SOMOS INFELIZES PORQUE NÃO APRENDEMOS A VOTAR!

Faltava tão pouco para atingir esse sonho... Educação, Saúde e Segurança! Tão pouco, mas ao mesmo tempo impossível enquanto eles¹³ burocráticos se agarram nas Estatais, verdadeiros cabides de empregos e corrupções, nós... Vamos agüentando! - PRIVATIZAÇÕES? Hummm! Por enquanto jamais! Ensina o petismo esperto e oportunista: - é para a "companheirada!" - Bando de lesa pátria!

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Local: Belo Horizonte, MG, Brazil

Sou uma pessoa que não acredita mais numa parte do povo brasileiro, infelizmente essa parte escolheu Lula pela segunda vez consecutiva para governar o Brasil. Depois dos diversos escândalos promovidos pelo seu partido o PT e pelo eleito. Mentiram, fez-se vítima e enganou o povo muito mal informado sobre o primeiro mandato e, com seu discurso "mequetrefe" de "pai do povo", chegou onde queria! Nunca em toda minha vida pude presenciar sem fazer nada, tamanha desgraça que assolou o Brasil. Portanto, recuso-me a aceitar essa autoridade! Por muito menos Collor foi impedido!

30 junho 2007

Grupo de Renan pratica "golpe"



O PSDB vai reunir a bancada na terça-feira para discutir se pede a renúncia do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e vai endurecer sua posição sobre o Conselho de Ética. Sérgio Guerra (PSDB-PE) qualificou ontem de "golpe" as manobras feitas pelo grupo de Renan no colegiado para bloquear a investigação contra ele. "A cada trapalhada, fica mais difícil a posição do presidente do Senado", afirmou. "Não aceitaremos o golpe. O Senado não pode ficar de olhos e ouvidos tapados."
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Para o senador Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, "Renan está desmoralizando" o Conselho de Ética e o Senado. "Ele passou dos limites e está agindo da forma mais rasteira possível." Na nota que chama a reunião de terça-feira, o líder da bancada, Arthur Virgílio (AM), diz que "o quadro se agrava" e, se houvesse mesmo intenção de fazer o processo andar, os peemedebistas se afastariam da presidência e da relatoria do conselho.
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A iniciativa do PSDB segue a linha do DEM e mostra uma reação às tentativas do PMDB de impedir a investigação contra Renan. Os tucanos, que mantinham certa neutralidade, estão irritados com as ações para obstruir os trabalhos do Conselho de Ética. A última foi a decisão do presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), de "desconvidar" Renato Casagrande (PSB-ES) para o cargo de relator.
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Virgílio disse que na reunião o PSDB vai tomar "posição, de forma madura, pensada e definitiva, à altura exigida pela situação, a fim de manter preservadas as instituições Senado e Congresso". Guerra vê o Senado dividido entre os que querem investigar as denúncias e os que estão interessados em obstruir os trabalhos, mesmo à custa da credibilidade do conselho. Para ele, foi o próprio Renan que vetou as candidaturas de Arthur Virgilio e Aloizio Mercadante (PT-SP) para a presidência e a relatoria do conselho.
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Em São Paulo, mais senadores engrossaram as críticas, ao participar de um seminário sobre crescimento econômico. José Agripino Maia (DEM-RN) nem esperou a conclusão das exposições para levantar o assunto. "Está claro ao País que o presidente do Senado está operando, pelos meios de que dispõe, o Conselho de Ética. Está passando à sociedade o pior dos exemplos", disse, ainda na mesa de debates. Ele também classificou de "lamentável" a visita de Renan ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que resultou em "manifestações de agrado e convivência com tudo o que está sendo denunciado".
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Heráclito Fortes (DEM-PI), que é do conselho, caracterizou como "palhaçada" Casagrande ter sido desconvidado para a relatoria. "É uma palhaçada. Lamentável, mas uma palhaçada. Não se faz isso. Está se brincando com uma coisa séria."
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Estadão
30.06, 12h36

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29 junho 2007

Entrevista com Jorge Serrão



Entrevista concedida por Jorge Serrão à Comunidade do orkut "Política & Polêmica"!
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Pergunta
A meu ver, Lula foi uma engenhosa invenção da 'direita', que, dissimulando desenvolvimento de uma 'esquerda' nacional, viabilizou -sem alarde- investimentos ainda mais lucrativos do capital estrangeiro no Brasil. Com este simulacro, desviou a atenção de opositores ao neoliberalismo então emergente, focando-a para a hipotética emancipação dos trabalhadores, através do que viria ser um 'partido de trabalhadores', o hoje Partido dos Trabalhadores.Ao menos em tese, você acredita na possibilidade de tal manobra?
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Jorge Serrão
Primeiro, Boa noite de novo. Vestindo minha fantasia de Batman, respondo que sua suspeita procede. Na verdade, a oligarquia financeira transnacional, que manda no mundo, fabrica o dirigente que deseja para gerenciar o Brasil. Assim, somos mantidos artificialmente na miséria, pelas políticas econômicas, embora sejamos um País riquíssimo. Atualmente, o grande capital aposta nas "esquerdas". Mas as "ideocracias" (ideologias aplicadas na prática para a conquista e manutenção do poder" só servem para nos controlar. Daí, o dirigente pode ser Lula, o Boi, o Veado etc...
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Pergunta
Como cidadã que procura se manter informada, visito sempre o Alerta Total, sou sua fã e agradeço por disponibilizar seu tempo para os Orkutianos. Conte-nos como surgiu o Alerta e há quanto tempo?
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Jorge Serrão
O Alerta nasceu no ano 2000, em um projeto para o Rádio. Dirigi a Rádio Carioca no Rio de Janeiro, e crieu um modelo de jornalismo interativo com o público, baseado em análises, que eu batizei de "jornalismo inteligente". Na racioca, o nome era Alerta Carioca. Depois, o Alerta evolui para um programa na Rádio bandeirantes, de breve passagem, e partimos para um inovador portal de voz (com notícias e análises pelo telefone). Breve, estaremos retomando tal projeto. Dele surgiu a idéia de criar o blog Alerta total, para uma análise diária dos fatos. Criamos também um podcast, que breve será um espaço para entrevistas. Estamos com uma boa resposta nos ambientes de poder, que são nossos leitores foco.
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Pergunta
Entre as dezenas de escândalos que vêm assolando o país, acabamos de saber que o Zeca do PT, acaba de sofrer nova denúncia de uma ex-servidora do governo, por cobrança de propinas de contrato de publicidade. Denúncia parecida que também pesa na CPI do Apagão Aéreo sobre a secretária pessoal do Lula, misteriosamente promovida logo após o caso vir à público. O ex-governador do MS por 8 anos, amplamente envolvido em vários processos de corrupção, desvios, licitações fraudulentas é amigo íntimo do Lula e Zé Dirceu, com assessores e parentes também denunciados pelos mesmos motivos, inclusive desvios do FAT, contrabando e falsidade ideológica. Mesmo assim, o Zeca conseguiu reverter uma emenda constitucional e hoje desfruta de uma pensão vitalícia em torno de 20.000,00, além de misteriosamente ter também, alguns desses assessores e parentes, reaproveitados nos Ministérios e Secretarias do Planalto. Como é vc vê essa blindagem em volta da imagem do presidente, onde parece não respingar nada perante os olhos da lei e inclusive da última pesquisa efetuada? (Se é que podemos dar credibilidade a ela...)
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Jorge Serrão
Sobre as "pesquisas", leiam um artigo do Cesar Maia que publico no Alerta desta sexta. Explica como se faz a indução do resultado pró-governo. O caso Zeca do PT é uma das bombas armadas e prestes a explodir. Já está desenhado que o problema deles, a partir do Mato Grosso do Sul, é o gerenciamento dos jogos de azar no Brasil. Uma parte da cúpula petista entrou no negócio. Se mexerem novamente no Waldomiro Diniz, o jogo fica ainda mais complicado. - Sobre a blindagem do Lula, como já falei, ele é uma peça de uma engrenagem externa. Não manda nada. É um mero batráqueo do ventríloco. Ao poder mundial, interessa mantê-lo do jeito que está. Por isso, Lula parece blindado. E está mesmo. Pelos bancos que comandam a Oligarquia Financeira Transnacional, que controla os negócios do mercado financeiro, das bolsas de valores e mercadorias e de futuros, o comércio internacional de minérios e produtos estratégicos de alta tecnologia. É assim que a banda toca.
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Pergunta
Várias em uma referentes à sua resposta:Já há alguns anos ouvimos falar no Diálogo Interamericano, Centro Tricontinental e o Foro de São Paulo. Em 2006 li uma entrevista do autor de um livro que chegou a ser censurado em Portugal, chamado O Clube dos Bilderberg - os senhores do mundo, e recentemente encontrei outro a venda do mesmo autor em livrarias online no Brasil intitulado " A verdadeira história do Clube". Mas ao pesquisar, encontrei muito mais informações detalhadas acerca de reuniões, agendas, membros ilustres do Clube, em Portugal, do que nos sites brasileiros e nada na imprensa tradicional. Passando uma vista rápida é arrepiante observar que o mundo está sob o controle de meia dúzia de grandes interesses e não passamos de meros figurantes. Em relação ao Brasil, encontrei também ligações com o Grupo Rothschild que possui até um site em portugues, explicitando que financiou a nossa indepêndencia? Algumas ligação entre eles? Qual a finalidade desses grupos e o que têm a ver com o Brasil? Por que a imprensa é muda sobre o assunto? Que fatos concretos vc pode apresentar sobre isso, uma vez que ao tocarmos nesse assunto somos sempre levados à rotulações conspiracionistas?
http://www.mandragora01.blogspot.com/ (sobre o livro)http://diplo.uol.com.br/2003-11,a781 (Sobre o Tricontinental)http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2001/07/3202.shtml (Artigo de 2000 sobre o desarmamento no Brasil à serviço do Clube)http://www.umanovaera.com/conspiracoes/geraldo_luis_lino.htm (Transcrição de uma palestra na Adesg em 2000, já falando da eleição de Lula, sua participação no Diálologo com FHC e Ciro Gomes) http://www.rothschild.com.br/hist.htm (Os Rothschild no Brasil)
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Jorge Serrão
O esquema de poder mundial já indicou Aécio Neves para sucedê-lo. Foi em um jantar, no castelo dos banqueiros Rothschild, em Londres, em junho de 2004, que o nome de Aecinho foi lançado como futuro presidente do Brasil em 2010. Estes grupos de poder mundial, que eu chamo de Oligarquia Financeira Transcional, existem de verdade. Não são teorias da conspiração, como alguns ingênuos sugerem. Tais grupos de poder utilizam os mecanismos institucionais do mundo para que suas políticas (de grupo) se tornem realidade nos países (principalmente do terceiro mundo). A ONU, o Banco Mundial, o BIS (o banco central dos bancos centrais) apresentam políticas públicas e econômicas que nós devemos seguir. Mas as propostas são concebidas originalmente por tais organismos. Vêm dos clubes de poder, já citados por você na pergunta. Eles nos empurram, estatuto do desarmamento, leis de patentes, política econômica, proposta de legalização do aborto etc... Enfim, proiduzem as idéias fora do lugar que nós somos obrigados a engolir. - Façam uma pesquisa nos arquivos do meu blog sobre o tema aborto. Verão como tudo funciona. Pesquisem as palavras Rothschild. Estes banquerios controlam a nossa Bolsa de Mercadorias e Futuros. Concluíram a reestruturação dela. O aborto é financiado por uma baita ONG inglesa, interessada no negócio de tirar fetos para depois faturar no negócio das células tronco. O eesquema do referendo do desarmamento foi uma campanha de fora para dentro, financiada pelos grandes bancos internacionais, que sustentam ONGs. Vocês conhecem bem o "bem-feitor", socialista fabiano, George Soros, patrão do ex-presidente do Banco Central, Armpinio Fraga (gestão FHC). E a nossa mídia se cala sobre tais análises porque o grande capital financeiro internacional é acionista dela. Ou é o seu principal patrocinador. Rupert Murdochm, da News corp, é acionista da Rede Globo, via contrato de gaveta. A família Marinho é doida para se livrar dele e não consegue.
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Pergunta
Então existe pressão do Estado junto aos meios de comunicação para que abordem apenas assuntos emocionais e superficiais evitando a discussão dos temas de relevo para o interesse do país? - Como vc descreveria a imprensa hoje e a proliferação de blogs no mundo inteiro?
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Jorge Serrão
A situação é bem mais grave. Nossa mídia é amestrada, e quase sempre abestada. Por alguns motivos. Não temos um modelo de mídia independente no Brasil. A mídia aqui depende, muito, das verbas de publicidade e das benesses oficiais. A nossa mídia já nasceu dependente, no século retrasado. E sempre áulica do poder. Nunca crítica dele, de verdade, por isenção e orientação editorial. Ou seja, aqui o Estado interfere mesmo, politicamente, na orientação da mídia. Mas temos outro problema mais sério. Hoje, nossos principais veículos de comunicação pertencem a grupos de investidores estrangeiros ligados à já citada Oligarquia Financeira Transnacional. Basta ver quem são os principais anunciantes. Por isso, a nossa mídia não consegue defender o interesse nacional. Para agravar ainda mais a situação, a própria desinformação dos jornalistas e dos gerentes da mídia, sobre quem manda realmente na mídia, os transforma em reféns e joguetes dos controladores. Assim, a mídia se transforma em um terreno inimigo para o Brasil.A internet se transformou na tábua de salvação de quem precisa ser informado de verdade. Aqui, o controle é menor ou mais difícil de ser exercido. A liberdade de expressão pode ser exercitada de verdade. A explosão dos blogs, onde cada um pode expressar seu ponto de vista, é um fenômeno resultante da baixa oportunidade que o público, no mundo todo, vinha experimentando de expor seus pensamentos.
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Pergunta
O que fica claro nas suas afirmações, compartilhada por muitos outros, como Carlos Chagas, etc, é que o quadro politico brasileiro já está definido para os proximos anos, assim como o foi para Fernando Henrique e Lula. Nesse caso, a oposição de FHC é pura encenação e o nosso congresso não passa de vaca de presépio?
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Jorge Serrão
Vamos aos conceitos. A Oligarquia Financeira Transnacional desenvolveu um mecanismo para nos controlar. Ela exerce influência sobre o que chamo de "governo do crime organizado". trata-se da associação, para fins delitivos, entre a classe política, os três poderes (legislativo, judiciário e executivo) e criminosos de toda espécie, para usurpar o poder do Estado e praticar a corrupção. O Congresso faz parte desta engrenagem. O executivo gerencia o esquema de manutenção do Brasil como uma colônia, cada vez mais depentente do capital financeiro. O legislativo legitima tal ação, criando as regras a serem seguidas. E o judiciário faz tais leis serem cumpridas. A oligarquia financeira descobriu que o crime ajuda a desorganizar o País. Assim, como o Brasil não consegue se organizar, eles continuam agindo da mesma forma que há cinco séculos de exploração. A classe política dá a maior contribuição a este processo de inviabilizar o Brasil, mantendo-o artificialmente na miséria, para que só os países "ricos" (entre áspas) progridam, e a gente fique na pior. No Brasil, ainda ocorre um processo curioso. A nossa oligarquia interna é uma das que mais enriquece no mundo, na contramão do crescimento do Brasil. Por quê? Os investimentos dessa "zelite" tá baseado em aplicações financeiras. A política de juros altos, qeu detona a produção, beneficia os especuladores. Assim, a oligarquia financeira transnacional consegue ganhar mais dinheiro, pois seus bancos são os administradores dessa zona de enriquecimento de quem já é rico, e ainda conta com os poderosos aliados do andar de cima da sociedade para a manutenção do status quo.
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Pergunta
Ok, mas fica a impressão de que há um processo de desmoralização do Senado e Câmara, sem que o Executivo seja atingido como se fosse um projeto organizado para descredito pelo povo dessas instituições. O que vc diz sobre isso?
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Jorge Serrão
O processo é mais complicado ainda. Voltemos à realidade do mundo. Hoje, existe um confronto (não divulgado), uma guerra econômica surda, entre a oligarquia financeira transnacional, de base européia, a partir da City de Londres, contra o grande capital empreendedor norte-americano. Eles já foram aliados. Há vários anos estão em guerra aberta. A disputa é pela hegemonia do poder econômica mundial. A banda européia controla a economia comunista da China. Lá, quem define os inveswtimentos é um banco chamado Hong Kong and Shangay Banking, mundialmente conhecido como HSBC, que é inglês. A China é hoje o ponto de desequilíbrio do mundo. O Brasil fica no olho do furacão. Somos o principal forncedor de insumos para a indústria mundial. Temos as principais riquezas estratégicas, e um mercado consumidor a ser desenvolvido. Aí entra a sabotagem de fora contra nós. A classe política é um dos instrumentos do governo do crime para manter o Brasil como colônia de exploração contemporânea. Éntendido tal processo geopolítico, você vai entender o que acontece hoje com a classe política aqui. Nossos corruptos são alvo dos ataques da máquina de informação dos EUA, que deseja derrubá-los, para que seja anulado o poder da oligarquia financeira. Os políticos daqui, nem sabem disso, tavez nem saibam, mas viraram bodes expiatórios de um processo de decomposição da classe política que vem de fora. Existe mesmo um processo para desmoralizar a classe política. Mas é preciso ficar claro que é ela quem agiliza tal processo autofágico.
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Pergunta
Depois da resposta acima, meio que o resto chega a perder o sentido, de tão lógicas as observações! Mas vamos lá: o aumento de votantes de menor conhecimento cultural, inclusive analfabetos, formando desta forma, a massa manobravel de votantes, visa afastar a elite pensante das decisões, é isso?
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Jorge Serrão
O problemna é mais grave ainda. Não temos elite pensante em favor do Brasil. Nossa "zelite" só pensa nela. Todo o processo cultural, educacional, enfim, psicossocial, nos leva a não acreditar no Brasil como nação. O brasileiro tem dificuldade em entender o que seria soberania, autodeterminação, independência, como outros povos conseguem, facilmente. Nós temos um problema originário. Nosso País é uma sociedade inventada por um Estado (ibérico). Nossa sociedade não inventou o Estado, não o concebeu, como em outros países hoje desenvolvidos. Por isso, o nosso Estado é inimigo da sociedade, e vice-versa. Logo, o povo brasileiro não tem informações e nem formação para agir na direção de um país que tem tudo para ser uma poderosa nação. Aqui, sofremos da "doença do amanhã". Há quantos anos não ouvimos dizer que somos ou seremos o "País do futuro"? Aqui, o processo político só serve ao crime organizado - e não à sociedade. Por isso, a eleição se resume a um mero mecanismo de escolha, hoje com o refinamento do voto eletrônico totalmente fraudável, sem qualquer auditoria ou controle objetivo da sociedade. A briga da sociedade brasileira hoje não deve ser para derrubar o Lula ou o governo do PT. Eles são meros fantoches a serviço da oligarquia financeira transnacional, como foram todos os governos que sucederam a Getúlio Vargas. O problema vem lá de trás. Aqui, temos de lutar, primeiro, por Democracia, que nunca tivemos. Democracia é a segurança do Direito, através do exercício da razão pública. E PT saudações, sem trocadilho infame do casseta e planeta... Sugiro a leitura do artigo Um Senado entre o Inútil e o Indefensável no alerta desta sexta, sobre o problema do senado.
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Pergunta
Vc se referiu a uma guerra aberta e disse: "A banda européia controla a economia comunista da China. Lá, quem define os investimentos é um banco chamado Hong Kong and Shangay Banking, mundialmente conhecido como HSBC, que é inglês." (...) "Nossos corruptos são alvo dos ataques da máquina de informação dos EUA, que deseja derrubá-los, para que seja anulado o poder da oligarquia financeira." - Algo a ver com o "Clube", mencionado em suas matérias como uma espécie de "alimentador de informações" da Polícia Federal? E por isso também a propaganda anti-americana em países governados por "pseudo-socialistas"?
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Jorge Serrão
A guerra é assimétrica. Não é convencional, com tiros, igual à travada com os bandidos pés de chinelo nas áreas carentes do Brasil e do mundo. É uma guerra de inteligência. De informação e contra-informação. O alvo aqui é a classe política. Um alvo que mira na própria cabeça, nem precisa da precisão do imimigo ou adversário. O tal clube nada mais é que a organizada comunidade de informações dos EUA. Ela é formada por grandes empresas privadas de investigação. Tais "agências" alimentam as centrais de informações oficiais, como a conhecida CIA. Todo o processo é comandado pela Direção Nacional de Inteligência dos EUA. Tais agências combatem a corrupção no mundo todo. Não porque sejam bonzinhos. Mas porque descobriram que a grana da corrupção financia o terrorismo internacional. O terror foi usado para minar a hegemonia dos EUA, depois dos atentados de 11 de setembro. O problema todo é: hoje, no Brasil, não temos segmentos com poder de hegemonia para superar o governo do crime organizado,m aproveitando as informações que o clube fornece à Polícia Federal, por exemplo. Se hoje, no Brasil, houver uma queda de governo, por exemplo. Quem vai assumir o lugar do atual? Por isso, a hipótese de um movimento, nos moldes de 64, é improvável e não viável. Uma quartalada não duraria meia hora, porque, no fundo, falta um projeto para reconstruir o poder no Brasil. O atual partido no governo sabe desta fragilidade. Morre de medo de ser golpeado. Mas o golpe não virá. Os militares, hoje, preferem se comportar como funcionários públicos fardados - e não como guardiães do artigo 142 da Constituição, que manda defender a pátria e as instituições nacionais. Por isso, o atual governo do crime organizado, do qual o atual grupo político no poder é um mero componente, tem tudo para se expandir, através de golpes institucionais. Um crime concreto: já acabaram com o sigilo bancário dos cidadãos brasileiros. O Judiciário levanta os dados de quem quiser, em segundos. O desequilíbrio dos podres poderes nos levarão a um impasse institucional.
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Pergunta
Já ouvi comentários que a FNS (Força Nacional de Segurança) estaria sendo preparada para ser um milicia do PT, vc concorda com isso? O sucateamento das FFAA, que já vem sendo feito desde os tempos de FHC, já é parte de um plano para a implantação de uma ditadura civil no país?
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Jorge Serrão
A FNS é um gelo feito com água perrier para enxugar o narcovarejo. Trata-se de um equívoco estratégico e tático. Foi mais um poder paralelo, criado dentro da estratégia do poder mundial de desmoralizar as Forças Armadas no Brasil. O processo vem de longe. Os militares hoje se transformaram em funcionários públicos fardados, mal remunerados. A cúpula das Forças Armadas ganha bem, tanto quanto a elite do Judiciário. Mas os oficiais de baixo ganham mal e vivem como proletários que não conseguem compreender seu papel patriótico e constitucional. Eis o nosso dilema hoje. Uma nação sem forças armadas é dominada por outra. Sempre foi assim ao longo da história da humanidade. O Brasil teria de rever o papel de suas Forças Armadas. Mas a sociedade não consegue entender o papel dela. E toda propaganda contrária, pós-64, só coloca os militares mais acuados ainda na hora de cumprir seu papel de defesa da pátria e das instituições. Sobre a questão da ditadura civil, pergunto: Quando tivemos democracia no Brasil? Resposta fácil: NUNCA. Repito: Democracia é a segurança do direito, através do exercício da razão pública. Quando tivemos isto por aqui? NUnca. Por isso, o que vem por aí é mais um regime pseudo-democrático. A nova democradura brasileira será baseada em mecanismos institucionais para controlar a sociedade. São os "estatutos" e outras leis ou regras parecidas, para nos "cordeirizar". E quem não seguir a lei imposta, se torna inimigo do Estado.
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Pergunta
Vc teria algo a acrescentar sobre a recente operação Xeque-Mate da PF envolvendo um ex-deputado estadual que se diz amigo do lula, o irmão e compadre do presidente?
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Jorge Serrão
O nome da operação foi xeque-mate em dois sentidos. Era para derrubar o "rei" e para "acabar com o jogo". Eis o calcanhar de aquiles do atual governo. Se puxarem o fio da jogatina, vai dar zebra...
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Pergunta
Bem Serrão, por tudo o que vc disse, com dados concretos para pesquisa, estamos sem liderança e à mercê de grandes corporações mundiais que regem nossos destinos políticos. As mesmas que Lula denunciava e condenava permanecem exercendo o poder em seu governo. Eu teria outras perguntas, como a questão do aumento do narcotráfico, nosso retrocesso educacional, as bravatas que ouvimos acerca de que o País "nunca viveu um momento tão bom desde que a república foi proclamada", mas encerro com duas palavras: 1 - UMA SOLUÇÃO? 2 - UMA ESPERANÇA?
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Jorge Serrão
Solução: O Brasil precisa de autoderminação, independência e soberania. Se o nosso povo não compreender o que isto significa, continuaremos como sempre: sendo uma colônia de exploração. Portanto, a nossa tarefa é de gerar consciência nas pessoas. Não fazer a cabeça. Mas fazer as cabeças pensarem, por elas próprias, a partir de informações um pouco mais isentas, objetivas, dentro da realidade. Ter esperança de que somos capazes de fazer isto é um dos caminhos. Mas volto a reafirmar. Tudo que for feito em favor do Brasil, precisa ser feito no sentido da democracia que nunca tivemos. Democracia é a segurança do Direito, através do exércício da razão pública. Muito obrigado pelo alto nível das perguntas e pela oportunidade

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28 junho 2007

Os Novos Alquimistas



A promoção de Lamarca a general de brigada, posto a que por certo jamais chegaria, ainda que tivesse permanecido no serviço ativo, é ato especial dentro dessa campanha do agasalho que os companheiros da luta armada conseguiram montar para benefício próprio. São os novos alquimistas, que transformaram em anos de ouro os anos de chumbo que provocaram.
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Uma coisa é o clube em si mesmo, constituído para nadarem de braçada na piscina dos recursos públicos onde se derramam os impostos que todos pagamos e para cujo montante eles foram, ademais, dispensados do dever de contribuir. As indenizações e pensões que recebem, isentas de Imposto de Renda, são servidas no restaurante do clube limpas como filé de lagosta.
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Certo líder metalúrgico, após liderar greve no ABC paulista em 1981, passou alguns dias na cadeia. O episódio lhe valeu uma loteria paga em prestações vitalícias de 3,3 mil reais. Bem sucedido jornalista gaúcho foi agraciado com pensão de 10,7 mil reais aos quais agregou bolada extra de um milhão e meio. Um engenheiro da mesma praça ganhou manchete com seu troféu: turbinou a pensão que já vinha recebendo, no valor de 4,4 mil reais, para 10,7 mil reais e foi premiado com mais 1,3 milhão. Conhecidíssimo jornalista carioca, alegando ter sido demitido em 1965 do jornal onde trabalhava, abiscoitou aposentadoria de 23 mil e um milhão de bônus. Já são mais de 10 mil os membros e passam de 50 mil os candidatos a sócio do clube que aguardam despacho da comissão constituída no Ministério da Justiça.
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Não nego que certas indenizações sejam devidas, embora constituam uma novidade na política dos povos após conflitos internos sucedidos por anistia geral. Mas os montantes e critérios ferem a razoabilidade. Se a moda pega, teremos que promover ajustes com as vítimas do Estado Novo e com os familiares dos degolados de 1923. Faltaria papel no mundo para imprimir o dinheiro necessário a indenizar os cem milhões de mortos do comunismo e os pensionistas de seus cárceres. E eu frito no dedo se haveria anistia ampla geral, irrestrita e generosamente indenizatória se Lamarca e seus companheiros da luta armada, treinados para "defender a democracia" em Havana, Moscou e Pequim, tivessem sido vitoriosos em seus intentos revolucionários.
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Como disse acima, isso é uma coisa. Outra, porém, é o caso Lamarca, porque a promoção de um desertor fere a carreira e a hierarquia militar. Trata-se, aqui, de um ato contra as Forças Armadas. Mas também isso vai passar batido no festival de escândalos urdidos para desmoralizar a alma nacional. Você talvez não perceba, leitor, mas são os seus valores e seus direitos que, a cada dia, estão sendo meticulosamente esfacelados.
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Percival Puggina

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27 junho 2007

Sobre Soros e o Capitalismo



Semana passada, quando assisti a entrevista do bilionário George Soros no programa da TV Cultura "Roda Viva", um ninho de águias vermelhas, a começar pelo seu apresentador, Paulo Markun – disse para mim mesmo: "Aí tem coisa". Para quem não sabe, Soros é um bilionário americano nascido na Hungria que fez fortuna especulando na Bolsa de New York, um capitalista esperto que joga no contrapé da intervenção do governo (burguês) na área econômica. Ao lado das fundações Ford e Rockefellar, Soros é, hoje, um dos maiores financiadores do esquerdismo internacional para desestabilizar a democracia conservadora norte-americana.
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Com efeito, em seu discurso para uma platéia esquerdista em estado de êxtase, o especulador revelou-se em toda sua picardia. Soros - afortunado pela exploração malandra das brechas normativas criadas pelos bancos centrais – se mostrou, como era óbvio, "favorável ao intervencionismo governamental" para se chegar a um ponto de equilíbrio contra aquilo que considera a "ação egoísta" do capital voltado para o lucro (ou seja, contra si próprio). Por ato de pura malicia, o especulador admite o controle do capital pela burocracia estatal para, no seu proselitismo mendaz, obter mais lucro explorando os "marcos regulatórios" que espoliam o empresário capitalista.
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Desde logo é bom ressaltar que há nos Estados Unidos bandos de bilionários farisaicos que consideram mais rendoso fazer negócios com governos autoritários do que com os agentes do mercado, estes, como sempre, sujeitos à competitividade e riscos. Na prática diabólica, os Soros e Rockefellers da vida acham mais seguro, hoje, negociar com os governos de economia centralizada. Daí financiarem a histeria anti-americana (sede do capitalismo) com o derrame de rios de dinheiro canalizados para os cofres das Ongs que financiam dia e noite bolsas de estudos e "pesquisas" favoráveis à destruição da sociedade de mercado e a propaganda socialista.
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(De passagem, só para ilustrar o relacionamento tantas vezes sonegado, Lenin, com o objetivo de sedimentar a falida "revolução proletária", contraiu pesados empréstimos junto a bancos norte-americanos, vindo a pagá-los regiamente, com juros elevados e nas datas aprazadas – o mesmo ocorrendo, mais tarde, com o sanguinário Fidel Castro e o genocida Mao).
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Contraditoriamente, no "Roda Viva", Soros, sempre favorável às normas estatizantes "reguladoras do mercado", enaltece com freqüência os méritos da "sociedade aberta" examinada por Karl Popper, um devotado filósofo nascido em Viena na época do império austro-húngaro, que considerava Marx um moralista vulgar, pseudocientista social cuja teoria econômica não resistia ao menor peteleco.
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No seu livro clássico "A sociedade aberta e seus inimigos", Popper considera o socialismo de Estado uma forma de tirania. Nos dois volumes que compõem a obra, o pensador húngaro enfatiza a importância de se manter intacta a interdependência entre liberdade e o conhecimento, coisa só possível nas sociedades não-totalitárias. Para Popper, a liberdade humana em toda sua abrangência só é possível nas democracias baseadas na prática do livre mercado, que representa a ordem social mais justa dentro de um mundo marcado pela injustiça e desigualdades.
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O especulador Soros, ao admitir a ação reguladora do Estado sobre o mercado está, como tantos outros, mistificando em causa própria, pois sabe muito bem que se deve ao capitalismo quase tudo que permeia a civilização moderna. Pois ele não se formou a partir da vontade de teóricos iluminados, mas pela construção árdua, anônima e diária de milhões de indivíduos laborando na tessitura de suas infindáveis relações econômicas. Nem mesmo Marx contesta que a humanidade chegou ao patamar em que vive graças à acumulação capitalista. Sem ela, o ser humano estaria vivendo nas cavernas, sem condições de investir na criação das ferramentas para o desenvolvimento industrial e tecnológico que levaram o homem à máquina a vapor, trem, telefone, automóvel, avião, computador, laser, coquetéis contra a aids e o diabo a quatro.
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Hoje, até o mais cretino "engenheiro social" percebe que só o capitalismo sabe produzir riqueza e desenvolvimento. Pois o controle da economia planejada pelo governo e sua burocracia não substitui a ação plural e a complexidade do mercado na formação dos preços, indicativos, na "sociedade aberta", da diversificação da produção e do consumo – o que explica, na prática, o melhor desempenho econômico e a maior produtividade do capitalismo.
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E se o sujeito não for um trapaceiro completo, não ignora que a URSS de Lenin, Stalin, Kruschev e Leonid Brejnev, e a China do degenerado Mao (com a sua "Revolução Cultural" e o seu "Grande Salto Para Frente") só escaparam da fome endêmica e epidêmica pela generosa ajuda material dos Estados Unidos.
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Claro, o capitalismo não é perfeito (e George Soros, o financiador das elites esquerdistas, é um exemplo). Suas deformidades são enormes, avassaladoras, mas ele sempre pode ser aperfeiçoado, a partir de sua ética de reconhecimento ao mérito, ao trabalho e a capacidade de invenção que mobiliza o indivíduo especialmente empenhado na busca do lucro e da acumulação.
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O contrário disso é a hipócrita sociedade estatizante em vigência no Brasil, a espoliar a riqueza criada pelo empresário e trabalhador, voltada para o privilégio de uma elite política e burocrática crudelíssima que, a pretexto de "agir" na construção de uma "sociedade mais justa", se locupleta com altos salários, mordomias e fraudes de toda ordem – e que faz de país, hoje, uma experiência social e humana lastimável e o exemplo da mais perfeita esculhambação jamais imaginada sobre a face da terra.
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por Ipojuca Pontes

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26 junho 2007

Gastos do PT com segurança privada disparam



A peculiar categoria dos guarda-costas petistas, que ganha projeção a cada escândalo, é subproduto de um fenômeno da última década: o crescimento da preocupação do partido com sua segurança.
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Só no ano passado, segundo dados da Justiça Eleitoral, o PT nacional desembolsou R$ 752 mil com segurança, divididos em R$ 413 mil pelo partido e R$ 339 mil pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.
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Entre 1999 e 2006, o PT registrou à Justiça Eleitoral um aumento real de 248% nos gastos com "serviços técnicos profissionais", que incluem contratação de segurança privada.
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O salto dá uma idéia do aumento com gasto de segurança, uma vez que, até 2005, o partido não detalhava essa despesa.
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Em regra, o dinheiro beneficia ex-guarda-costas que subiram na máquina partidária e que montaram seus negócios.
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O último a sair da penumbra para o noticiário policial foi Dario Morelli Filho, compadre de Lula que começou fazendo segurança do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi guarda-costas do ex-ministro José Dirceu e montou empresa em Diadema (SP). No ano passado, ganhou R$ 187 mil para trabalhar na campanha de Aloizio Mercadante ao governo paulista.
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O gasto com segurança e vigilância foi um dos maiores do PT no ano passado, superando despesas com aluguel de imóveis e hospedagem de dirigentes. Em 2006, o PSDB informou gasto com segurança de R$ 22.920; o DEM, R$ 18 mil.
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Segundo petistas ouvidos pela Folha, os gastos mais elevados se devem ao crescimento rápido do partido desde o início da década. Mas há outros fatores. Um ponto de inflexão foi a chegada à presidência do PT de Dirceu, em 1995. Ele profissionalizou todas as áreas, das campanhas à comunicação. Fez o mesmo com segurança.
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Nas palavras de um colega de partido, a "mentalidade de aparelho" do ex-preso político contribuiu para elevar o item ao topo da agenda do PT. Dirceu passou a exigir varreduras periódicas nos escritórios do partido e o reforço das equipes de vigilância e segurança.
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Uma estrutura de "inteligência" interna, que iria desembocar no escândalo dos "aloprados", em 2006, passou a existir em campanhas. Ali se abrigava, por exemplo, Gedimar Passos, um ex-policial de confiança da direção petista. Acabou apanhado com uma pilha de dinheiro pela Polícia Federal.
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Em 2002, o assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André, deu mais uma contribuição ao processo. O partido passou a gastar com carros blindados e coletes à prova de balas para seus dirigentes. Ironicamente, um dos suspeitos pela morte é outro ex-segurança petista que virou empresário, Sergio Gomes da Silva.
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Mas, entre os "guarda-costas emergentes" da sigla, todos são ofuscados por Freud Godoy. Sombra de Lula nos anos 80, tornou-se um bem-sucedido empresário. Foi assessor especial da Presidência, cargo que perdeu após ser citado no caso do dossiê. A empresa de sua mulher é a favorita do PT para fazer eventos e varreduras telefônicas. Em 2006, recebeu R$ 309 mil da campanha de Lula.
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Para o tesoureiro Paulo Ferreira, o gasto do partido com segurança é "compatível com sua estrutura e importância".
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Folha de S. Paulo

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25 junho 2007

O Modelo Brasileiro para competitividade Global



ESTADO-MÃO-BOBA E CONTRIBUINTE-JEITINHO: O MODELO BRASILEIRO PARA COMPETITIVIDADE GLOBAL
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A lógica da competição na economia de mercado aberta e globalizada é implacável. Vence quem oferecer o melhor produto pelo melhor preço. O melhor preço nem sempre é o menor. Melhor preço, no contexto da competição travada hoje entre corporações globais e a rede de fornecedores que gravita em torno delas, é aquele que combina o melhor produto ou serviço, entregue no tempo certo, ao menor custo. Qualidade, confiabilidade e velocidade de entrega pesam também. Mesmo assim, por razões óbvias, todo o fornecedor será, sempre, pressionado a reduzir seu preço ao negociar com esses compradores. Se o fornecedor tiver o melhor produto ou serviço disponível, o comprador deve saber que há um limite possível à pressão pela redução do preço, se o objetivo é comprar o melhor.
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Nesse contexto, a pressão pela redução de custos persiste, pois, quem consegue oferecer o melhor produto pelo menor preço, no tempo certo, sempre terá vantagem nessa competição. Conseqüentemente, todos os fatores que geram elevação de custos de produtos e serviços viram alvo da perseguição obsessiva dos gestores em busca de competitividade. Investimentos em tecnologia, na qualificação intelectual dos colaboradores e no aperfeiçoamento das técnicas de gestão, nesse contexto, constituem-se em obrigações do empreendedor. Fora da empresa a luta pela redução de custos e contra os governos: menos burocracia, menos impostos, serviços públicos e infra-estrutura de qualidade é o que se exige em troca do custo do Estado para os contribuintes.
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Quaisquer consumidores, mesmo aqueles de menor grau de instrução, sabem que não há milagre que permita oferecer-se um produto de qualidade por um preço irrisório. Igualmente, todo o comprador de trabalho no mundo empresarial sabe que se quiser ter o melhor fornecedor dessa mercadoria (trabalho), terá que pagar o preço que ele vale no mercado. Considerando-se a importância estratégica do conhecimento numa economia dependente de tecnologia, quanto mais conhecimento e inteligência tiverem os vendedores desses ativos intangíveis, mais valerá sua mercadoria. Dada a lei da oferta e da procura, então, quanto menos indivíduos inteligentes e detentores de conhecimento de ponta os compradores tiverem à disposição, mais caro o trabalho deles custará aos compradores.
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Os chineses constituem-se no maior problema dos vendedores de trabalho no mercado globalizado. Há, escondidos sob a cama de cada vendedor de trabalho no mundo de hoje, dezenas de chineses oferecendo seus serviços por um preço mais baixo do que aquele que cobram os vendedores de trabalho fora da China. Sendo o baixo custo do trabalho um fator de competitividade dos produtos chineses no mundo, se as empresas não encontram vendedores de trabalho dispostos a oferecer seus préstimos pelo preço chinês, a tendência que se impõem é a transferência da empresa para a China, para tornar possível a equiparação entre os competidores no que diz respeito ao peso desse item na formação do preço das mercadorias disponibilizadas ao mercado globalizado. Até poucos anos atrás, a China só exportava quinquilharias. Agora, e cada vez mais, avança sobre o mercado de produtos manufaturados e tecnológicos de alto valor agregado, com qualidade e preço competitivos.
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A má notícia para os vendedores de trabalho de fora da China é que cerca de dez milhões de chineses ingressam no mercado de trabalho urbano anualmente, seja devido ao êxodo rural seja devido ao nascimento de chinesinhos. Dado o tamanho da população rural chinesa, em torno de 900 milhões de habitantes ou mais, estima-se que essa pressão sobre os salários no mercado mundial prosseguirá por cerca de vinte ou trinta anos ainda.
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A boa notícia é que, por fatores vários (logística de distribuição, disponibilidade de produtos e serviços, infra-estrutura tecnológica, energética, de comunicação, transporte ou outros), e mesmo pela impossibilidade de todas as empresas do mundo migrarem para a China, nem tudo está perdido o mercado trabalho fora das fronteiras do gigante asiático. No setor de serviços, predominante na economia pós-industrial, ainda não invadido por fornecedores chineses, a situação é mais tranqüila, até porque, para comprimir preços nesse segmento, a China precisaria exportar grande quantidade de "chineses baratos", o que, se não é impossível, é bem complicado, pelo menos sob o aspecto legal.
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Consideradas então, essas impossibilidades e a hipótese de que as empresas de um país como o Brasil, por exemplo, tenham feito e continuem fazendo todos os esforços ao seu alcance para ganhar competitividade, investindo em tecnologia, inovação na gestão e aperfeiçoamento de pessoal, que outros fatores incidem sobre seus custos e levam à perda de competitividade global, já que tudo o que poderiam fazer no âmbito interno foi, é, e continuará sendo feito?
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Se você respondeu que esses fatores provêm dos custos gerados pelo alto preço do dinheiro necessário ao financiamento da produção (juros); dos custos gerados pelos gargalos na infra-estrutura (colapso energético, nos transportes, falta de segurança pública, falência dos serviços públicos de educação e saúde, etc.) e dos custos gerados pela alta carga tributária, acertou.
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O que pode provocar a elevação do preço do dinheiro posto à venda no mercado financeiro? Dois fatores: a falta de dinheiro na mão dos vendedores e/ou o alto risco de calote por parte dos tomadores de crédito. Considerando-se que o dinheiro abunda no mercado, e que, no mundo inteiro os vendedores de dinheiro estão correndo atrás de compradores, o que falta fazer para baixar o preço do dinheiro no mercado brasileiro? Fortalecer os mecanismos de proteção legal dos vendedores, já que, no Brasil, a legislação protege os caloteiros. Em outras palavras; segurança jurídica.
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Como resolver o problema dos gargalos da infra-estrutura? Com investimentos. Mas, o Estado está falido administrativa e financeiramente. Como resolver esse problema? Buscando investidores privados e transferindo para eles a gestão dos serviços públicos de energia e transporte, de modo a permitir que o Estado se dedique ao que lhe cabe: segurança, educação e saúde públicas. Cabe lembrar que o Brasil não tem problemas no setor de telecomunicações devido às privatizações. Para prestar serviços públicos de qualidade nos setores de educação, saúde e segurança, o Estado precisa de um reforma profunda no seu modelo de gestão, buscando qualidade e produtividade através da adaptação ao setor governamental, das técnicas bem sucedidas adotadas pela iniciativa privada. O objetivo é fazer melhor ao menor custo para a sociedade.
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Para que tudo isso? Bem, como diria Lula, chegamos ao "ponto G". O objetivo das medidas antes listadas é permitir a redução da carga tributária, aliviando os preços desse item de custo, que rouba competitividade dos nossos produtos no mercado global. Mas os políticos brasileiros, de todos os partidos, só pensam em aumentar os impostos e os seus salários, e em contratar mais apadrinhados.
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Como as empresas brasileiras se defendem da mão boba do leão? Transferindo suas plantas industriais e empregos para a China, ou, elidindo e sonegando impostos, já que, diante dos gargalos da infra-estrutura, só resta relaxar e gozar.
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Que medidas o governo Lula está tomando para ajudar as empresas brasileiras a ganhar competitividade no mercado global?
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1 – Oferecendo dinheiro emprestado para empresas que não têm como pagar;
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2 - Suspendendo as privatizações e concessões de serviços públicos à iniciativa privada, mesmo que não tenha dinheiro e nem competência para investir ele mesmo na solução desses problemas (vide o imPACado);
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3 – Falindo o sistema público de educação, conforme resultados do sistema de avaliação que ele mesmo usa;
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4 – Avaliando, conforme palavras do presidente, que o SUS beira a perfeição;
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5 – Cortando investimentos em segurança pública;
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6 – Evidenciando intenção deliberada de aumentar gastos públicos com programas sociais de perpetuação da pobreza estado-dependente de mesada pública;
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7 - Criando a Super-Receita; unificando e centralizando seus sistemas de informação e controle sobre a arrecadação de modo a impedir quaisquer formas de elisão ou sonegação de tributos.
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Conclusão: nos próximos anos, empresas e contribuintes brasileiros não só não verão o custo do Estado diminuir e sua eficiência aumentar como, pelo contrário, passarão a ser asfixiados e perseguidos pelo fisco. Ou seja, o "Estado-mão-boba" vai botar os únicos setores em que revela eficiência, a Receita Federal e a Polícia Federal, a resolver seu problema de caixa, asfixiando e aprisionando o "contribuinte-jeitinho".
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Quando essa hora chegar os cidadãos brasileiros pagadores de impostos descobrirão que só haverá duas maneiras de fugir das mordidas do leão faminto: fazer as malas e ir morar em outro país, ou rebelar-se, partindo para a desobediência civil. Isto é, deixando de pagar impostos.
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O fracasso da exigência legal do recadastramento de armas registradas e de propriedade de cidadãos de bem, mediante a cobrança de taxas extorsivas previstas no Estatuto do Desarmamento, é só uma amostra do que acontecerá quando os contribuintes sentirem a pata do leão batendo suas carteiras.
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por Paulo Moura, cientista político

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24 junho 2007

Muito além do jardim


By the way...
Há algo estranho em Luiz Inácio da Silva. O termo "tefal", usado para designar FH quando os escândalos pareciam não atingi-lo, é pouco para caracterizar a invulnerabilidade do Molusco. Ele deve ter nascido com um campo de força à sua volta, desses de ficção científica. Nada o atinge, por mais que esteja no centro da ação. Senão, como explicar que a cada novo escândalo em seu entorno imediato, sua popularidade se mantém inabalada ou até cresce? Bem, lulas e outros cefalópodes são naturalmente escorregadios e velozes, daí ser difícil grudar algo neles.
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Ou então estamos diante do máximo da alienação, coisa de Muito além do jardim, aquele filme com Peter Sellers no qual ele era um perfeito abobado cujas platitudes o transformaram num guru. Se fosse verdade, teríamos que admitir que o presidente da República é o pior avaliador de homens que já existiu. Alguém que desmoraliza até a sabedoria popular, na qual tanto se apóia em suas metáforas. Quer dizer que nossos avós erravam quando diziam: "Dize-me com quem andas e eu te direi quem és"?
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Difícil é crer nessa imagem alienada. O presidente é inculto, mas está muito longe de ser burro. Diria até que é muitas vezes mais inteligente que seu antecessor, FH. E nos escândalos mais recentes, demonstra que já está aprendendo a lidar de forma competente com eles, um verdadeiro mestre da enganação. Com duas faces, uma furibunda pouco conhecida a não ser pelos assessores, e outra para uso externo, geralmente bem humorada e sagaz.
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Os envolvidos mais recentes nas tramóias são o próprio irmão e o compadre de Luiz Inácio. O mano mais velho, Vavá, foi pego mordendo bingueiros em troca de influência. Coisa rasteira que, se vendeu, não entregou. Ladrão de galinha, por suas próprias limitações, sujou-se magro. Bem que o mano mais novo disse que ele "não tem cabeça pra fazer lobby". Tudo nessa história é estranho. Por que desencadear a Operação Xeque-Mate (que rei morreu?) justo quando o presidente está no exterior? Por que tanto estardalhaço com o pobre do Vavá? Muito mais sério foi o que ocorreu com o Lulinha...
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Se malandro fosse magnético, Luiz Inácio seria um ímã poderoso. A lista de gente não recomendável nas imediações do presidente é de estarrecer. Vejam o compadre Dario Morelli Filho (batizou um dos filhos do presidente), foi preso pela PF na Operação Xeque-Mate, por seu envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, cujo capo, Nilton César Servo, é amigo de Vavá e Dario.
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Em escândalos mais antigos tivemos Oswaldo Bargas, marido da secretária do presidente; o churrasqueiro Jorge Lorenzetti, assessor especial de Luiz Inácio durante 17 anos; Paulo Okamoto, tão amigo que pagou uma dívida de R$ 29 mil e jamais cobrou do Molusco (ninguém me arranja um amigão desses!). E isso para não falar de Dirceu, Gushiken, Delúbio, Palocci (que acaba de ter os direitos políticos cassados por irregularidades como prefeito de Ribeirão Preto); Silvio Pereira, Berzoini, Genoino, Duda Mendonça, Humberto Costa, Silas Rondeau e Renan Calheiros.
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Razão tinha o "quase-futuro- será-que-assume?" secretário da Sealopra, Mangabeira Unger, ao escrever que o atual governo é o mais corrupto da História. Em 1954, a UDN golpista denunciava a existência de um "mar de lama no Catete". Era uma pocinha perto do que vemos hoje, mas o único político brasileiro que tinha vergonha na cara se matou. Hoje acham graça, riem na nossa cara, não observam nem o decoro, nem a decência e não têm nem mesmo a hipocrisia de aparentar inocência e tentar inventar uma boa desculpa. Nem precisa. Qualquer porcaria serve, porque a absolvição já é garantida.
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Fritz Utzeri, jornalista (Jornal do Brasil)

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23 junho 2007

A quem interessa



Há algo de pífio, de circense e ao mesmo tempo de trágico no Brasil contemporâneo, sendo exemplo mais recente de degradação moral o escândalo que envolve o presidente do Senado, Renan Calheiros.
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As deslavadas desculpas, as acintosas mentiras do senador alagoano que transparecem sob o fogo acirrado de provas, fotos, reportagens, gravações fazem lembrar que, de fato, "esse país não é sério". Por muito menos autoridades de outras nações já teriam se matado ou sido presas ou, pelo menos, renunciado. Afinal, emitir notas falsas, burlar o fisco, usar empresas de fachada para justificar o injustificável, é caso de polícia. Pouco interessa a vida privada do senador, mas dizer que precisou, em nome da discrição, do lobista de uma grande empreiteira para entregar dinheiro à jornalista com quem tem uma filha, é tratar o povo como retardado mental.
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Para piorar a imagem do Congresso os pares de Calheiros o tratam como vítima e tentam mantê-lo num dos cargos mais altos da República. Por causa do "mensalinho", Severino Cavalcanti, o folclórico ex-presidente do Senado, renunciou para não ser cassado, e se Renan Calheiros não pode mais renunciar porque seu caso já está no Conselho de Ética (ou de falta de ética), compete aos membros de tal órgão vergarem-se às provas e evidências e fazerem o que devem: pedir sua cassação utilizando-se do eufemismo semântico falta de decoro parlamentar. Preferem, porém, através de manobras, protelar qualquer decisão na esperança de que um novo escândalo faça esquecer o "homem de honra" que ora preside o Congresso Nacional. Tal atitude dos senadores, entre os quais não existe oposição, leva o homem comum a questionar: para que serve o Senado? A resposta deve ser dada pelos senadores, que no momento parecem estar paralisados por medo solidário.
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Com relação a mais esse escândalo, entre os muitos que vêm sacudindo o Congresso, também não pode faltar a pergunta sempre associada aos jogos do poder: a quem interessa o fato? Destaca-se aqui o Poder Executivo que tem tudo a ganhar e nada a perder com a desmoralização das instituições, na medida que assim se fortalece de modo autoritário.
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Note-se que de quase cinco anos para cá, mensaleiros e sanguessugas reduziram "pianistas" e "anões" à dimensão de trombadinhas. Sempre presente a interferência do Executivo, desde o primeiro escândalo onde se notabilizou o já esquecido Waldomiro Diniz, companheiro de muitos anos e homem de confiança do "primeiro-ministro" José Dirceu. Desse modo, daqui a pouco o povo pode indagar: para que serve o Congresso?
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Mas se no Legislativo se desenrola novela mexicana feita de capítulos sórdidos, na vida real o caos prossegue nos aeroportos onde o povo não consegue nem relaxar e muito menos gozar, como recomendou a ministra Marta, do turismo, em turismo no momento pelas festas juninas do nordeste.
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Em performance anterior o presidente da República, sempre olimpicamente inatingível, ordenou aos passageiros que se queixassem às companhias aéreas. Quando novamente a crise se acentuou, mandou seu ministro do Planejamento negociar com os controladores e prometer-lhes mundos e fundos. Os controladores acreditaram. Quem não acredita em Lula da Silva? Nesse ato, o comandante-em-chefe quebrou a hierarquia militar, sem a qual as FFAA não funcionam. Depois voltou atrás e nada foi feito para readequar salários nem melhorar equipamentos. Mas o presidente do governo petista teve verba para criar mais de seiscentos cargos de confiança para felizes companheiros, que por sua vez darão seus generosos dízimos ao partido, que se tornará cada vez mais rico. Eis aí o que se chama círculo virtuoso da prosperidade com dinheiro público.
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No momento um novo apagão aéreo se aproxima do caos completo. Quem vai se lembrar de Vavá, irmão-lambarí que já se safou, ou dos senadores e seus folhetins de quinta categoria? Quanto ao generoso presidente Lula da Silva, entregou de vez os controladores aos seus superiores hierárquicos que já prenderam o líder do movimento. Em quase cinco anos ninguém do governo, num gritante atestado de incompetência, se preocupou em preparar novos controladores. Será que prisões resolvem a grave questão? Se houver um novo acidente aéreo o povo vai se queixar às companhias aéreas ou relaxar e gozar? Talvez, num relance de clarividência, culpe a Infraero, a Aeronáutica, mas jamais o presidente que de nada sabe, nada vê porque ele viaja de Aerolula.
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Assim se fortalece mais uma vez o Executivo e seu chefe supremo, que, alías, confirmou que o Exército não passa de um bando de sem-pólvora quando Lamarca foi promovido, post mortem, a general.
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Segue o Executivo cada vez mais forte e triunfante, simbolizado na figura presidencial, e daqui a pouco o povo pode perguntar: para que serve o Exercito? E o Judiciário? E os partidos políticos? Restará apenas Lula. Como o Papa ele não erra. Isto é dogma de fé.
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por Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga

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