SOMOS INFELIZES PORQUE NÃO APRENDEMOS A VOTAR!

Faltava tão pouco para atingir esse sonho... Educação, Saúde e Segurança! Tão pouco, mas ao mesmo tempo impossível enquanto eles¹³ burocráticos se agarram nas Estatais, verdadeiros cabides de empregos e corrupções, nós... Vamos agüentando! - PRIVATIZAÇÕES? Hummm! Por enquanto jamais! Ensina o petismo esperto e oportunista: - é para a "companheirada!" - Bando de lesa pátria!

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Sou uma pessoa que não acredita mais numa parte do povo brasileiro, infelizmente essa parte escolheu Lula pela segunda vez consecutiva para governar o Brasil. Depois dos diversos escândalos promovidos pelo seu partido o PT e pelo eleito. Mentiram, fez-se vítima e enganou o povo muito mal informado sobre o primeiro mandato e, com seu discurso "mequetrefe" de "pai do povo", chegou onde queria! Nunca em toda minha vida pude presenciar sem fazer nada, tamanha desgraça que assolou o Brasil. Portanto, recuso-me a aceitar essa autoridade! Por muito menos Collor foi impedido!

09 dezembro 2006

Complexidade e caos


Entre a balbúrdia nos aeroportos e o terror do PCC, haverá algo em comum? E entre o poder alternativo do narcotráfico nos morros cariocas e as rodovias que se derretem em lodo a cada aguaceiro? Ou entre o apagão elétrico e o mensalão, a volta dos piratas do século 16 ao porto de Santos e o engarrafamento quase permanente das marginais, entre as quadrilhas organizadas de assaltantes de caminhão e a incapacidade de crescer a 5% sem recair na inflação?
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Em aparência disparatados, os fenômenos acima e outros fáceis de imaginar são todos manifestações do fracasso em lidar com a complexidade. Distraídos com a discussão sobre os índices de crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez mais complexas.
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Quando dizemos que os suíços ou suecos são desenvolvidos, o que temos em mente não é apenas que eles são mais ricos do que nós. O que está subentendido é que também sabem gerir melhor os trens e as escolas primárias, as florestas e os hospitais, as universidades e as penitenciárias, os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser desenvolvido é uma totalidade.
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No Brasil, temos ilhas de excelência: o Departamento do Tesouro, a Embrapa, o Itamaraty, algumas outras que não me ocorrem. Mas estão afogadas em oceano de incompetência, em certos pontos com profundidades abissais. As demandas de exigência crescente de uma sociedade dinâmica são atendidas pelas ilhas de eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da inépcia.
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É o que se vê com a aviação civil. Quando a Varig estava à beira do fim, dizia-se que sua ruína mergulharia em crise o transporte aéreo. Hoje, a empresa praticamente acabou, mas as outras companhias privadas tomaram-lhe o lugar sem grandes traumas. O que efetivamente provocou a desordem foi o setor público, incapaz de expandir os serviços de controladores à medida que aumentavam os vôos. Não se deve idealizar a empresa privada, mas a verdade é que, graças ao darwinismo da concorrência, algumas delas passaram no teste definitivo: internacionalizaram-se e competem com êxito em mercados difíceis.
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O tamanho, a lei dos grandes números são fatores que exacerbam o desafio da complexidade, sobretudo quando a velocidade do aumento da população e o inchaço desmesurado das metrópoles multiplicam o efeito da dimensão. Meu professor de geografia, Fábio Macedo Soares Guimarães, dizia que éramos incompetentes para administrar qualquer cidade que ultrapassava 500 mil habitantes. A mesma idéia estava contida no conceito de ‘‘monster-countries’’, países-monstros, de George Kennan: a combinação de territórios continentais com populações descomunais. Nem sempre é vantagem ser ‘‘gigante pela própria natureza’’.
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Em Nova York, Nova Orleans e Paris, houve episódios em que a vida urbana quase sofreu colapso, às vezes com saques generalizados, por culpa dos apagões, do furacão Katrina ou dos motins da periferia. Até agora, em São Paulo, tivemos a sorte de escapar de um desastre natural ou humano que pusesse à prova, de modo simultâneo, o conjunto de nossos sistemas viários e de segurança, todos em desmoronamento devido a anos seguidos de subinvestimento e obsolescência.
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São esses os desafios de segurança do nosso tempo, não as fantasiosas hipóteses de invasões estrangeiras com que os Estados-maiores se preparam para voltar a combater as guerras do passado. O despreparo felizmente tem cura: a criação de instituições e educação capazes de nos ajudar a administrar sociedade complexa. Com escolaridade média inferior à educação primária em países avançados, os setores dirigentes brasileiros serão sempre derrotados pela complexidade.
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Não se trata de elitismo. A intuição, a inteligência natural podem permitir ao não-instruído ser político astuto ou empresário de sucesso. Problemas complexos, porém, exigem conhecimento técnico, informações especializadas, e isso só se obtém pela educação de qualidade. Ou melhoramos as instituições e a educação a fim de decifrar a complexidade ou seremos devorados pelo caos.
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Rubens Ricupero
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Recebido por e-mail pela amiga Dilly no Orkut