SOMOS INFELIZES PORQUE NÃO APRENDEMOS A VOTAR!

Faltava tão pouco para atingir esse sonho... Educação, Saúde e Segurança! Tão pouco, mas ao mesmo tempo impossível enquanto eles¹³ burocráticos se agarram nas Estatais, verdadeiros cabides de empregos e corrupções, nós... Vamos agüentando! - PRIVATIZAÇÕES? Hummm! Por enquanto jamais! Ensina o petismo esperto e oportunista: - é para a "companheirada!" - Bando de lesa pátria!

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Sou uma pessoa que não acredita mais numa parte do povo brasileiro, infelizmente essa parte escolheu Lula pela segunda vez consecutiva para governar o Brasil. Depois dos diversos escândalos promovidos pelo seu partido o PT e pelo eleito. Mentiram, fez-se vítima e enganou o povo muito mal informado sobre o primeiro mandato e, com seu discurso "mequetrefe" de "pai do povo", chegou onde queria! Nunca em toda minha vida pude presenciar sem fazer nada, tamanha desgraça que assolou o Brasil. Portanto, recuso-me a aceitar essa autoridade! Por muito menos Collor foi impedido!

08 agosto 2006

O COMPOM, O FED E A INFLAÇÃO

Luiz Carlos Mendonça de Barros
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Ben Bernanke vê como responsabilidade de um BC considerar na sua atuação o crescimento econômico
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NA ÚLTIMA quarta feira, tivemos uma coincidência histórica que não posso deixar de comentar neste meu espaço semanal. Enquanto em Brasília era realizada mais uma reunião do Copom, em Washington o novo presidente do Fed prestava contas de seu trabalho ao Congresso americano. Em ambos os encontros, houve debates a respeito da forma de atuação de um banco central em sua tarefa de manter os preços da economia em estabilidade. E claramente podemos sentir a divisão que existe entre os dois grupos que polarizam o pensamento econômico de hoje.
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Os membros do primeiro grupo são chamados de "falcões", no exterior, e de "monetaristas", aqui no Brasil. Já o outro grupo inclui as "pombas" e, por aqui, os "desenvolvimentistas", conforme classificação da imprensa especializada. Embora todos concordem com a necessidade de manter a inflação estável no longo prazo, a forma como deve atuar a autoridade monetária para atingir seu objetivo pode às vezes diferir fundamentalmente em um caso e outro. Vou tomar o debate de hoje nos Estados Unidos entre esses dois grupos para chegar, posteriormente, ao caso brasileiro.
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Muitos no mercado insistiram em classificar o novo presidente do Fed como "pombo", em razão de seu importante trabalho acadêmico (em 2002) a respeito da forma de condução da política monetária em momentos em que o desafio é enfrentar a deflação de preços, não a inflação.
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Naquele momento, havia um temor, que depois se mostrou injustificado, de que poderia haver deflação nos EUA, com conseqüências danosas para o país. A partir daí, Ben Bernanke ficou, para alguns, carimbado como frouxo no combate à inflação, um pombo. Essa é uma visão errada, pois, na verdade, Bernanke mostrou naquela ocasião (e continua mostrando desde que assumiu o comando do Fed) que procura olhar a formação de preços na economia como o resultado do equilíbrio dinâmico entre oferta e procura nos mercados de bens e serviços e no mercado de trabalho, principal canal de transmissão de pressões inflacionárias em situações de aquecimento da economia.
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Outra característica sua é a compreensão de que é responsabilidade de um banco central levar em consideração na sua atuação a questão do crescimento econômico.
Isto é, o banco central deve procurar calibrar sua política de juros de forma a evitar custos desnecessários em relação ao crescimento econômico, levando em conta as conseqüências de sua atuação passada. Foram essas preocupações que marcaram as palavras do presidente do Fed aos congressistas americanos, nesta última quarta, ao reconhecer que a elevação dos juros nos últimos 18 meses já colocou a maior economia do mundo em rota de um crescimento menor, que deve reduzir ao longo do tempo as pressões inflacionárias.
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Essa posição de Bernanke exige uma dose enorme de coragem e de competência, pois durante os próximos meses os números de inflação -e ele sabe disso- ainda serão elevados. Há uma boa dose de previsão aí, pois a reação do mercado de trabalho ao desaquecimento da economia é lenta, ou seja, ainda levará algum tempo para que as empresas ajustem suas folhas de pagamento ao nível mais reduzido da atividade econômica resultante das ações passadas do Fed. Aí entram os "falcões", que, ao longo desse período de ajuste, vão denunciar a leniência do Fed no combate à inflação e dizer que os juros deveriam ter subido mais.
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Se fosse seguir os falcões, o Fed deveria guiar-se apenas pelos índices de inflação e continuar subindo os juros por mais algum tempo. Com certeza reduziria a inflação, mas certamente criaria uma recessão no início de 2007, o que seria uma perda desnecessária de crescimento. A julgar pelas palavras de Bernanke, as decisões do Fed seguirão uma leitura mais profunda sobre a dinâmica da inflação e um senso de responsabilidade com o nível de bem-estar do cidadão americano.
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No Brasil, temos os nossos falcões sempre prontos a recomendar juros mais altos como remédio salvador. Muitos dos classificados como desenvolvimentistas são considerados lenientes com a inflação. Errado. Tal como no caso de Bernanke, trata-se de analisar o contexto dinâmico da inflação, as conseqüências das decisões do BC para a economia e a qualidade da política econômica como um todo integrado. Trata-se, sobretudo, de não perder de vista o bem-estar da população brasileira.
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LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS , 63, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo FHC).@ - lcmb2 terra.com.br