece uma campanha para prefeito do que para presidente.

Alckmin – Quando concorri ao governo de São Paulo, foi a mesma coisa. Diziam que a campanha era pobre, que não tinha equipe, material. Esse é o meu jeito e eu não vou mudar. A minha campanha de deputado foi feita por mim e pela Lu (sua mulher, Lu Alckmin). Viajamos num Fiat 147 que ela dirigia porque eu não agüentava de cansaço. Os vícios de governo começam nas campanhas. Não é possível que não tenhamos aprendido nada com mensalão, valerioduto, caixa dois. Avião de carreira cansa um pouco mais, mas por que gastar sem necessidade?

Veja – Mas, depois do dia 5 de julho (início oficial da campanha), isso não vai mudar?

Alckmin – Vamos continuar com o mínimo necessário. Para ir a Brasília ou Rio de Janeiro, por exemplo, por que não usar avião de carreira? O pessoal fica estressado, ansioso. Eu dou risada. Outro dia, fui à Bahia. Estavam me esperando no aeroporto o ACM, o Paulo Souto, o Rodolpho Tourinho, o ACM Neto e o José Carlos Aleluia. O vôo atrasou e eu dei um chá-de-cadeira neles de duas horas! E não foi só isso. Quando me acompanharam no embarque de volta, o vôo estava novamente atrasado. Aí, eu apertei a mão do ACM e disse: "Bom, vamos nos despedir por aqui porque o embarque vai demorar". Ele: "Geraldo, candidato não fica sozinho em aeroporto". E ficaram todos lá, firmes, tomando mais chá-de-cadeira!

Veja – O senhor tem sido visto freqüentemente sozinho em aeroportos.

Alckmin – Mas eu não ligo para isso. Quando você anda com um séquito, afasta as pessoas, fica isolado.

Veja – O senhor não teme que esse tipo de economia prejudique sua campanha?

Alckmin – Bobagem. Outro dia, tinha de ir a Teresina. Saí de São Paulo às 10 da noite e cheguei a Salvador às 2 da manhã. A conexão para Fortaleza só iria sair em duas horas. O que eu fiz? Fiquei tomando café, dando autógrafos, tirando fotografia com as pessoas. Eu adoro isso. Cheguei a Fortaleza às 4h45 e o avião do Tasso já estava me esperando lá, piloto a postos, tudo certo. Antes das 6 da manhã, eu estava em Teresina.

Veja – Demorou oito horas, portanto.

Alckmin – É. Mais ou menos isso.

Veja – O presidente Lula tem sido, até agora, um adversário honesto?

Alckmin – O governo Lula e o PT são abusados. Toda essa publicidade, AeroLula para cá e para lá... O abuso é flagrante. Mas eu acredito que nós vamos ter uma participação muito firme do Poder Judiciário nessas eleições para coibir isso. E, depois, quando começar a campanha, fica proibida a publicidade. O tempo tem de ser igual e, aí, você sai do monólogo para o debate.

Veja – No mês passado, a Bolívia tomou a Petrobras e invadiu as instalações da empresa com seu Exército. Como o senhor teria reagido ao episódio se fosse presidente?

Alckmin – Eu teria, de cara, feito uma reprovação duríssima à atitude da Bolívia. O governo Lula foi submisso e dúbio. Colocou interesses ideológicos à frente do interesse nacional. Reprovação imediata. Não aceito rompimento de contrato. Isso é ruim para as pessoas, porque quem vai acabar pagando a conta será o povo, já que o que eles querem é aumentar o preço do gás. É ruim para a América Latina, porque cria uma insegurança jurídica que espanta novos investimentos.

Veja – Em 2005, descobriu-se que a empresa do filho do presidente Lula, Lulinha, recebeu um investimento de 5,2 milhões de reais da Telemar, que tem dinheiro público em seu capital. O que o senhor teria feito no lugar do presidente?

Alckmin – Numa república, todos estão sujeitos à lei. Outro dia, eu ouvi de alguém: "Olha, não se fala da esposa do fulano". Para mim, não. Comigo, não tem acordo. Tem de investigar, investigar todo mundo.

Veja – No caso de Lulinha, não se trata propriamente de uma ilegalidade, mas de um problema ético.

Alckmin – Da mesma forma que o governo do PT não faz uma separação nítida entre partido e governo – aparelharam o Estado, criaram doze ministérios para acomodar petistas derrotados em eleições passadas –, ele também não separa o público do privado. Eu não posso dizer o que faria nessa situação, porque acho que essa situação não chegaria a ter acontecido comigo.

Veja – Sua mulher, Lu Alckmin, aceitou vestidos doados por um estilista. O que o senhor achou disso?

Alckmin – A Maria Lúcia é a melhor parte da minha família. Eu fui um pai mais ausente do que presente. Então, ela foi pai e mãe dos nossos filhos. Depois, trabalha comigo desde que nós nos casamos, há 27 anos. Faz agenda, a parte burocrática. No governo do estado, sempre trabalhou voluntariamente. Nunca foi nomeada para nada e nunca recebeu um centavo. Nesse caso dos vestidos, ela ganhou, sim. Usou e doou a entidades – o que ajudou muita gente. Mas, mesmo tendo ajudado entidades e mesmo não tendo causado ônus para o estado, considero que houve um erro. Como, para mim, vida pública tem de ser absolutamente transparente, acho que nós não temos de reclamar da cobrança. Essa é a lógica do espírito republicano, tem de ser assim.

Veja – O que o senhor disse a ela quando surgiu a notícia?

Alckmin – Quando fui prefeito, tinha um jornal que vez ou outra me hostilizava. Meu pai um dia me viu um pouco chateado e falou: "Lembre-se do que dizia Santo Agostinho: prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam, porque me corrompem". Então, se a crítica é correta, corrija. Foi isso o que eu disse a ela.

Veja – O MST promoveu, no primeiro trimestre deste ano, o maior número de invasões dos últimos seis anos. Como o senhor lidaria com o movimento, na Presidência?

Alckmin – Esse é um caso típico de leniência do presidente Lula. A reforma agrária não anda e, ao mesmo tempo, você tem invasão de propriedades com setores do governo justificando a invasão. Outro dia, o presidente Lula foi inaugurar as Casas Bahia, em São Bernardo do Campo. Eu achei até engraçado. Porque aquele terreno onde estão as Casas Bahia foi invadido pelo MST em 2003. O advogado dos invasores era o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, e o PT inteiro foi lá apoiar a invasão, que resultou, inclusive, na morte de um fotógrafo. Mais tarde, nós reintegramos o terreno, sem nenhum incidente, e fez-se um investimento no local que gerou 1 100 empregos. Em abril, o Lula foi lá inaugurar! Se dependesse do PT, aquilo seria um acampamento até hoje. Quer dizer, é uma enorme de uma, me perdoe a deselegância, cara-de-pau da parte dele.

Veja – Como o senhor lidaria com as invasões?

Alckmin – Não existe solução mágica. O país tem de crescer, tem de fazer reformas, tem de gerar empregos...

Veja – Mas, enquanto o país não cresce, o que o senhor faria com os sem-terra?

Alckmin – Nós vamos trabalhar primeiro para fazer a reforma agrária. Agora, invasão, não.

Veja – Para quem invadir, o que acontece?

Alckmin – Invadiu, vai desinvadir. A lei é para todos, e invadir propriedade alheia é crime.

Veja – O PT tem priorizado, na política externa, o que chama de relação Sul-Sul, o comércio com países pobres. O que o senhor acha dessa opção?

Alckmin – Eu acho uma besteira. É uma visão ideológica totalmente ultrapassada. Não há razão para você diminuir o mundo para as nossas empresas. Cada milhão de dólares que você exporta gera 60.000, 70.000 empregos no Brasil. Nós precisamos ter uma política externa muito mais ambiciosa, precisamos conquistar mercado e acelerar os acordos comerciais bilaterais. Num cenário internacional tão bom, é inconcebível que o governo aja de maneira quase covarde.

Veja – Um assessor seu contou que, diariamente, o senhor extrai de um livrinho frases para nortear seu dia.

Alckmin – Eu vario muito de livro. Andava com um que se chamava 30 Dias com Mahatma Gandhi. Tinha uma folha para cada dia do mês, cada uma com duas reflexões: uma para ler de manhã e outra para encerrar o dia. Minha irmã, todos os anos, me manda a Folhinha Salesiana, do Sagrado Coração de Maria. Você pendura na parede, destaca todo dia uma página e põe no bolso. Tem sempre uma frase bíblica e outra humanista para provocar a reflexão.

Veja – Haviam dito que o livro que o senhor usava era Caminho (de Josemaría Escrivá de Balaguer, fundador da Opus Dei).

Alckmin – Esse eu tenho também, ganhei do meu pai. Mas ultimamente não tenho lido, não.

Veja – Por que o senhor acredita que irá para o segundo turno com Lula?

Alckmin – O presidente Lula esteve em todas as eleições para presidente nos últimos vinte anos – vai disputar agora sua quinta eleição. Ele tem um enorme recall (fixação do nome na memória dos entrevistados devido à intensa exposição anterior). Só que é recall, não é intenção de voto. Tem petistas por aí de salto 15, criando uma expectativa grande. Psicologicamente, Lula irá para o segundo turno derrotado. Podem ter certeza. O embate começará no dia 5 de julho. E eu começarei esse dia às 5 da manhã.