GOVERNO PERDULÁRIO
08.06, 11h05
Blog do Josias de Souza
Levantamento realizado por especialistas ligados ao PSDB estima que o governo Lula gastou uma média de R$ 5 milhões por dia em publicidade nos primeiros quatro meses do ano de 2006. A suspeita baseia-se em dados recolhidos no mercado publicitário. Incluem desembolsos da administração direta e das estatais.
Foi inspirado nesse levantamento que o PSDB e o PFL protocolaram no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma ação para que o governo informe, em caráter oficial, o montante dos seus desembolsos com publicidade. E o candidato tucano Geraldo Alckmin vem incluindo em seus ataques a Lula a suposta farra publicitária do governo.
Uma das medições utilizadas pelos técnicos a serviço do tucanato foi o Ibope Monitor. Trata-se de um estudo realizado mensalmente pelo Ibope. É vendido para agências de publicidade e empresas interessadas em acompanhar os movimentos do mercado publicitário.
O levantamento indica que, entre janeiro e abril, o governo federal gastou cerca de R$ 350 milhões em publicidade veiculada em âmbito nacional. O que equivale a um gasto diário de R$ 2,9 milhões. A essa cifra acrescentou-se uma estimativa dos gastos com a propaganda de alcance regional, que não é plenamente captada pelo Ibope Monitor.
De acordo com a aferição do PSDB, o governo teria feito uma rodada de propaganda regional no início do ano, abrangendo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país. Depois, teria realizado uma nova rodada, dessa vez em Estados da região Nordeste, onde Lula exibe o seu mais vistoso potencial eleitoral, com índices de intenção de voto em torno de 70%.
Parte dos gastos em mídia regional foi usada para propagandear feitos do governo por meio de outdoors. Só em São Paulo, há cerca de 15 mil placas do gênero. Para que uma campanha seja considerada bem-sucedida, é necessário cobrir pelo menos 150 outdoors. Por uma exibição de 15 dias, cada placa custa entre R$ 1.200 e R$ 1.500.
Ou seja, uma campanha de quinzenal nos outdoors da praça de São Paulo sairia por, pelo menos R$ 180 mil. E a mensal, R$ 360 mil. Para chegar à média diária de R$ 5 milhões, fez-se uma projeção nos gastos com outdoors e outros tipos de mídia nos demais Estados.
A suspeita do PSDB, compartilhada pelo PFL, é a de que a propaganda oficial esteja ajudando a tonificar os índices de intenção de voto em Lula. A requisição feita ao TSE visa caracterizar os gastos oficiais em publicidade como propaganda eleitoral disfarçada.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República faz segredo dos “investimentos” em propaganda da administração direta e das estatais. Ouvido pelo blog, um assessor de Lula disse que as alegações do tucanato não passam de desespero do adversário, que tenta justificar, por meio de acusações descabidas, o desempenho pífio de Geraldo Alckmin nas pesquisas de opinião.
Faz sentido. Mas o contribuinte brasileiro ganharia se o governo abrisse o seu borderô de gastos com publicidade. Tenham ou não um caráter eleitoral, são feitos com dinheiro público. E o pagador de tributos tem o direito de saber como o seu dinheiro está sendo aplicado.
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