“Essa história apregoada que diz da necessidade de coalizão de partidos para garantir a GOVERNABILIDADE é um golpe contra a Nação. A governabilidade construída a qualquer custo é mal intencionada e custará muito caro ao Brasil”.
. Neste final de legislatura, ao se fazer uma análise do comportamento do governo e de sua base parlamentar no Congresso Nacional em confronto com a oposição, pode-se afirmar, sem sofismas, que ambos, em seus campos de atuação, cometeram erros gigantescos, fatais e imperdoáveis.
.Além do desmoronamento ético e moral que o fez submergir em profundo lamaçal, e da paralisia ou mesmo do retrocesso em que submeteu o País ante os fatores positivos ocorridos ao redor do mundo, o governo Lula da Silva e sua base parlamentar se caracterizaram pela tibieza ao não promoverem as reformas estruturais indispensáveis, negando-se ao Brasil os instrumentos necessários ao seu desenvolvimento.
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Pelas nossas potencialidades, o País já poderia estar navegando na proa, à frente dos países de economia emergente e em rumo ao bloco das economias mais sólidas do planeta. Mas o que se vê é um governo pecaminoso e atabalhoado com inúmeros malfeitores e aprendizes a transformarem o Brasil num lamaceiro e num laboratório de experiências mal sucedidas, cujas vítimas e cobaias somos todos nós brasileiros.
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E à oposição o que se pode debitar de tão grave? – Exatamente a permissão que ela conferiu ao governo e à sua base parlamentar para que cometessem todos esses crimes de lesa-pátria. À oposição competia não dar tréguas ao desgoverno que se praticava em escala evolutiva surpreendente. Não poderia ser vacilante e complacente. Era dever da oposição ir às ruas mobilizar o povo para dizer um basta à corrupção, basta ao desemprego, chega de enriquecer os banqueiros. Fizemos isto em Aracaju em abril de 2004, logo após o primeiro grande escândalo patrocinado por Waldomiro Diniz/Zé Dirceu e quando vimos a taxa de desemprego acima dos 12%. O ato público reuniu mais de dez mil pessoas que se motivaram pelo senso da decência, do amor próprio e do amor ao País. Mas a oposição foi complacente e não quis percorrer esse caminho. Fraquejou no exato momento em que deveria mobilizar a sociedade a exigir o impeachment do presidente pelas razões mais do que suficientes e já conhecidas por todos, livrando o País desse percurso funesto.
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Agora que está para se iniciar uma nova legislatura e um novo mandato, embora de um mesmo governo, o ideal será que ambos não cometam os mesmos desatinos. Mas, pelo visto, o segundo mandato não será diferente do primeiro, enquanto que a oposição começa a dar sinais de dissonância e a tropeçar diante de sua postura hesitante. Caso isso ocorra, será a derrocada total.
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Essa história apregoada que diz da necessidade de coalizão de partidos para garantir a GOVERNABILIDADE é um golpe contra a Nação. A governabilidade construída a qualquer custo é mal intencionada e custará muito caro ao Brasil. Ela será debitada na conta do povo que pagará através de impostos cada vez mais escorchantes, ou através do cerceamento de suas liberdades democráticas, o que é bem mais grave.
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Governabilidade ou coalizão com esse governo é palavreado. É coisa feia. É astúcia. É algo pecaminoso. É sinônimo de cooptação para qualquer serventia de interesse do governo. É o mesmo que o silêncio comprometedor diante de práticas iníquas. É a lei do “é dando que se recebe” e, nesses casos, quando os políticos constroem unanimidades, ao povo restará somente o dever de pagar a conta.
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Aprendi que governabilidade se adquire quando o governo se apresenta com boas intenções e com projetos que atendam aos anseios da sociedade. Quando assim acontece, a maioria no parlamento se fará presente para aprová-los, sem custo para o erário através de “mensalões” como foi a prática desse governo.
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Sorte do povo cujo governo precise prestar contas diariamente e construir maiorias na base da discussão e do convencimento. Triste do povo cujo governo tenha unanimidade que lhe dê o direito de não dar satisfação dos seus atos.
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Por isso, nós que fazemos a oposição não podemos tergiversar. O papel de quem não teve os votos suficientes para ser governo é se perfilar na trincheira da oposição e cumprir dignamente o honroso mister que o povo lhe delegou. Esta será a minha tarefa. Desejo e espero que seja de muitos.
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