Lula chama PDT e PV para compor a sua 'coalizão'
O presidente do PDT, Carlos Lupi, já foi contatado. Recebeu nesta sexta um telefonema do ministro Tarso Genro (Relações Institucionais). O ministro deixou claro que falava em nome de Lula. Explicou que o presidente costura uma “coalizão partidária de centro-esquerda” e gostaria de contar com a “colaboração” do PDT.
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Lupi mostrou-se aberto à conversa. Informou ao ministro que levará ao Planalto outros membros da direção do partido. Genro disse que discaria na próxima segunda-feira para confirmar a data do encontro com Lula. Em princípio, disse o ministro, será entre 27 e 28 deste mês.
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Tarso Genro telefonou também para o presidente do PV, José Luiz Pena. No Planalto, informa-se que, a exemplo de Lupi, Pena também topou encontrar-se com Lula para discutir a “coalizão.” O blog ainda não conseguiu ouvir o presidente do PV.
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No caso do PDT, a julgar pelo que disse o presidente da legenda ao blog, a hipótese de que venha a integrar a coalizão de Lula não é desprezível. “Não vejo como algo improvável”, disse Carlos Lupi. “É um segundo mandato, um outro momento. O presidente Lula foi legitimado por 60% dos votos do povo brasileiro. Não podemos querer ser donos da verdade, saber mais que o povo.”
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Lupi afirma que, entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial, Lula assinou um documento comprometendo-se com pontos da plataforma do PDT. Por exemplo: não eliminar direitos trabalhistas, não privatizar mais nenhuma empresa pública e introduzir paulatinamente no país a escola de tempo integral. “Se esse compromisso for para valer, fica mais fácil de o entendimento caminhar.”
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E quanto à possibilidade de o PDT ocupar cargos no governo? “Vai depender muito mais do que o presidente Lula vai nos propor. Ao vitorioso compete as iniciativas. A gente não está discutindo se o partido vai ter este ou aquele lugar. Queremos saber qual é a área que o presidente gostaria de ter como contribuição e o partido verá com responsabilidade. Não será definido nessa reunião. Nós sempre debatemos isso internamente ainda de tomar qualquer deliberação.”
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O PDT participou da eleição presidencial com a candidatura do senador Cristovam Buarque (DF). Ficou em quarto lugar, atrás de Heloisa Helena (AL), do PSOL. Cristovam foi, ao longo de toda a campanha, um crítico feroz da gestão Lula.
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O presidenciável do PDT malhou o mensalão e na reta final, depois da explosão do dossiêgate, insinuou que o eleitor de Lula poderia estar votando, em verdade, no vice-presidente José Alencar. Cristovam pichou também o formato do Bolsa Família. O programa carece, segundo ele, de condicionalidades educacionais. No segundo turno, o senador, que é ex-ministro da Educação de Lula, votou no tucano Geraldo Alckmin.
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Segundo Lupi, Cristovam não vai integrar a comitiva que irá ao encontro com Lula. Argumentou que p senador não integra a Executiva do partido. Daí a ausência.
Escrito por Josias de Souza às 15h53
Fui eleito com discurso de independência. Já fiz um pacto com os meus eleitores. Aprovo aquilo que eu achar correto. E continuo combatendo o que acho equivocado. Dentro desse quadro, não há nenhuma necessidade de se entender com o governo, a não ser caso a caso.
É lógico. Estou pronto a debater as coisas boas assim que elas apareçam. Mas foto-oportunidade não creio que seja o caso.
O PV pode ser atraído pelo governo nesse momento de lua-de-mel. Quando as coisas ficaram difíceis, o partido abandonou o governo. De certa maneira, incorporou o meu discurso de oposição. Passada a eleição, volta a lua-de-mel com o governo. A visão que passa é de um certo oportunismo.
Fizemos uma reunião anterior, para discutir a hipótese de fusão com o PSC, que foi rejeitada. Houve uma discussão sobre participar ou não do governo. Mas ela apenas se esboçou. Não foi concluída. Eu disse o que penso. O Juca Ferreira [secretário-executivo do Ministério da Cultura], que está no governo, apresentou a posição dele. E nós ficamos de continuar conversando sobre isso.
O Gil é do PV. Mas eu entendo que o acordo que houve entre ele e o governo é pessoal, não partidário. O Gil é um ministro do Lula, não do PV.
É uma questão delicada. O apelo do governo tem muita força. O que posso dizer é que eu continuarei no meu caminho.
Se o partido escolher essa trajetória, vai ter que ser responsável por ela. Eu continuarei fazendo o meu trabalho. Vou me basear no que entendendo ser o programa e o caminho do PV e vou continuar me expressando com toda liberdade.
Não me preocupo com nada. Nem mesmo em ter ou não legenda. Voltei ao PV porque, num dado momento, o partido tinha que ter seis deputados e faltava um. Posso continuar como deputado independente, defendendo o que considero ser o programa do PV.
Não vou sair do partido. Vou me tornar um deputado independente. independente. Vou atuar independentemente do partido.
É isso (risos).
1 Comments:
Palavras... palavras... palavras...
Vamos dar tempo ao tempo.
Somos gatos escaldados.
(Bianca)
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