SOMOS INFELIZES PORQUE NÃO APRENDEMOS A VOTAR!

Faltava tão pouco para atingir esse sonho... Educação, Saúde e Segurança! Tão pouco, mas ao mesmo tempo impossível enquanto eles¹³ burocráticos se agarram nas Estatais, verdadeiros cabides de empregos e corrupções, nós... Vamos agüentando! - PRIVATIZAÇÕES? Hummm! Por enquanto jamais! Ensina o petismo esperto e oportunista: - é para a "companheirada!" - Bando de lesa pátria!

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Local: Belo Horizonte, MG, Brazil

Sou uma pessoa que não acredita mais numa parte do povo brasileiro, infelizmente essa parte escolheu Lula pela segunda vez consecutiva para governar o Brasil. Depois dos diversos escândalos promovidos pelo seu partido o PT e pelo eleito. Mentiram, fez-se vítima e enganou o povo muito mal informado sobre o primeiro mandato e, com seu discurso "mequetrefe" de "pai do povo", chegou onde queria! Nunca em toda minha vida pude presenciar sem fazer nada, tamanha desgraça que assolou o Brasil. Portanto, recuso-me a aceitar essa autoridade! Por muito menos Collor foi impedido!

26 junho 2006

HAVERÁ SEGUNDO TURNO

por Paulo G. M. de Moura, cientista político
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Para o observador atento o jogo eleitoral já mudou. O quadro fictício de invencibilidade de Lula, que permitiu à mídia chapa-branca prenunciar a ilusão da vitória de Lula no primeiro turno, já não existe mais. O Palácio do Planalto jogou todas as suas fichas na criação de um cenário artificial de supremacia absoluta de Lula e na construção da percepção da iminência da sua vitória. Mas não conseguiu o que queria com isso.
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O objetivo número um de Lula era o de abrir uma dianteira incontestável nas pesquisas, suficiente para não deixar dúvidas de sua vitória em primeiro turno. Não conseguiu. O objetivo número dois de Lula era o de ter um peemedebista com vice e, conseqüentemente, garantir os palanques e o tempo de TV do PMDB jogando a seu favor. Não conseguiu. O objetivo número três de Lula era o de garantir a subserviência do PSB aos interesses do PT, submetendo-o ao risco de sucumbir à cláusula de desempenho apenas para apoiar a duvidosa reeleição. Não conseguiu. O objetivo número quatro de Lula era o de garantir a subserviência do PCdoB aos interesses do PT, submetendo-o ao risco de sucumbir à cláusula de desempenho apenas para apoiar a duvidosa reeleição. Tudo indica que não vai conseguir.
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A repetição da chapa Lula/Alencar, portanto, corresponde à última e menos desejada opção dos petistas. O polêmico e controvertido vice de Lula, José Alencar passou três quartas partes do seu mandato criticando a taxa de juros do seu próprio governo. Recentemente calou-se para garantir seu lugar na chapa de Lula. E conseguiu. Alencar faz votos em Minas Gerais e está na sigla controlada pelo bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. O PRB, seu partideco, agrega apenas alguns segundos ao tempo de TV do PT.
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A cláusula de desempenho, portanto, mostrou-se desfavorável ao PT, não pela lei em si, mas por que o PT é um partido arrogante e hegemonista, que não admite abrir mão da cabeça de chapa nos Estados para garantir a reeleição de Lula. Ainda que PCdoB e PSB possam ter como destino a condição de novas tendências do PT após essa eleição, a adesão à legenda lulista precisa ser feita a partir da maior força que esses dois partidos puderem colher nas urnas, sob pena de não conseguirem enfrentar a burocracia que já se encastelou nos organismos da máquina que serve aos interesses de Lula. Isso sem falar no fato de que o PSB, com candidaturas próprias nos estados, talvez sobreviva à cláusula de desempenho.

Lula, sob essas circunstâncias, parte isolado para a empreitada reeleitoral. E isso não se deve apenas à arrogância petista. Nenhum partido sério quer se coligar ao PT, porque o petismo é portador de uma doença infecto-contagiosa que pode matar nas urnas aqueles que dele se aproximarem. O germe da corrupção deixou o petismo com uma cicatriz indelével no rosto. Isso vai puxar Lula para baixo a partir da próxima fase da eleição, quando o tiroteio da oposição começar.
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Embora tendo que administrar problemas na composição de seus palanques regionais, o fato é que a candidatura de Geraldo Alckmin foi mais bem sucedida na empreitada de formar coligações e alianças regionais. Seus palanques serão mais sólidos e Geraldo Alckmin deverá ter cerca de nove minutos de TV, contra seis de Lula, se o PCdoB não se coligar formalmente ao PT.
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A doença infecto-contagiosa a que me refiro, causou outro sério revés a Lula. O PT não tem mais aquela militância convicta que se jogava às ruas para defender seus candidatos. O que sobrou ao PT agora é um exército de mercenários em luta para garantir os empregos e o acesso aos cofres públicos. Não existe quem defenda corruptos por convicção. Os petistas remanescentes estão calados, resignados e defensivos. Muitos anularão o voto; outros votarão em Heloísa Helena. Creio que, no silêncio das urnas, boa parte dos petistas remanescentes negarão o voto ao partido do mensalão.
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Geraldo Alckmin, ao contrário, começa a reverter o quadro de inferioridade estratégica que enfrentava até pouco tempo atrás. Já tive a oportunidade, aqui, de mostrar que o tucano corrigiu seus erros estratégicos iniciais. Os resultados já começam a aparecer. Pesquisa Vox Populi já aponta seu crescimento em São Paulo após sua aparição na propaganda gratuita do PSDB. Como os roteiros pelo Sul, deve crescer em outros Estados onde é forte também.
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A partir da próxima semana, a lei eleitoral iguala condições de disputa dos candidatos no que diz respeito ao tratamento que a mídia deve dar aos concorrentes. Lula fará a campanha mais rica que o Brasil já viu e concorrendo no cargo ainda usufrui a vantagem da máquina. Mas tem o indefensável flanco da corrupção para cobrir. Quando o horário eleitoral começar, o molusco terá que explicar o inexplicável.

Lula supera Geraldo Alckmin nas pesquisas por uma margem que não lhe confere segurança de vitória em primeiro turno. O lançamento da candidatura de Cristovam Buarque pelo PDT além de outros candidatos, um dos quais (PSC) cumprindo missão de bater em Lula a mando de Garotinho, aliados ao crescimento previsível da candidatura tucana, praticamente garante a realização de um segundo turno.
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Sob essas circunstâncias, Geraldo Alckmin parte para a disputa de 2006 em melhores condições do que Serra partiu nas pesquisas de 2002. Seus patamares nas pesquisas de hoje se equivalem aos que Serra tinha na eleição passada nessa época do ano. Mas Serra carregava o governo FHC nas costas. Em 2002, Lula corria solto, sem a mácula da corrupção marcando-lhe a face. Mesmo assim, em 2002 houve segundo turno. Em 2006 também haverá.

22 junho 2006

A SERVIÇO DO PT

Você se considera um cidadão esclarecido, capaz de discernir bem nesse emaranhado de mistificações? Revolta-se com a desfaçatez de tantos homens públicos? Não entende como Lula surfa nessa maré de lama e dispara nas intenções de voto? Percebe que ele, ou sabe de tudo e é igual aos outros, ou não sabe de coisa alguma e é o mais nocivo de todos? É contra mensalão e mensaleiros? Discorda do financiamento público de vândalos, invasores e saqueadores? Surpreende-se com o súbito enriquecimento do filho do presidente? Avalie, então, à luz disso tudo, a mensagem que não pára de ser enviada para meu correio eletrônico: "Anule o voto!".
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Uma idéia dessas só pode ter nascido na cabeça do Gushiken para ser acolhida de braços abertos pelos ingênuos. Na prática, significa que um sujeito como você, para o bem dos safados, deve ficar tão longe quanto possível das decisões que ocorrerão no próximo mês de outubro. Ou ainda, em outras palavras, eles pretendem que você deixe essa coisa de eleição para os demagogos e suas vítimas, os populistas e sua clientela, os corruptos e seus corruptores. Faz todo sentido. Sua presença no processo eleitoral e o candidato no qual, como cidadão esclarecido, poderia votar, são tipos indesejáveis, perniciosos, que somente complicam e retardam a tomada do país pelos assaltantes do poder. Então, eles querem que você caia fora, que se mande para a praia. Seus projetos o dispensam por inteiro.
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Já pensou nas conseqüências que advirão se todos os eleitores com seu perfil atenderem o que lhes está sendo solicitado? Em outubro vindouro teremos realizado os dois sonhos de Lula: a reeleição e a possibilidade de, a partir de janeiro, compor sua base de apoio com um Congresso totalmente passado a sujo.

Sim, o resultado será exatamente esse. Em 2002, é bom lembrar, 95 milhões de brasileiros compareceram às urnas e 2,7 milhões anularam o voto para deputado federal. Você imagina possível conseguir que, de repente, algo como 50 milhões resolva fazer isso em 2006, para, depois, tentar arrancar do Supremo um controverso e problemático segundo pleito? "Me engana que eu gosto!", diz o refrão popular. Mas, nesse caso, a frase toma outro feitio: "Engane-se, se gosta!". Os dois únicos resultados previsíveis dessa desmiolada campanha são: 1º) assegurar a Lula uma vitória ainda mais fácil no primeiro turno; e 2º) garantir a eleição de todos os safados que disputarem o pleito, pela simples razão de que eleitor comprado, corrupto, ou dependente dos muitos favores oficiais estará na fila de votação à primeira hora da manhã do dia 1º de outubro.
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Cabe lembrar o suicídio oposicionista venezuelano. Nas eleições de agosto do ano passado, os partidos se retiraram da disputa e o governo Chávez tem, hoje, 100% dos votos da Assembléia Nacional...
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Cidadãos bem intencionados e ingênuos podem ser tão perigosos quanto os espertos mal intencionados.
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Percival Puggina

20 junho 2006

CIENTISTAS CUBANOS? - "ISSO PODE!"

CAPITAL INTELECTUAL
19.06, 16h09
Ralph J. Hofmann


Uma crônica de Cláudio de Moura e Castro no “Ponto de vista” da Veja desta semana e um comentário do Galvão Bueno no decorrer do jogo entre a Austrália e o Brasil me lembraram um assunto em que o Brasil, por se apegar a uma mentalidade cartorial e uma certa xenofobia, muitas vezes deixou de progredir.
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Ao comentar o jogo, Galvão Bueno chamou atenção à excepcional, agradável e progressiva sociedade da Austrália, com uma enorme quantidade de nacionalidades diferentes que vieram a desenvolver o país.
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O que Galvão Bueno não mencionou foi que, grande parte desses que na década de 1950 eram chamados de “new australians”, o país veio ter após 1945. Enquanto outros países faziam mil exigências para aceitar imigrantes europeus dos campos da UNRRA (United Nations Relief and Relocation Agency), os australianos andavam pelos campos procurando pessoas que desejassem enfrentar uma vida bastante difícil, num país onde quase tudo ainda estava por fazer.
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Em 1968, após a “Primavera de Praga”, novamente a Austrália enviou pessoas a Viena, onde se acumulavam muitos dos egressos da antiga Tchecoslováquia, e dessa vez concentrou-se em fazer a triagem e recrutar pessoas com alta escolaridade, com famílias estáveis. A Qantas, empresa aérea da Austrália, foi contratada para enviar um ou dois aviões “charter” semanais com colonos à Austrália. As pessoas recrutadas iam conforme uma “lista de compras” do governo de talentos que iam desde técnicos até doutores. A absorção dessas pessoas na sociedade foi extremamente rápida. Naturalmente, médicos e engenheiros civis tiveram de prestar exames, inclusive sobre as normas australianas de trabalho.
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À época, cheguei a questionar por que o Brasil, que sofria uma fuga de cérebros qualificados, não estaria copiando os australianos. A explicação está parcialmente no artigo de Cláudio de Moura e Castro. No Brasil, até inventor precisa de diploma.
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Nos meus primeiros anos na universidade, em Porto Alegre, conheci um físico nuclear formado no Rehovot em Israel. Era brasileiro. Aqui, não podia lecionar em cursos de graduação ou sequer em escolas do ensino médio. Na falta de empregos para físicos, passou a lecionar em cursinhos pré-vestibulares, onde se tornou uma grande estrela. Mas, para ensinar num colégio estadual, teve de repetir todo o curso de física. Só que os professores não raro o chamavam para dar aula.
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Nos anos 1970, encontrei outra distorção semelhante. Dois jovens belgas, um engenheiro mecânico, o outro engenheiro eletrônico, numa época que nenhuma universidade brasileira havia formado sua primeira turma de engenheiros eletrônicos, foram trazidos ao país num programa de imigração incentivada, para trabalharem no setor de pesquisa e desenvolvimento de uma empresa nacional. Um ano depois, a empresa decidiu encerrar seu programa de pesquisa. Despediu os jovens. Enamorados pelo país, envolvidos com meninas brasileiras, eles decidiram ficar aqui. Passaram a projetar equipamentos industriais sob encomenda para produção por terceiros, para depois de ter um certo volume de trabalho e renda, um após o outro se sujeitarem a voltar à universidade por um ano para obterem um diploma brasileiro. Não conseguiram. Foram metódica e repetidamente multados pelo Crea. Lembro ainda que um dos dois belgas tinha atestados da Ferrari. Passara todas as férias da universidade trabalhando no desenvolvimento dos sistemas de telemetria que vieram a ser vitais na Fórmula 1. Quem examinou os currículos universitários deles, um outro físico nuclear brasileiro desempregado, disse que o currículo deles era muito superior ao exigido de engenheiros brasileiros.
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Na impossibilidade de trabalharem em engenharia reversa e desenvolvimento, passaram a ser vendedores técnicos e, depois, montaram uma pequena indústria. Podiam ser donos de indústria. Mas não podiam ser engenheiros. Nem mesmo para elaborar projetos a serem produzidos por indústrias com responsáveis técnicos próprios.
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A Europa e os Estados Unidos estão cheios de engenheiros e arquitetos formados no Brasil, fora outras profissões. Basta mostrarem sua competência. Agora, temos no Brasil meio-médicos, meio-curandeiros cubanos, vacinas cubanas para vírus que não existem no Brasil. Isso pode.
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Em 1945, os médicos que chegavam ao Brasil da Áustria, Hungria e Alemanha tiveram de trabalhar associados a um médico brasileiro por alguns anos, em lugares onde faltavam médicos e apenas depois de prestar exames. Era um bom sistema. Aliás, era o sistema da Inglaterra, dos Estados Unidos e da maioria dos países que recebiam imigrantes. E se justificava, pois não havia como verificar a legitimidade de diplomas de países que não raro haviam sido varridos do mapa.
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Mas a verdade é que a Austrália obteve serviços de pessoas que não apenas faltavam no país como teriam custado bilhões de dólares para educar. E isto inclui torneiros mecânicos, desenhistas e publicitários. O Brasil não teve oportunidade de usar tal atalho ao desenvolvimento. Emparedou-se atrás de uma reserva de mercado.

19 junho 2006

NEO? VOCÊ ESTÁ AÍ?

Durante um projeto que estou desenvolvendo, necessitei ir atras de fontes que misturassem referencias modernas, contemporâneas, futurísticas entre outras. Buscando em meio à minha DVDteca, agarrei Matrix. Como estava rindo muito ainda de uma discussão, se é que se pode chamar aquilo de discussão, com alguns PTralhas numa comunidade do Orkut, comecei a assistir ao filme e percebi que nao conseguia esquecer do fato ocorrido. Optei entao para fazer uma velha dinâmica que aprendi durante meu curso superior em Música: buscar elementos no filme e encontrar, no mundo real, pessoas ou coisas aos quais estes elementos correspondem.

Ok, seria cômico se nao tivesse sido trágico! Zéus! Virge Santíssima da Bicicretinha Vremêia!!!!!Nós realmente vivemos numa Matrix! Só pode ser! Explico:

Pra início, na Matrix, sendo esta criada por máquinas e estas sendo compostas por todo o aparato eletrônico de chips e tudo o mais, assim como em toda máquina, existe um desses chips que é o principal e "gestor" de tudo o que acontece. Porém, nao fica claro, no primeiro filme, quem é este chip, onde localiza-se, e assim por diante. No entanto, o que fica claro é a existência de uma "máquina" que não mede esforços para defender a integridade desde cérebro, usando o meio que se fizer necessário, doa a quem doer, mesmo que esteja do lado deles. Aqui, também existe esse "chip". Apesar das alegações insistentes de "nada sei, nada vi", fica clara, óbvia e certa quem e onde localiza-se este chip. Assim como na Matrix, a realidade e a verdade são relativizadas com a unica e exclusiva intenção de proteger a integridade deste chip.

Seguindo, temos o batalhão de frente. São aqueles que, talvez por portar um diploma de qualquer coisa - mesmo que seja duvidosa a procedência - agem como o agente Smith. Belos, cultos, sagazes, espertos, com capacidade de persuasão e mobilização. Entram e saem de onde quiserem, a hora que quiserem e, quando pensamos que estão aqui, eles aparecem na TV lá do outro lado do mundo. Quando alguém cruza seu caminho "desrelativizando tudo", nao medem esforços em invadir a privacidade deste opositor na tentativa de desmoralização total e, quando pegos em flagrante, negam e esperneiam, trocando do corpo com algum outro ser que ousar chegar perto. Ah, se estes tiverem de "zerar" a vida de algum opositor, ou ate mesmo algum "cumpanhêro" que ouse discordar de seus atos, o faz sem pudor. Depois é só, novamente, desmoralizar o "zerado" com acusações sobre a vida privada da pessoa de que ela é isso, de que ela é aquilo e por aí vai.

No entanto, alguns Smiths conseguem desvincular-se da poderosa máquina. É o que diz o agente no filme quando tem o ataque de fúria dizendo que não aguenta mais aquilo tudo, que está cansado. Alguns, talvez por consciência pesada, abandonam a nave e tornam-se oposição. Porém outros encontram-se tão presos à teia que não conseguem. Em seguida, temos os vigilantes. É aquela coisinha pavorosa mesmo. Aquela maquininha que foi construída e planejada para fazer o trabalho sujo. Todos sabem da existencia dela porém, assim como a central da Matrix, ninguem sabe onde será seu proximo ataque, contra quem, quais meios e resultados desse ataque... No real, temos os fiéis escudeiros militantes e meliantes, os vulgarmente conhecidos como PTralhas. É sabido que muitos são pagos para tal porém a grande maioria foi formatada e reinstalada nos diretórios, encontros e convenções.
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Dizem que alguns até foram mandados para o exterior para que fossem instalados programas especiais de guerrilha. Por falar em programas, é exatamente aqui que reside o principal problema dessas máquininhas de terror: depois de formatadas, somente foram instalados os programas pertinentes aos interesses da Matrix e, entre esses, bloqueadores de realidade e um exclusivo programa capaz de relativizar a verdade e a mentira, não em benefício proprio mas sim, em benefício da Matrix. Qualquer coisa fora desse submundo é relativo ou simplesmente, ataque da resistência. Estes existem aos milhões. Contentam-se e acham belo o "modus operandis" baseado em pão & circo da central.
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Há a necessidade de citar também que nas pontas dos tentáculos dessas vigilantes encontram-se aglomerações equipadas, financiadas e manipuladas pela grande Matrix também. Estas "patas" são aquelas que batem, destróem, estilhaçam, rasgam, furam, atiram e, quando denunciadas, simplesmente a trocam por outra. Algo bem parecido com o mundo real onde nao sabemos mais de quem se trata: se MST, MLST ou que diabos mais pois já são inúmeros. Logo abaixo desses temos o traidor Cypher. É, aquele mesmo da barbichinha. Estes ópios tem a função de investigadores, de espiões com uma única intenção: benefício próprio! Vendem a alma ao diabo (Matrix/PT) crentes que este alguma vez na vida cumpriu suas promessas. E ainda acreditam que, se nunca, dessa vez será diferente e eu sairei, bem na foto.

Estes não enquadram-se como agentes Smith pois contentam-se com pouco. Aqui temos, no real, aqueles que, como todo bom cabidista de emprego, nao importa o que aconteça ou falem, o que importa é o meu garantido. Não importa quantos morram de fome ou por falta de atendimento médico, o que importa é o meu saldo no final das contas. Dentro dessa cabem ainda aqueles que "falam em nome do povo" e que foram escolhidos por este povo iludido para defender seus interesses. Porém o que vemos é que quando se prova do pulso eletromagnético da Matrix, caráter, dignidade, verdade, pureza, honra, integridade e qualquer outra coisa que possa denotar algo de bom é rapidamente deletado de suas mentes, consciência e sub-consciente. TRAIDORES!

Há também aqui neste grupo aqueles que, mesmo conseguindo ter consciência de todos os erros e absurdos, traem a raça humana preferindo manter-se cômodamente em sua atual posição, negando-se a VERDADEIRAMENTE acreditar que esta instituição é falida, falsa, imoral, anti-ética entre tantas outras coisas pejorativas mesmo. Estes podem ser os piores pois, apesar dessa "consciência", relutam em libertar-se dessa teia. Talvez por viverem naquela do "toma lá - dá cá"? Ninguem sabe. Mais um mistério da Matrix.

Abaixo, temos a grande massa da população. É aquele bando de gente que bem mostra no filme, que continua caminhando, comprando e sorrindo absortos em sua alienação provocada pela realidade virtual do pão & circo gerida de acordo com a vontade e interesses da Matrix. Desconhecem completamente a realidade e sequer tem capacidade de ouvir/ver qualquer coisa que agrida seu perfeito habitat gestado pela grande máquina.

Assim como esse povo, o do mundo real, por não ter acesso a dados reais e verdadeiros, mantem-se alienados e crentes de que "tudo está bem, nunca estivemos tão bem".
São fantoches, marionetes nas mãos da grande máquina. Precisam ser salvos, precisam de ajuda, precisam ser desplugados com urgência urgentíssima do mundo do faz de conta montado pela grande máquina. Do outro lado temos a resistência. Esta resistência, no filme, tem a função de lutar e destruir essa realidade virtual escravocata que assola a humanidade. Tem a função de desvendar e destruir os chips assessores bem como o principal e libertar o povo que, na realidade, somente é utilizado como combustível para a tomada e manutenção do poder. Tem a função de proteger a cidade de Sião (pátria) ate com a própria vida se necessário for pois, destruindo Sião, Matrix reinará tranquilamente para todo o sempre.

Esta resistência busca a VERDADE e está acima das relativizações elaboradas e fundamentadas em falsas e estapafúrdias "leis" e códigos morais e éticos. Libertos da teia, conseguem ver a realidade de um país arruinado, de um povo sofrido e desamparado. Não me refiro àquela pseudo resistência que só quer tomar o poder e manter o atual padrão. Não me refiro àquela resistência anarquista que se auto-destrói em suas próprias filosofias nazistóides. Refiro-me aqui àqueles resistentes que conseguem estar acima das disputas partidárias, acima de candidatos, acima de demagogias.

Refiro-me aqui àqueles patriotas que estão cansados de ver e vivenciar tanta barbárie e que tem a consciência de que votar no "menos pior" não é a solução e simplesmente continuação da Matrix. Refiro-me aqui àqueles patriotas que, estando acima disso tudo, conseguem ver o quão utópica está a "realidade relativizada" que a Matrix insiste em nos fazer acreditar. Refiro-me aqui à coragem dos resistentes que tem a coragem de "dar a cara" para que seja imoralmente esbofeteada, descreditada e ridicularizada, tendo suas vidas destruídas e devassadas despudoradamente e que, mesmo assim, mantem-se firmes na batalha crendo em uma só coisa: a VERDADE É VERDADEIRA. Refiro-me aqui àqueles patriotas que escolheram ser os guardadores e protetores da cidade de Sião.

Pouco tempo nos resta até a hora da batalha final em outubro onde a real batalha será travada entre a poderosa Matrix e o mundo real, despedaçado, desestruturado, desamparado.No entanto, ainda nos resta a esperança de que algumas pessoas mais consigam despertar de seu estado vegetativo, voltando à consciência e possam depositar no altar central de Sião, a única arma realmente capaz de destruir a Matrix. Porém, vale lembrar que este altar, assim como todo o mundo irreal da Matrix, pode estar corrompido por traidores ainda não desmascarados e se, o voto não for consciente e autônomo (não manipulado) teremos colocado a Matrix onde ela sempre desejou desesperadamente estar: dentro de Sião.

Acorda nação! Precisamos de todos os Neos! Agora, preciso voltar à realidade dura pois ja sou desperto: trabalhar, projetar, garantir dignamente meu futuro pois não sou nem amigo, nem filho da Matrix.

Neo? Você está aí?
Fim da transmissão.......
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Escrito por Paulo Oliveira, na Comunidade Livre, "Lula, Jamais te Esquecerei"

18 junho 2006

E SE O LULA GANHAR?

A PÁTRIA DE CHUTEIRAS
16.06, 15h19

por Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga

A Internet é por excelência o território da liberdade de expressão. Naturalmente não faltam pessoas politicamente corretas, voltadas para pregações igualitárias, que costumam subestimar essa preciosa e revolucionária ferramenta moderna através da qual mentes interagem libertas de tempo e espaço, porque no Brasil ela não atinge a maior parte da sociedade. Nada mais incorreto. Mesmo porque, a tendência é a inclusão digital dos mais pobres. Assim como a televisão, o cinema, o celular, agora acessíveis para as camadas mais baixas, a Internet veio para ficar e para incluir cada vez mais gente.

Há também forte e incontestável dimensão política nesse fantástico meio de comunicação. Sem possibilidade de publicação em jornais de papel, sites e blogs permitem a divulgação de artigos e comentários. E através de listas de endereços, de grupos de discussão, de e-mails trocados, o mundo restrito das individualidades se expande e o pensamento é reciclado na aprendizagem mútua ou no fragor das discussões. A Internet é tão importante politicamente que é censurada em países como a China comunista, e mesmo entre nós já houve tentativas nesse sentido.

Na esfera virtual, portanto, se pode sentir o pulsar político de parte significativa da sociedade e, curiosamente, percebe-se na intensa troca de opiniões, sentimentos que pesquisas não traduzem. Assim, enquanto o candidato do PT à reeleição, o presidente Luiz Inácio, cresce cada vez mais nas pesquisas de intenção de voto, grande quantidade de internautas expressa revolta, indignação, perplexidade diante do que seria uma aberração política: o governo mais corrupto de nossa história está se dando bem e, aparentemente, com grandes chances de se perpetuar no poder juntamente com sua quadrilha. Triunfam os mensaleiros, os Zé Dirceus, os Delúbios, os Genoinos, os Marco Valérios, etc., todos impunes, muitos deles candidatos a cargos legislativos e sentindo-se com grandes chances de vitória. A boçalidade comanda o espetáculo circense dos discursos estapafúrdios. Vigora a hipocrisia das inaugurações de intenções. Avoluma-se a campanha daquele que não se diz candidato e ônibus lotados com eleitores das bolsas compra-voto vão comer sanduíche e bater palmas para pai Lula, o candidato de Hugo Chávez. Curvam-se o Legislativo e o Judiciário submetidos aos interesses do Executivo. Vigora a lei do cão dos chamados movimentos sociais, entre os quais também se destacam os companheiros do PCC e do Comando Vermelho. Mas nada segura o eterno candidato do PT que segue sem medo de ser feliz, porquanto montado em sua crença de que já faturou o segundo mandato. O primeiro foi só transição. No outro a chavização se completará com êxito total.

Pela Internet perpassa uma espécie de calafrio diante de tais descalabros. Intensifica-se a troca de mensagens. Um perigoso sentimento de desânimo contamina alguns para satisfação de petistas atentos ao que se passa nas emoções dos inconformados. A classe dominante petista percebe que as pessoas mais lúcidas se sentem impotentes diante das distorções que se vive. Elas sabem que não existem instituições que possam proteger a sociedade, pois o PT corrompeu todas. As oposições estão cuidando de seus interesses particulares e ainda não deram apoio mais efetivo a seu candidato. E, nesse momento, uma pátria de chuteiras parece indiferente ao destino que aguarda o Brasil. Entendemos muito de futebol. Somos xucros em política.

Inconformado com a situação, o coordenador do blog Minuto Político se despede. Não sei seu nome. Não Importa. Repassaram para mim seu desabafo. Ele traduz o pensamento possivelmente de milhões de brasileiros. Este homem se diz cansado diante da página mais negra de nossa história. Cansado de ser "um brasileiro consciente. Participativo. Preocupado com os destinos desse país". E acrescenta, entre outras coisas: "O povo se reúne aos milhares em praça pública para colocar com alegria frenética a pátria nas chuteiras da seleção, e se omite na hora de colocar o Brasil dentro de seu coração num momento em que a vergonha de ter um presidente bêbado, medíocre e conivente com toda sorte de sandices denigre uma instituição que deveria representar a galhardia do morrer pela pátria".

O desabafo é forte, como forte é o sentimento que perpassa pela Internet. Petistas devem rir desse cansaço, da sensação de desamparo de tantos brasileiros dignos, da poeira de indivíduos que sem a união de suas forças em partidos de verdade ou em grupos de interesse para valer se sentem isolados e enfraquecidos. Mas se fosse eu o coordenador desse blog não o tirava do ar. Há mais gente atenta nesse admirável mundo novo da Internet do que pode imaginar a vã politicagem da quadrilha que ora nos governa. Apátria sem chuteiras também existe. Ela pode despertar em 3 de outubro.

16 junho 2006

CURA PARA O ESQUERDISMO EM 10 ATOS

Colaborou neste texto nosso amigo orkuteiro
Mosqueteiro

Há alguns meses atrás, Michael Savage, conhecido pelo seu popular programa de rádio nos Estados Unidos, se referiu ao esquerdismo como uma doença mental. Embora essa não seja uma idéia comum, eu concordo com ela. Eu tenho visto o esquerdismo transformar algumas das pessoas mais inteligentes em meros robôs que repetem uma propaganda política e não conseguem detectar as incoerências e inverdades em sua mensagem. Suas emoções bloqueiam a lógica e os impedem de ver o óbvio.

Dada a dificuldade de tirar os esquerdistas da caverna e levá-los para a luz, eu achei que seria útil traçar um programa de 10 etapas para uma bem sucedida transição do esquerdismo para a realidade. Nós conservadores e liberais devemos lembrar que os esquerdistas precisam do nosso apoio porque não conseguem caminhar sozinhos.


Programa:

Etapa 1: Admitir que você é um esquerdista

Essa é a primeira etapa para qualquer esquerdista à caminho da recuperação. É importante compreender que você não é "a favor do progresso social", "moderado" ou "esclarecido", muito menos "iluminado". Você é apenas um esquerdista, e precisa encarar a sua situação de forma honesta, sem ilusões.

Etapa 2: Dar a sua palavra de que daqui por diante vai passar a sustentar suas crenças com fatos.

Reconheça que a verdade é mais importante do que a superioridade moral que você se atribui. Essa é a única maneira de você chegar à realidade. Você deve começar a enxergar além da propaganda ideológica do tipo Greenpeace, Frei Betto, Viva Rio, Caros Amigos, Forum de São Paulo e passar a entender as coisas como elas existem no mundo real.

Você não pode mais contestar as idéias baseando-se nas suas emoções e sensações, muito menos suas "revoltinhas" e chiliques. Você vai ter que sustentar seus argumentos com informações verdadeiras. Esse é um passo difícil, porque significa que você deve deixar de ser mentalmente preguiçoso.

Etapa 3: Reconhecer que o governo dos militares foi melhor do que o que os esquerdistas pretendiam impor no Brasil

Essa pode ser a etapa mais difícil para os esquerdinhas pacifistas hippies e metidos a alternativos. Ao admitir que os milicos que você odeia na verdade lutaram para salvar o Brasil da tirania comunista, você pode até sentir um mal estar.

Você deve relembrar que vários militares deram suas vidas para que o povo brasileiro não ficasse na mesma situação do povo cubano e que graças aos militares, você hoje pode vomitar seu ódio livremente sem censura e sem "paredón".

Se não fosse a contra-revolução de 1964, você estaria hoje vivendo sob um estado policial que jamais o deixaria acessar a internet e o faria viver com medo, tal qual é em Cuba.
Etapa 4: Aprender economia

Eu sempre defini um esquerdista como alguém que nunca aprendeu nada de economia. A maioria dos esquerdistas com quem eu conversei não conseguiriam controlar o saldo de sua conta bancária e muito menos explicar um conceito simples como o de demanda e oferta. Já é hora de dar descarga nessa sua completa ignorância do que é economia e aprender como o mundo real funciona. Esse conceito é muito importante para as próximas etapas que envolvem o comunismo, fatos sobre as empresas e a ineficiência do governo.

Etapa 5: Diga "NÃO" ao comunismo e ao socialismo

Embora esse conceito seja óbvio para todo mundo que preze sua liberdade, é um passo importante na sua recuperação. Se você tiver dificuldade com essa etapa, tente viver e trabalhar durante um ano em Cuba.

Etapa 6: Empresas não são malignas

Se você estiver lendo esse texto conectado à internet ou através de email, é graças às empresas. Se você recebe algum contra-cheque, é graças às empresas. Se você trabalha para alguma entidade sem fins lucrativos ou para o governo, você ainda deve agradecer às empresas. O setor estatal e o setor sem fins lucrativos não teriam nenhum dinheiro para exercerem suas atividades e pagar o seu salário se não fossem as empresas privadas.

Também é importante que você entenda que obter lucro não é igual à "ganância" ou "exploração". O capitalismo tem criado as sociedades de melhor nível de vida na história. Até mesmo países comunistas precisam das empresas para sobreviver, então comece a encarar a realidade.

Etapa 7: O governo é ineficiente

Se você é um desses esquerdistas que acreditam que o governo deve criar mais e mais impostos para tomar conta da sociedade, você precisa se concentrar nessa etapa. Você precisa reconhecer que a burocracia do governo vai desperdiçar a maioria do que é pago em impostos, enquanto que o setor privado vai empregar muito melhor o dinheiro que obtém de seus consumidores.

Até mesmo os políticos esquerdistas entendem isso até certo ponto, e é por isso que o PT está rechaçando a maioria das idéias esdrúxulas que tentou passar quando ainda era oposição. Se você precisar refrescar sua memória quanto à ineficiência do governo, vá até um guichê de alguma repartição pública e tente obter alguma informação ou documento.

Etapa 8: A natureza não é sua "mãe" e não vai acabar

Já chegou a hora de parar de dar dinheiro para o Greenpeace ou qualquer outra dessas organizações econazistas que você apóia. Encare a realidade de que o planeta, a sociedade e o ambiente está melhor hoje do que em toda a história e que está continuando a melhorar.

Eu sei que muitos de vocês ecofanáticos abraçadores de árvores comedores de granola vão ter muita dificuldade em abandonar o pânico ambientalista. Eu sugiro a leitura do livro "The Skeptical Environmentalist" do autor Bjorn Lomborg.

O Lomborg é um ex-membro do Greenpeace e é um professor de estatística em uma universidade da Dinamarca. Ele tentou provar que a natureza estava acabando mas se surpreendeu ao ver que estava acontecendo exatamente o contrário.

Etapa 9: Pare de fumar maconha ou de se entorpecer com o que quer que seja

Agora, alguns de vocês vão ter que arrumar um programa de 10 etapas para parar de se drogarem.

A maconha distorce seu senso de realidade e você deve parar de consumí-la. Além disso, você não vai sentir tanta fome.

Etapa 10: Pare de deturpar a história

Admita que Comandante Marcos, FARC, Kim Il, Saddam Hussein, Fidel, Che Guevara e os demais líderes anti-americanos e comunistas são tiranos genocidas e facínoras sem escrúpulos. Admita que G. W. Bush venceu as eleições americanas de forma limpa e que graças à Ronald Reagan a Guerra Fria finalmente acabou e o império soviético foi derrotado.

Depois de ter completado todas essas etapas e ter superado o esquerdismo, compartilhe seu despertar com as outras pessoas que ainda não tiveram a sorte de se libertarem dele. Vá até onde o rebanho esquerdista mais próximo se reúne e espalhe a boa nova de que você se libertou dos grilhões da ignorância que ainda os prende.
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Vida longa a Rainha!

Touchet!

15 junho 2006

ROUBA MAS FAZ?

14/06/2006 - por Jorge Hori

Os resultados mais recentes das pesquisas indicando uma boa aprovação de Lula e, na contraposição, baixos índices de rejeição, indicariam dois fenômenos:

• o primeiro de que os valores éticos não são prioritários para a sociedade, como um todo, prevalecendo uma visão positiva do governo Lula, e do próprio, seja pelos de maior renda, beneficiados por uma política de elevada remuneração do capital, como daqueles de menor renda, beneficiada pelos programas sociais;

• o segundo, de os "formadores de opinião" que estão nas revistas, nos jornais e na televisão, constituem uma minoria que, quando muito, só formam a opinião deles mesmo.

Achar que Lula nada tem a ver com o "mensalão" (que segundo o PT nunca existiu, sendo, portanto, uma ficção, uma imaginação da oposição), com o próprio Caixa Dois (reconhecido, mas admitido como usual - todo mundo usa) e outras falhas éticas, pode ser um processo que a psicologia chama de racionalização. A gente cria uma imagem desejável e passa a acreditar nela, como se fosse a real.

Os formadores da opinião pública procuram espalhar o vírus da imoralidade de Lula, mas não conseguem difundir. O povo parece estar com fortes anticorpos, contra o risco dessa epidemia.

Se o Brasil está bem, com estabilidade monetária (o que o povo chama de sem carestia) e crescendo economicamente (ainda que pouco), por que não sufragrar Lula para um segundo mandato?

Continuar com Lula, parece à maioria dos eleitores melhor do que arriscar uma mudança. Até porque a alternativa não parece ser de mudança. Apenas de fazer melhor o que vem sendo feito.

Se Alckmín é um bom gerente, não seria o caso de reeleger Lula como presidente e chamar aquele para ser o gerente da máquina federal? Alckmín seria mais candidato ao lugar de Dilma Rousseff ou de Guido Mântega do que do próprio Lula.

Lula continua numa trajetória vitoriosa. Duas coisas podem abalar essa trajetória:

• uma crise econômica, que virá - certamente - mas poderá ser adiada para depois das eleições;

• a mudança de posição dos valores éticos, nas prioridades da sociedade, o que só ocorrerá como uma "epidemia social".

12 junho 2006

DISCURSO DE ALCKMIN EM BELO HORIZONTE

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QUE TEMPOS SÃO ESSES? TRISTES TEMPOS
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Geraldo Alckmin (discurso como candidato oficial do PSDB a presidente da República - BH 11/6/2006

Esta festa é o primeiro passo de uma grande caminhada para mudar o Brasil. É simbólico que esta jornada se inicie aqui, em Minas Gerais, terra de patriotas e de idealistas. Terra de gente como Tiradentes, Juscelino, Tancredo e o nosso anfitrião, Aécio Neves.

Quero me dirigir não só a vocês, companheiros de Convenção, mas a todos os brasileiros. Exponho aqui minhas idéias, minhas convicções, minha visão sobre a realidade brasileira, minhas propostas e a minha motivação para ser candidato a Presidente do Brasil.

Posso resumir meus objetivos em poucas palavras: quero um Brasil mais justo, menos desigual, com menos miséria, mais oportunidades. Com crescimento econômico acelerado e permanente. São objetivos ambiciosos, mas não há bom vento para quem não sabe onde quer chegar. Eu sei. O atual Presidente recebeu um País modernizado, pronto para crescer. Teve o mundo em grande expansão econômica. Mas errou muito. O Brasil perdeu.

No ano passado, na América Latina, o Brasil só cresceu mais do que o Haiti, um país pequeno e despedaçado pela guerra. Em 2002, o Brasil respondia por 56% de tudo o que se produzia na América Latina. No ano que vem, segundo projeções dos organismos internacionais, vamos produzir só 47%. Estamos perdendo terreno, mesmo comparados a vizinhos que sempre foram mais frágeis e mais lentos. Não há propaganda ou discurso que esconda essa constatação: o Brasil de Lula ficou para trás. Apequenou-se.

Pior: além do crescimento medíocre, o Governo Lula não fez nada, absolutamente nada, para que as condições de crescimento no futuro sejam melhores. Nenhuma das reformas estruturais. Nada. Não avançamos na infraestrutura, andamos para trás nas agências reguladoras, pioramos no front do sistema tributário, aumentamos o custo Brasil com a adição do custo PT.

Com a taxa de juros mais alta do mundo, com impostos levando 40% da riqueza produzida por ano; com a manutenção das desigualdades regionais; com as estradas esburacadas e a infraestrutura abandonada; com sua burocracia; com o empreguismo, o Governo é responsável por um ambiente pouco propício ao empreendimento; ao investimento produtivo; à geração de riqueza; à criação de postos de trabalho.

Fazer a economia crescer é um clamor da sociedade brasileira hoje. E será a obsessão de meu governo a partir do ano que vem. Crescimento econômico não cai do céu. Exige planejamento, ação, trabalho sério. Fazer o Brasil crescer com inclusão social será a minha tarefa. Não vou cair nas discussões estéreis.

Crescimento ou estabilidade é um falso dilema. O Brasil precisa dos dois. Crescimento sem estabilidade é fraude. Não existe.
Estabilidade sem crescimento é perversão. Não deveria existir.
Para um país como o nosso, a inserção no mundo não pode e não deve ser tratada como imposição, ou falta de opção. Ao contrário, deve se afirmar como opção soberana, que permite e facilita o melhor aproveitamento de todo o seu potencial.

Não devemos perder tempo com reclamações ou tentar retardar nossa integração com o mundo. Devemos aproveitar as oportunidades.

Por isso, a política externa é cada vez mais relevante para o desenvolvimento de um país como o Brasil. Temos muito a contribuir para o aprimoramento das instituições globais, da mesma maneira que podemos nos beneficiar com a integração soberana ao mundo global. É preciso - e o faremos - substituir a retórica vazia por resultados concretos, em consonância com os interesses do Brasil.

Desastre é um adjetivo leve para caracterizar a política externa do governo Lula. Sem projeto e preso a fantasias ideológicas, o atual governo gastou o mandato em gestos de mera marquetagem, busca de cargos em organismos internacionais e relações perigosas com aventureiros de ocasião. Muita cena, muita imagem e nenhum resultado.

Empresas brasileiras são forçadas a investir no exterior, para ganhar acesso a mercados prioritários, que estão fechados ao Brasil. Enquanto o México celebrou mais de 30 entendimentos bilaterais, os Estados Unidos concluíram ou estão em vias de concluir outros tantos, o Brasil completou poucos e modestos acordos. Estamos exportando empregos.

O Mercosul passa pela crise mais séria, desde a sua criação. E não se enxerga lógica na atuação, ou omissão, do governo brasileiro. Não é possível ser tolerante com a imposição de barreiras comerciais descabidas. Em vez de mais proteção, o Mercosul precisa de mais competição, mediante a adoção de um cronograma sério para remover as barreiras protecionistas e as muitas exceções e perfurações que retiram credibilidade e previsibilidade ao acordo.

O Brasil está no meio do caminho entre pobres e ricos, entre subdesenvolvidos e desenvolvidos. Esta deve ser a ótica da nossa política externa. De um lado, solidariedade e parceria com nossos irmãos em desenvolvimento. De outro, temos interesses e responsabilidades que nos aproximam do mundo desenvolvido, as quais devemos assumir plenamente, sem constrangimento ou demagogia.

Os maiores entraves imediatos ao nosso crescimento econômico são conhecidos: carga tributária demais, investimentos de menos e um Estado ineficiente no cumprimento de suas funções básicas, da provisão de estabilidade institucional à educação e segurança pública.

A elevadíssima carga tributária seria por si só um problema para o crescimento do país. Torna-se um obstáculo quase intransponível, quando associada à baixíssima capacidade de investimento em infraestrutura, à ineficiência do setor público como provedor de saúde, educação, segurança e justiça e aos pesadíssimos compromissos assumidos no passado com a previdência social.

Vou direto ao ponto. Meu compromisso é enviar ao Congresso,na primeira semana de Governo, projeto de reforma tributária que simplifique o modelo, estimule novos investimentos e busque eficiência. Em São Paulo, desde o governo Mário Covas, reduzimos impostos de mais de 200 produtos e serviços. Vamos fazer isso no Brasil.

Da mesma forma, reduzimos ou isentamos a carga tributária de mais de meio milhão de pequenas empresas. Vamos fazer isso também no Brasil, com tributos federais. Milhões de micro e pequenos empresários lutam para sobreviver, e dão uma contribuição relevante para a geração e distribuição de renda, gerando ocupação e emprego.

Os pequenos empresários são os mais penalizados pela quase estagnação da economia brasileira nos últimos anos, quando a maioria dos países do mundo crescia aceleradamente. Eles não têm acesso a créditos especiais, pagam as taxas de juros mais elevadas do mundo e têm que enfrentar uma enorme burocracia se quiserem existir formalmente.

O resultado desta mistura de impostos elevados e burocracia ineficiente é levar cidadãos honestos à ilegalidade, à informalidade, deixando-os expostos aos eventuais achaques de funcionários desonestos e às penalidades da lei. A informalidade é uma doença que mina a capacidade do empreendedor.

Vamos trabalhar nisso. Vamos criar um ambiente institucional e legal capaz de atrair os milhões de empreendedores para a economia formal, permitindo que trabalhem com tranqüilidade e que cresçam gerando emprego e renda.

Hoje, o Brasil é escravo do Governo, que gasta muito e gasta mal. Vamos consertá-lo para que sirva ao povo, e não o inverso. Estou determinado a cortar despesas supérfulas, reduzir o peso da máquina pública inútil, definir prioridades na alocação dos recursos, fazer render o dinheiro da sociedade. E à medida que o gasto for racionalizado, os impostos vão ser mais reduzidos, contribuindo para estimular ainda mais o crescimento, abrindo espaço para mais investimento e mais crescimento.

O atual presidente criou 12 ministérios, inchou a máquina estatal com amigos do partido derrotados nas urnas, aparelhou o serviço público com companheiros cuja única qualificação era o uso do distintivo partidário.

Assumo aqui mais um compromisso: vamos cortar esses ministérios criados à toa; cabides de emprego. Parece pouco, mas não é. Não é pouco em volume de dinheiro e não é pouco, principalmente, como exemplo.

É uma aberração que, em pleno século XXI, ainda tenhamos que ressaltar a necessidade de medidas para gastar bem os recursos do Estado. Gastar bem o dinheiro público não deveria ser um plano de governo, mas sim uma obrigação.

Tenho uma visão de Estado que não comporta amadorismos. O Estado, em especial o brasileiro, não pode se limitar ao seu papel de regulador, embora essencial e estratégico. Estimular o crescimento econômico e promover o bem-estar social, pressupõe mobilizar energias, somar esforços e dividir competências e responsabilidades - entre o setor público e privado e, no interior do setor público, entre Governo Federal, Estados e Municípios.

Os serviços e as ações que os municípios, e depois os estados, puderem executar, a eles serão transferidas, junto com recursos, de modo que o governo federal se concentre no planejamento, na coordenação nacional e fomento de ações de desenvolvimento.

A incompetência e corrupção do atual governo agravaram as dificuldades estruturais do Estado brasileiro para projetar, induzir e fomentar os investimentos públicos e privados necessários para sustentar o crescimento.

Mais que reformar, é preciso reinventar o Estado brasileiro em todo seu conceito. O setor privado já demonstrou seu dinamismo. Um novo Estado brasileiro desenvolvimentista, que terá como prioridade a promoção do crescimento sustentável com inclusão social e redução das desigualdades regionais, não pode despender energia e recursos fazendo o que o setor privado pode e tem condições de fazer. Por isso, o Estado moderno não pode, sob nenhum pretexto, ser um obstáculo para a ação socialmente responsável do setor privado.

Vamos definir marcos regulatórios apropriados, que estimulem os investimentos e ao mesmo tempo modulem o comportamento e decisões do setor privado às regras de convivência desejadas e aceitas pela sociedade. Vou recuperar a capacidade de planejamento no setor público, atividade hoje praticamente abandonada. O atual governo vive do improviso e da sobrevivência às crises contínuas.

O ponto de partida para a recuperação dessa capacidade é a adoção de orçamentos realistas, que representem com clareza as prioridades e deixem de ser objeto de barganha política para liberação e alocação de recursos.

Vou trabalhar com a máxima transparência, usando as ferramentas de governo eletrônico. Vou prestigiar as carreiras públicas e a meritocracia, investindo na capacitação de uma burocracia forte, estável, qualificada e bem paga.

Essa nova postura vai nos ajudar a superar uma das facetas de um Brasil arcáico: a disparidade entre as regiões. Vamos agir ativamente para diminuir as disparidades regionais. Para desconcentrar. O Brasil tem de progredir por inteiro. Em todas as regiões. De novo, parece óbvio, mas não é. Há centenas de obras do Governo Federal paradas no País. Há centenas de projetos que não andam e que, se andassem, mudariam o quadro de desenvolvimento regional.

Ainda hoje o Centro-Oeste, Nordeste e Norte apresentam indicadores econômicos e sociais substancialmente inferiores à média do Brasil. Se, no passado, o Brasil errou por entender que a desigualdade regional poderia ser reduzida apenas com incentivos aos investimentos privados, o governo atual erra ao imaginar que desigualdade regional se combate com a simples distribuição de bolsas.

Erra de novo ao imaginar que desenvolvimento se faz com inauguração de editais ou de estradas de ferro imaginárias, como a Transnordestina, ou obras virtuais, numa clara tentativa de iludir a população na véspera da eleição. É preciso dar um basta nisso tudo. As regiões menos desenvolvidas não podem ser tratadas como pedintes da nação.

Todas têm recursos, grande potencial e vantagens econômicas, algumas já evidentes e outras a serem exploradas. O maior obstáculo para a superação das desigualdades regionais não é o fator geográfico, mas sim a falta de visão do governo, que é incapaz de distinguir os potenciais competitivos dessas regiões.

Quase 50 anos de políticas regionais concentradas apenas no fomento ao investimento fixo privado, revelam as limitações para superar as desigualdades. Vamos mudar junto com o estímulo ao investimento privado, vamos fazer investimentos em infraestrutura e nas pessoas, sem o que não há desenvolvimento.

É inaceitável que, ainda hoje, a qualidade da educação de uma criança e o seu acesso à saúde sejam determinados pelo seu local de nascimento. Não aceito que o local de nascimento possa determinar o futuro de uma criança. Reduzir as desigualdades regionais é acabar com as diferenças de oportunidades. E o meu governo não poupará esforços para dar passos gigantescos nesta direção.

Esse é um compromisso que assumo, diante da Nação.
Junto com a economia, nossa prioridade será a educação. Não há País que tenha progredido sem investimento e esforço enormes em educação. Cada vez mais, a escola deve ocupar um papel central na vida, não só dos estudantes, mas de suas famílias e da comunidade, articulada com as políticas de trabalho, saúde, segurança, cultura e lazer.

O governo do presidente Fernando Henrique conseguiu colocar praticamente todas as crianças no ensino fundamental. O número de alunos que completavam o primeiro grau aumentou cerca de 80% e a matrícula no ensino médio regular mais de 70% nesse período. O grande responsável por esse salto foi a criação do Fundo para o Desenvolvimento do Ensino Fundamental - Fundef, em 1996.

E aqui é preciso destacar: embora representasse grande aumento de recursos para a educação e aumento de salário para os professores, o Fundef teve a oposição cerrada e o voto contrário do PT, partido do qual Lula era presidente. É de se estranhar que, tendo prejudicado tanto o avanço do ensino num passado recente, o candidato se sinta à vontade para pontificar sobre a importância do educação.

Por falta de foco, competência e continuidade administrativa, o atual governo pouco avançou na educação. Três ministros com prioridades diferentes se sucederam em menos de três anos. Programas importantes, herdados do governo Fernando Henrique, e mesmo iniciativas do atual governo, foram abandonados sem justificativa plausível. O Fundo para o Desenvolvimento do Ensino Básico - Fundeb, pelo qual se propõe substituir o Fundef e que ampliaria o acesso à educação, ainda não saiu do papel.

A maioria dos brasileiros, mas não todos, já compreendeu a importância da educação para o seu desenvolvimento pessoal e o de seus filhos. Uma preocupação básica do meu governo será fixar de uma vez por todas na consciência dos cidadãos comuns e dos agentes públicos o valor da educação como ferramenta de desenvolvimento pessoal e nacional ao mesmo tempo.

Não permitirei que se dispersem recursos, retrocedendo nos avanços obtidos com o Fundef. Não podemos perder o foco no ensino básico, a grande prioridade que permitiu a países como a Coréia do Sul darem um verdadeiro salto de desenvolvimento.
Ainda mais porque, em comparação com países desenvolvidos, e mesmo com outros países emergentes, os brasileiros adultos ainda têm escolaridade baixa: em média, apenas 6,7 anos de estudo.

Isso limita seu acesso a bons empregos e compromete o potencial de desenvolvimento do país como um todo, em um mundo em que o domínio do conhecimento é o grande diferencial de produtividade.

Os recursos federais serão destinados a melhorar a qualidade do ensino. Em São Paulo, no meu governo, conseguimos estender a todos os professores o acesso ao curso superior. Todos, agora, tem diploma universitário. Quero levar essa experiência bem sucedida para o Brasil.

Como presidente, vamos trabalhar para aumentar progressivamente o turno escolar, começando pelas áreas mais pobres e expostas à violência, como também foi feito em São Paulo. De quatro horas de aula por dia, passamos a cinco, depois, 3 dias por semana, seis horas-aula. Agora, em mais de 500 unidades, já estamos caminhando para a escola de tempo integral.

Minha meta como presidente é completar a informatização das escolas e facilitar o acesso pessoal dos professores e alunos à internet. Vamos abrir as portas das escolas às famílias dos alunos e à comunidade local; e melhorar a gestão escolar incorporando processos de avaliação e incentivos focados no aproveitamento dos estudantes.

Em nossa proposta de educação para o desenvolvimento, a meta é universalizar o ensino médio. E isso servirá tanto à formação do cidadão, quanto a capacitação do trabalhador. Esta deve responder com flexibilidade às necessidades da economia em rápida transformação e encarar o trabalhador como empreendedor, um agente da inovação, seja na condição de autônomo, empregado ou empregador.

No Brasil o ensino técnico foi principalmente utilizado como meio apenas para o ingresso dos estudantes no ensino superior. Com isso desviou-se de sua missão primordial de formar competência profissional adequada às necessidades dos diferentes mercados de trabalho em constante mutação. As escolas técnicas não podem ser vistas como concorrentes ou substitutas do ensino médio, mas como complementares e voltadas para qualificar os jovens e permitir sua inserção ao mercado cada vez mais exigente em termos de capacitação técnica.

A experiência de outros países, e de alguns estados brasileiros, confirma que a educação profissional pode criar um circulo virtuoso que permite a inclusão social pelo emprego, e não por programas compensatórios. No Governo de São Paulo, tive a satisfação de aumentar a rede de escolas técnicas e a das Fatec, Faculdades de Tecnologia públicas e gratuitas cada vez mais identificadas com as necessidades das regiões onde estão instaladas.

Educação para o emprego será, de imediato, instrumento prioritário de inclusão social dos jovens, abrindo novas perspectivas e oportunidades de progresso e ascensão profissional e social para aqueles que busquem dar continuidade ao processo educacional.

As universidades federais serão estimuladas a se engajar crescentemente no desenvolvimento do ensino básico e da capacitação para o trabalho, especialmente via formação e aperfeiçoamento de professores e instrutores.

As parcerias com organizações não-governamentais serão ampliadas com critério, mas sem preconceito, suplementando os recursos públicos, especialmente na prestação de assistência sócio-educativa aos alunos da rede pública e em programas de capacitação para o trabalho.

Daqui a 20 anos, o Brasil será tão bom quanto a atenção que dermos hoje às nossas crianças. Proteger as crianças mais pobres e garantir, a todas, saúde e educação de qualidade é a chave da estratégia de desenvolvimento social que nosso governo irá implementar.

O atual Presidente herdou dos antecessores uma rede de proteção social que, em 2002, se estendia a mais de 38 milhões de brasileiros: 6,4 milhões de beneficiários da aposentadoria rural e seus dependentes; 2,1 milhões da renda mensal vitalícia e da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS; 4,7 milhões do seguro-desemprego e seus dependentes; 900 mil do seguro-safra; e 7 milhões de famílias assistidas pelos programas de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, Bolsa-Escola e Bolsa-Alimentação.

O PETI, Bolsa-Escola e Bolsa-Alimentação, criados pelo governo Fernando Henrique, significaram um salto de qualidade nas políticas sociais, ao estenderem às crianças a proteção antes limitada aos idosos e adultos. Além disso, inovaram ao combinar o auxílio em dinheiro a ações de educação e assistência à saúde, visando ajudar os filhos dos pobres a escapar da armadilha da pobreza.

Vamos retomar o acompanhamento das transferências de renda associadas à educação, saúde, segurança e oportunidades, para assegurar, de fato, a superação da pobreza.

Na Saúde, como na Educação, o Brasil também andou para trás nos últimos anos. Não preciso lembrar o quadro caótico do atendimento público de saúde, embora o atual presidente o veja como "quase perfeito", o que demonstra mais uma vez que ou ele é cínico ou vive em outro mundo, totalmente mal-informado.
Minha visão é outra.

Precisamos trabalhar - e muito - para melhorar o sistema público de saúde. Precisamos trabalhar - e muito - para ampliar o acesso, a oferta dos serviços de saúde e para melhorar o atendimento. O primeiro passo para resolver um problema é reconhecer que ele existe. E não, como o atual presidente, fingir que não o vê. Sou médico de formação.

Conheço o sistema. No Governo de São Paulo, entregamos 19 novos hospitais à população, recuperamos e expandimos a fábrica de remédios, fizemos a primeira fábrica de vacinas da América Latina, criamos um programa que distribui, de graça, 41 tipos de remédios à população. A mortalidade infantil caiu significativamente, o sarampo foi erradicado e há muitos e bons avanços em muitas áreas da saúde. A experiência de vida me diz que é preciso enfrentar os desafios. Sem bravata, sem discurso. Com esforço permanente.

Como presidente, vou melhorar a gestão do SUS, fazendo mais e melhor com cada real gasto. Vamos melhorar a organização, enfrentando o problema da fragmentação da assistência, definindo claramente o papel de cada nível de gestão. Vamos investir na formação de recursos humanos especializados e investir na saúde preventiva. Reorganizar a política de acesso a medicamentos é componente essencial da proteção e recuperação da saúde.

Há muito por fazer. E é preciso começar pela lei. É preciso aprovar no Congresso a lei que regulamenta a emenda constitucional 29, que assegura os recursos mínimos para a Saúde. A emenda é fruto do trabalho do ministro Serra e do apoio do presidente Fernando Henrique. Foi um avanço. Mas a aprovação da lei está sendo bloqueada pelo atual governo. E com isso fica aberta a brecha aos estados, municípios e à União que não querem aplicar o mínimo legal no sistema de saúde.

Como fez, aliás, o governo Lula, denunciado há dias, pelo Tribunal de Contas da União, por ter deixado de aplicar R$ 1,6 bilhão, na Saúde, ano passado. Portanto, não é por acaso que o sistema tem tantas deficiências. As diferenças regionais nos indicadores de saúde são alarmantes.

É urgente reduzir as desigualdades de assistência, investindo mais nas regiões Norte e Nordeste. Vamos construir o sistema de saúde com a qualidade e competência gerencial que todos os brasileiros desejam e merecem. Qualidade, a humanização, acolhimento, visão integral, isso tudo depende do compromisso dos profissionais da saúde, que serão valorizados.

Saúde, Educação e Segurança fazem parte do tripé essencial de serviços que precisam de dedicação extra e investimentos. No caso da segurança, o futuro governo vai atuar com rapidez e ousadia.

É meu compromisso lançar, na primeira semana de governo, um conjunto de medidas que melhorem a articulação entre as forças da lei e aumentem o trabalho e o resultado da União no setor.

O atual governo federal tem se omitido diante dos desafios do crime. O plano nacional de segurança pública apresentado no começo de 2003 foi abandonado e seus recursos cortados. O primeiro passo para enfrentar a crise é cada nível de governo, começando pelo federal, assumir com clareza suas responsabilidades específicas pela segurança pública. Responsabilidade sem tergiversação.

O Brasil precisa tanto de educação de qualidade e emprego para seus filhos como de polícia eficiente, justiça rápida e prisões seguras para se defender dos criminosos. Sugerir que uma coisa substituiria a outra é tripudiar sobre a aflição das famílias que sentem falta de ambas. Não se deve ter complacência com o crime porque o País é injusto.

Os especialistas concordam que, mais do que a severidade da pena, é a certeza da punição que pode desencorajar a prática do crime. O exemplo, bom ou mau, vem de cima. O clima de cinismo e impunidade instaurado pelo atual governo em favor de seus correligionários e aliados é um péssimo exemplo.

Vamos praticar, em vez disso, a indulgência zero, começando pelos políticos.A repressão ao crime organizado, notadamente ao tráfico de drogas e de armas, que cruza as divisas estaduais e as fronteiras nacionais, compete pela Constituição à Polícia Federal. As autoridades federais que oferecem "apoio" episódico aos estados esquecem convenientemente que elas próprias deveriam estar na linha de frente do combate a essa espécie de criminalidade.

O crime desorganizado é localizado e sua prevenção e repressão cabem primordialmente aos estados. Mas são leis federais que estabelecem as regras gerais de organização e funcionamento das polícias civil e militar, da justiça criminal e dos sistemas penitenciários estaduais.

É preciso reforçar a inteligência da Polícia Federal e estreitar sua cooperação com outros órgãos federais (Receita, Banco Central, COAF, Abin, Forças Armadas), as polícias estaduais e o Ministério Público. O combate à corrupção será intransigente, mesmo porque é por meio dela que o crime organizado se infiltra no aparelho do Estado.

Tudo isso exige, além recursos humanos e materiais, uma moldura institucional adequada. O capítulo de segurança pública da Constituição prevê duas leis que até hoje não foram aprovadas: uma para definir a competência da Polícia Federal em relação às "infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme"; outra que "disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades". O futuro governo dará urgência à elaboração dessas leis, visando criar uma base jurídica sólida para integrar e dar foco às ações dos órgãos federais e estaduais de segurança no combate ao crime organizado.

A competência legislativa da União também pode e deverá ser usada para impulsionar a reforma das polícias estaduais. Um Conselho Nacional de Segurança Pública fortalecido como instância, não meramente consultiva, mas normativa, será mais efetivo em promover a troca de informações e experiências entre os estados e, a partir desse intercâmbio, estabelecer padrões de treinamento, banco de dados, equipamento e operação de suas polícias e das guardas municipais.

Não menos importante, o futuro governo levará adiante a atualização do Código de Processo Penal com vistas a desburocratizar e tornar mais expeditas a investigação e julgamento dos delitos.

Há ainda outras providências que não cabe detalhar agora. Minha posição nessa área, como em outras, sempre foi muito clara. Não vamos tolerar o crime. Vamos combatê-lo. De maneira dura, firme. Com todas as forças legais disponíveis. Sem vacilação. A guerra contra o crime, no mundo moderno, é uma guerra permanente: 24 horas por dia, 7 dias por semana. Batalha por batalha. Às vezes se ganha, às vezes se perde.

Mas cabe aos governos, numa Democracia, não permitir que o Estado de Direito e as regras de convivência sejam solapados pela ação criminosa. O monopólio da força é do Estado.

O Brasil precisa de uma reforma política. É um tema difícil para qualquer presidente, pois há muitos interesses enraizados e que não admitem ser contrariados. Mas não vou me omitir. Como presidente, vou propor a discussão e as mudanças em que acredito, em termos francos e honestos. Da fidelidade partidária à discussão sobre o voto distrital misto.

O essencial, no caso, é combater a descrença no sistema e aproximar os representantes dos representados. Com o desgaste da atividade política, disseminou-se, no Brasil, a falsa idéia de que todos os políticos são iguais. Não são, não. Somos muito diferentes, por exemplo, dos nossos adversários que hoje estão atolados na lama moral que eles próprios criaram.

Ao contrário deles, podemos nos orgulhar da nossa história, dos nossos atos, das nossas ações. Da nossa coerência e da nossa honestidade. Podemos nos orgulhar das nossas idéias, do nosso presente e do nosso passado.

É isso o que conta. A história, a biografia, os valores, as crenças, o comportamento. O caráter. Se temos palavra e se não traímos nossas promessas e nossos ideais. E nós não traímos.

O povo brasileiro não é corrupto. O povo brasileiro não é mentiroso. O povo brasileiro não é preguiçoso. O povo brasileiro não é omisso. O povo brasileiro não é enganador.O povo brasileiro não é cínico. O seu presidente também não pode ser.

A presidência do Brasil é o centro para onde convergem os sonhos e as expectativas dos brasileiros. Por isso, quem lá se sentar precisa ter a capacidade de sonhar. Mas sonhar não basta. É preciso dar vida aos sonhos. Realizar. Minha missão é restaurar a confiança dos brasileiros no Governo da República. Devolver dignidade e seriedade ao cargo.

Minha missão é fazer andar - e andar rápido -- um projeto de desenvolvimento para o Brasil, que torne o nosso País mais forte, mais moderno, mais rico. Mas, ao mesmo tempo, mais justo, mais fraterno, mais igualitário.

Minha missão é governar para incluir. Para diminuir desigualdades. Para assegurar oportunidades. Para construir soluções coletivas para os problemas coletivos. Para assegurar que o Brasil possa crescer economicamente e que todos os brasileiros possam se beneficar desse progresso. Aos mais fracos e aos mais necessitados, um apoio maior. A todos, a certeza de que vamos construir uma Nação melhor. Minha missão é construir a maioria necessária para a realização desse projeto brasileiro. Tenho certeza de que vou conseguir.

Quero ser um presidente à altura do Brasil, um presidente à altura do povo brasileiro. Um líder verdadeiro, um presidente como o Brasil precisa e merece, não pode se omitir; não pode dizer que "não sabia"; não pode fingir que não tem responsabilidade sobre as coisas; não pode achar que nada é com ele. Não sou assim. Não serei assim na presidência. A garantia é a minha história, a minha biografia.

O que os brasileiros viram nos últimos anos não tem paralelo na história do nosso País. Nunca houve tanta desfaçatez e tanto banditismo em esferas tão altas da República. Mensalão, corrupção nas estatais, dólar na cueca, dólar em caixa de bebida, malas de dinheiro, propinas, compra de deputados, sanguessugas do dinheiro público. O aparelho de estado tomado de assalto por quem devia geri-lo, especialmente por um partido político que deixou o Brasil vermelho de vergonha.

Que tempos são esses, em que um procurador-geral da República denuncia uma quadrilha de 40 criminosos e no meio da lista estão ministros, auxiliares do presidente, amigos do presidente? Que tempos são esses, no Brasil, em que a cada vez que ouvem uma notícia sobre a quadrilha dos 40, os brasileiros pensam automaticamente, em silêncio: e o chefe? Onde está o chefe, o líder dos 40 ladrões?

Tristes tempos. Tristes tempos que, tenho certeza, vão acabar. Porque os brasileiros não aceitam a desonestidade e a traição dos que foram depositários dos seus sonhos. Meus amigos e minhas amigas. Nossa jornada começa, hoje, aqui em Minas. Vamos com entusiasmo mostrar aos brasileiros que o Brasil tem jeito; que o Brasil pode, e vai, melhorar. Vamos à vitória. E meu muito obrigado."

11 junho 2006

MST PRETENDIA INVADIR O PALÁCIO DO PLANALTO

Preso diz que sem-terra planejavam invadir Planalto, não câmara

Folha de S.Paulo
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Em depoimento à Polícia Legislativa, o militante do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) Arildo Joel da Silva disse que o destino do grupo que invadiu a Câmara dos Deputados, na última terça, era na verdade o Palácio do Planalto.
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"(Os manifestantes) iriam até o Palácio do Planalto, onde iriam "botar pressão", o que significa fazer ocupação", afirmou Silva no depoimento, no dia 7. O objetivo da pressão seria, segundo ele, forçar o governo Lula a reconhecer o movimento e liberar terras para assentamentos. Consta do depoimento que a decisão de seguir para Brasília foi tomada em reuniões do MLST no final de maio. Quanto ao acerto para invadir o Planalto, teria sido feito na própria capital federal, na manhã de 6 de junho, dia da invasão e da depredação da Câmara.

Silva disse "que foi enganado pelos líderes do movimento, que inicialmente disseram que iriam ao Palácio do Planalto, mas conduziram todos para a Câmara". O militante foi flagrado atirando uma pedra contra um segurança da Câmara.

Também ouvido pela Polícia Legislativa, o líder do MLST, Bruno Maranhão, atribuiu aos colegas de movimento a responsabilidade por "ter feito toda aquela bagunça", em referência à destruição de portas de vidro, balcões e terminais de informações. Ele afirmou que a "visita" ao Planalto não foi planejada e que o encontro seria no Salão Verde da Câmara.

Maranhão afirmou no depoimento "que a coordenação (do MLST) sempre orienta os seus membros para que toda a manifestação seja ordeira e pacífica" e que o acontecido "não foi planejado anteriormente".Maranhão acabou desmentido pela gravação produzida pelo também militante do MLST Maurício Veroneze. Com uma câmera, ele registrou uma reunião em Brasília na qual foram feitos os acertos para a invasão da Câmara. Em seu depoimento à Polícia Legislativa, ele afirmou saber que "a conversa gravada era comprometedora em razão da combinação para invadir a Câmara". Disse também que, na reunião, alguém sugeriu "que, se a polícia batesse, deveria ele bater também".

Um dos palestrantes da reunião foi Antonio Arruti Baqueiro. À Polícia Legislativa, ele disse que, no encontro, "chegou a dizer que todos teriam que ter coragem tanto para apanhar como para bater", mas que "ninguém iria bater em ninguém, apenas fazer pressão".

Silva, Maranhão e Veroneze estão entre os 42 militantes do MLST mantidos presos na penitenciária da Papuda sob a acusação, apresentada pela PF e referendada pelo Ministério Público, de prática dos crimes de lesão corporal grave, dano ao patrimônio público, formação de quadrilha e corrupção de menores. Somadas, as penas podem chegar a 15 anos de prisão. Os outros militantes presos em flagrante pela Polícia Legislativa na última terça-feira seriam liberados da cadeia ontem, por ordem judicial.

10 junho 2006

"ALCKMIN VAI LEVAR PAÍS A CRESCER 8%"

por Claudia Safatle e Raymundo Costa, do Valor Econômico


Enquanto na superfície a campanha do candidato tucano Geraldo Alckmin parece insípida, os bastidores da elaboração do programa de governo é agitada como a de um candidato às vésperas da vitória. No comando de uma equipe ainda em formação, mas que já chega à casa de meia centena, o economista Antônio Carlos Buainain tem opiniões claras sobre como levar o país a taxas de crescimento robustas, de padrão chinês.
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"O problema não é a gestão das políticas de câmbio, de juros que foi um desastre. Isso só não adianta. Não se vai fazer retomar grandes volumes de investimento só com isso", diz. Os obstáculos ao desenvolvimento do país, segundo Buainain, estariam no "retrocesso institucional, dos marcos regulatórios, da segurança jurídica, coisas desse tipo".

Buainain é natural de Campo Grande ("Mato Grosso, pois não aceito a divisão que não foi referendada por um plebiscito"), completa 54 anos em agosto, casado e pai de dois filhos. Formou-se na UERJ, mas leciona na Unicamp - microeconomia na graduação, políticas de desenvolvimento agrícola comparadas, na pós-graduação.

Hippie nos anos 70, tem formação em Economia, mas o curso básico foi de Direito. Desde que chegou a Brasília, há um mês, enfurnou-se em instalações tucanas para discutir o programa de governo de Alckmin. Discreto, tem evitado a imprensa. Na manhã de ontem abriu espaço numa agenda concorrida para falar com exclusividade ao Valor.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Valor: Qual a base do programa de governo do candidato do PSDB?

Antônio Carlos Buainain: O processo de reformas que vinha em curso foi praticamente interrompido. Na nossa concepção eram reformas modernizantes que preparavam o país para enfrentar o futuro e buscavam, também, antecipar o futuro. Primeira coisa: o homem. Você não tem investimento no homem. Tem gasto no homem, mas investimento consistente, não. Na educação, que deveria ser uma prioridade fundamental - do meu ponto de vista deveria ser a prioridade número 1,2,3, 4 e 5 - o processo de melhoria da qualidade de ensino foi paralisado. Ficaram esses anos brincando de fazer reforma universitária que, ainda bem, não foi feita, porque teria sido um retrocesso maior. Não se discutiu nenhuma das questões relevantes para se ter uma universidade federal pública importante, e os termos da discussão eram equivocados porque se discutia a universidade federal e não o ensino superior. Em relação ao ensino privado, não se progrediu em assegurar qualidade, ao contrário, se retrocedeu em todo o sistema de avaliação.

Valor: Além da educação, o que mais o senhor mencionaria?

Buainain: O que é que foi feito em investimento no país? Se comemora a auto-suficiência do petróleo, e quando vamos olhar como se chegou a essa auto-suficiência, o governo Lula fez muito pouco. Eu não quero cair no discurso contrário de dizer que tudo o que aconteceu de positivo no governo Lula foi herança maldita do governo anterior. Se você olhar na área de energia, na realidade foi feito muito pouco. O que se conseguiu era continuidade das decisões de investimentos tomadas durante o desastre do apagão. As estradas continuam mais esburacadas do que nunca e - claro - este ano ele anuncia, inaugura, lança obras. Mas de concreto não tem uma obra relevante, não tem uma decisão relevante. Ciência, Tecnologia e Inovação, o que foi feito? Os fundos setoriais, que em todo o mundo são considerados uma experiência inovadora, estão praticamente paralisados. Os fundos tinham foco na promoção da inovação, em aproximar a pesquisa das empresas, isso perdeu-se.

Valor: Para que, então, estão sendo usados os fundos hoje?

Buainain: Os fundos hoje servem para muito pouco, até porque passaram quatro anos contingenciados. E continuaram na mesma lógica perversa de que no final do ano você libera os recursos. Todos os pilares da construção de uma sociedade moderna foram paralisados, sem falar no grande retrocesso institucional, dos marcos regulatórios, da segurança jurídica.

Valor: O que o senhor chama de retrocesso institucional?

Buainain: O caso da invasão da Câmara dos Deputados está sendo ainda sub-analisado. Isso é gravíssimo. Imagine nos EUA um grupo armado invadir o Congresso. E isso é a realidade do país. O mesmo Estado que permite uma ação de barbárie dessas, já havia permitido outras como a invasão de laboratórios, ocupação de campos de pesquisa, invasão de fazendas, chega ao parlamento. O mesmo Estado que viola os direitos de um cidadão simples, ao descobrir que o caseiro (Francenildo de Souza) tinha feito uma operação perigosíssima para a segurança do Estado, de R$ 25 mil de depósitos não identificados, é incapaz de identificar os bilhões que certamente passam em lavagem de dinheiro, e que alimentam o tráfico e a violência nas cidades. Temos um retrocesso institucional enorme, não da economia, mas nos fundamentos da construção de uma sociedade moderna, que gere oportunidades para seus cidadãos, que crie condições de uma inserção digna e não por meio de uma bolsa (família) que vem sendo concedida por critérios duvidosos, porque é um instrumento populista, eleitoreiro.

Valor: Feita essa análise, quais são os caminhos?

Buainain: As grandes trajetórias estão dadas. Precisamos educar, fundamentalmente, criar infra-estrutura para o desenvolvimento, física e humana, e precisamos modernizar o Estado brasileiro, para que seja um estado austero, eficiente, e que esteja a favor do cidadão. Nós temos um Estado perverso, que nos persegue, tributando cada vez mais, dificultando nossa vida na burocracia, fazendo com que a gente seja culpado até prova em contrário. Se há um erro da Receita Federal, pague primeiro e reclame depois. Precisamos restabelecer a segurança jurídica para as empresas e para o cidadão.

Valor: E a segurança?

Buainain: Essa é outra linha básica. O caso de São Paulo mostra o que nós já sabíamos, todo mundo sabe. Tivemos uma crise de segurança no fim do governo Fernando Henrique, se tomaram aquelas medidas de criar o Fundo Nacional de Segurança Pública...

Valor: Mas são sempre soluções 'band-aid'. O país já não tem uma massa crítica nessa área, as soluções já não estão aí só que governo algum as adota?

Buainain: Acho que temos que olhar as experiências do passado e reconhecer as deficiências. Mas isto não pode servir de argumento e é um argumento do PT, que nós estivemos lá e não fizemos. Fizemos muito, mas não fizemos tudo, evidentemente. Só o Lula deixa o país maravilhoso, com uma saúde de primeiro mundo, com o problema da reforma agrária resolvido, com tudo perfeito em três anos e meio. Nós não temos essa capacidade porque somos humanos, e ele aparentemente não é. Houve progresso no período de 2000-2002, quando o problema de segurança emergiu com muita força. Criou-se o Fundo com uma dotação modesta, de R$ 450 milhões, mas indicava uma prioridade; a Secretaria de Segurança Pública foi fortalecida; e criaram-se uns programas-piloto para intervir em algumas regiões metropolitanas problemáticas. Isso foi tema de campanha. Nosso candidato José Serra dava grande prioridade. O presidente Lula, também. Hoje o Fundo tem menos recursos do que tinha em 2002.

Valor: O crime deixou de ser municipal, estadual. Hoje é interestadual, internacional. A segurança, no entanto, continua sendo atribuição do Estado. Não é hora de mudar?

Buainain: Esse é o grande ponto. A segurança pública tem de passar a ser um problema de todos. E só ocorrerá isso se o governo federal deixar o discurso e passar a prática, avocar para si essa tarefa. A SSP perdeu completamente a força. O ex-secretário, o primeiro, Luiz Eduardo Soares, é uma referência nacional, internacional, fez um programa de segurança pública que era bom, que contou com o apoio de todas as forças partidárias, porque se entendia em 2003 que esse era um problema que deveria ser atacado sem partidarismo. O que aconteceu? Foi demitido porque contrariava interesses. A secretaria foi praticamente esvaziada. Ao contrário, nós temos é que fortalecer, o que talvez signifique retirar a secretaria do âmbito do Ministério da Justiça, que tem muitas outras atribuições importantes, e criar uma Secretaria Extraordinária diretamente ligada talvez à Presidência da República que tenha força política para coordenar as polícias A Polícia Federal não conversa com a Polícia Rodoviária, e ambas são importantes. O tráfico passa pelas estradas. Mas não há articulação, são carreiras distintas. Precisamos criar uma carreira de policial no Brasil. Até pedreiro tem formação.

Valor: É preciso investir em segurança, em saúde, educação, ciência e tecnologia para reconstruir o futuro. De onde tirar dinheiro para tudo isso?

Buainain: Eu fui pesquisador muitos anos, trabalhei nas Nações Unidas, e em vários momentos ajudei a organizar missões internacionais. Os consultores do Banco Mundial, do BID, me dizem: "Tuca (seu apelido), aqui tudo é grande. São empréstimos para o Banco da Terra de US$ 500 milhões. Isso é Orçamento para um país inteiro. Um empréstimo para o programa Saúde na Família é de US$ 600, 700 milhões. Então vivemos o paradoxo de ter muito dinheiro, e ao mesmo tempo não ter dinheiro para nada. Nós temos um problema de prioridade, de alocação de recursos, de eficiência, de planejamento, de controle. Eu sei que isso não resolve toda a questão. Mas é um bom começo. Nós não partimos do princípio de que falta dinheiro em termos absolutos. Sabemos que as necessidades são muito grandes e que não há dinheiro no mundo que consiga atender a todas elas. Mas isso é um fato da vida. Temos que construir prioridades, saber qual é a mais importante, sem naturalmente ampliar a sangria. Ter 40% do PIB de carga fiscal é um absurdo!.

Valor: Se não dá mais para cortar investimento nem aumentar imposto, como fazer para que o Estado brasileiro caiba no PIB?

Buainain: O primeiro passo é esse: priorizar, gastar bem o dinheiro. Sei que já está desgastado o tal do choque de gestão... Há possibilidades de criar espaços com os recursos que se tem, gastando melhor, colocando a economia em crescimento. Eu não acho que falta dinheiro para começar a colocar o país em marcha. Eu acho que é uma questão de gestão pública. Há dificuldades e tem rigidez em questões que precisam ser enfrentadas com maturidade.

Valor: Qualquer pessoa que olhe a política fiscal no Brasil vê que o orçamento é engessado. Mais de 80% dele estão carimbados. Como vocês vão atacar isso?

Buainain: A pergunta já contém a resposta: descarimbando. A questão é como, por onde começar. Em primeiro lugar, o Orçamento no Brasil é uma ficção. Um país que aprova o Orçamento no mês de abril e maio para o ano corrente, e depois contingencia e descontingencia por uma instância técnica, perde o sentido de peça democrática. É preciso desengessar, isso está muito claro. Tem várias alternativas e estamos discutindo com o grupo de economistas do partido, porque são processos políticos e é preciso construir a convergência.

Valor: O senhor diria que na macroeconomia, a questão fiscal é o nó principal?

Buainain: De imediato eu diria que é um nó relevante que precisa ser desatado para recriar condições de desenvolvimento do país, para recolocar investimentos na pauta. Precisamos prever inclusive o crescimento. Muitas desses medidas de contingenciamento, de alocação compulsória, são adequadas para um determinado orçamento E se o nosso Orçamento em função do nosso crescimento, de um crescimento chinês que nós vamos conseguir ao final da gestão Alckmin, será que então tendo crescido 5% no primeiro ano, 6%, 7% no terceiro, 8% no quarto, e a arrecadação vai aumentar mesmo com a redução da carga fiscal, continuará sendo útil alocar um percentual da receita do país para um determinado setor?.

Valor: O superávit primário de 4,25% do PIB será mantido?

Buainain: Número com precisão eu não vou dar. Nós estamos estudando as várias implicações dos números, mas evidentemente é preciso manter a austeridade fiscal. Qual é o número, qual é o percentual, nós não somos governo, estamos levantando as informações, estudando, vários grupos estão debatendo e têm visões distintas. No momento mais oportuno será definido qual é o número.

Valor: Vocês estão discutindo a redução das despesas correntes?

Buainain: Estamos. É preciso racionalizar os gastos correntes para abrir espaço para a retomada dos investimentos públicos. Nossa visão é que o Estado é regulador, fomentador, e continua tendo um papel fundamental na promoção do desenvolvimento. Não vamos nos iludir. O setor privado é o motor da economia, mas o Estado é muito importante em todas as frentes. Quando a gente fala em reduzir despesas correntes, de imediato precisamos de uma redução talvez até em termos absolutos para abrir mais espaço para investimento. Mas depois o que nós precisamos é que ela se reduza em termos percentuais, não precisamos continuar reduzindo em termos absolutos. Na medida em que o país vai crescendo, que a carga fiscal desce e a arrecadação sobe e você mantém a despesa corrente evoluindo num ritmo menor do que os demais, você vai readequando. Agora tem áreas em que a despesas corrente é insuficiente, em outras gasta-se muito. Estamos levantando isso com seriedade.

Valor: O senhor disse que num primeiro momento é preciso fazer um corte em termos absolutos. O que significa isso, como será feito?

Buainain: É isso (risos)

Valor: O senhor falou em taxa de crescimento chinês ao final do governo. Como?

Buainain: Nós estamos convencidos de que o motor desse crescimento são os investimentos privados e para isso precisa de coisas básicas que poderiam ter sido feitas. Estabelecer marcos regulatórios adequados para o investimento e para o cidadão. Estabelecer segurança jurídica. É preciso que o Estado defina com seriedade prioridades para colocar em marcha processos de parcerias. As pessoas pensam sempre que em parceria pública-privado o Estado tem sempre que entrar com dinheiro. A maior limitação, em muitos casos, não é restrição fiscal, é restrição institucional, falta ter um marco, dar segurança para o investimento. Parceria é isso: eu te garanto segurança, eu te garanto regras , eu te garanto que isso é prioridade.

Valor: Este governo tentou montar as PPPs...

Buainain: O problema é que até em meados de 2004 o ministro Palocci falava uma coisa e o resto do governo falava outra. Você colocaria o seu dinheiro num governo assim onde eu falo? O problema não é de gestão de política de câmbio, de juros que foi um desastre. Mas o problema não está aí. Todos os economistas concordam que você pode convergir rapidamente pra uma política monetária mais adequada que crie um ambiente melhor para estimular investimento. Mas isso só não adianta. Baixar os juros vai aliviar as tensões para a pequena e média empresa que gira papagaio no banco, capital de giro, mas não vai fazer retomar grandes volumes de investimento só com isso. O obstáculo está em segurança jurídica, marco regulatório, coisas desse tipo.

Valor: E a reforma da Previdência?

Buainain: Esse é outro nó importante que tem que ser desatado. Os números revelam uma evolução explosiva. Esse certamente será um debate que o governo terá que enfrentar com seriedade e transparência. É uma opção que a sociedade brasileira bem informada tem que fazer. Nós temos hoje uma Previdência que de um lado assegura benefícios muito bons para uma camada pequena da população. Se você pega a evolução dos benefícios da Previdência talvez seja o que mais cresceu em termos reais, porque está atado ao salário mínimo. Também é falso dizer que o velhinho está desamparado. O velhinho não tem a proteção adequada não é só porque o salário mínimo é pequeno, é porque o serviço de saúde é deficiente, o remédio é caro e a farmácia popular é uma enganação. Certamente o governo Alckmin vai propor o debate à sociedade e vai arbitrar sem tanta ideologia. Nós não vamos tirar benefícios. Essa questão que o ministro Tarso Genro coloca, de rever direitos adquiridos, é um absurdo.

Valor: Mas o meu direito adquirido já foi revisto na hora em se fez o fator previdenciário...
Buainain: Aquilo era presunção de direitos.

Valor: Bom, então o direito que ainda é presunção vai ser mexido. Idade, por exemplo?

Buainain: Não digo isso para vocês como coordenador-executivo do programa porque essa é uma questão que ainda está sendo debatida.

Valor: Mantêm-se o regime de meta de inflação?

Buainain: Nós somos a favor de uma meta de inflação que mantenha a inflação baixa e numa trajetória decrescente.

09 junho 2006

LULA LIBERA...LIBERA...MAS, PARA EDUCAÇÃO, NADA!

Lula liberou R$ 5,6 milhões para entidade do MLST

09.06, 09h54
Estadão

A Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), fundada e comandada por líderes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), responsável pela invasão violenta da Câmara dos Deputados na terça-feira, é financiada com dinheiro público. A entidade recebeu, de 1999 a 2006, R$ 5,7 milhões, dos quais R$ 5,6 milhões só do governo do PT, para assistência a assentamentos dentro do programa de reforma agrária.

A informação está no site Contas Abertas, especializado em acompanhar a execução do Orçamento da União. Um dos militantes do MLST, Idevanir da Silva, representante do Assentamento Paulo Faria, na cidade de Prata (MG), afirmou ontem que “os recursos não chegam aos assentamentos” e o dinheiro “deve ter ficado no meio do caminho”. Mas, na sede da Anara, em Brasília, a funcionária Elizabeth da Silva Ribeiro confirmou que a associação recebe recursos públicos: “Obviamente que todo movimento social tem de ter ajuda do governo. Receber nós também recebemos, só não sei quanto.

”Segundo o Contas Abertas, os dirigentes do MLST Bruno Maranhão e Edmilson de Oliveira Lima, presos sob acusação de envolvimento no planejamento e execução da invasão e do quebra-quebra na Câmara, assinaram como responsáveis três dos quatro convênios entre o governo e a Anara. O site informa que, dos R$ 5,7 milhões, a maior parte - R$ 4,2 milhões - foi repassada à associação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a partir de 2005.

De acordo com os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), os recursos serviriam para a “reestruturação econômica, social e cultural do Assentamento Paulo Faria” e financiariam a realização de cursos e oficinas de capacitação em diversos Estados, além de 21 encontros regionais da Anara e um nacional.

Parte do dinheiro, segundo o Contas Abertas, foi liberado para a associação um mês depois da visita de Maranhão ao Palácio do Planalto para reivindicar a punição dos assassinos de um líder rural. O site informa ainda que os repasses federais mais recentes para a Anara foram feitos em fevereiro de 2006, no total de R$ 1 milhão. Seu primeiro convênio com o governo Lula foi publicado em dezembro de 2003, para repasse de R$ 250 mil, que só se efetivou em abril de 2005. Esse dinheiro teria sido usado no pagamento de cursos, estudos, pesquisas, produção de textos, cartilhas e propostas de funcionamento de empresas agrícolas.

O Contas Abertas divulgou também a informação de que, em agosto de 2004, a Anara recebeu mais R$ 1,1 milhão do Incra, para “reestruturação produtiva, social e cultural de assentamentos”, em benefício de 6.234 famílias. Esse repasse foi feito cerca de um mês depois de visita de 14 líderes do MLST, entre eles Maranhão, ao presidente Lula no Palácio do Planalto. Na ocasião, Lula teria prometido aos líderes dar especial atenção à estruturação dos assentamentos e autografou o boné dos militantes.

Ainda em 2004, a Anara recebeu R$ 50 mil, dessa vez do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para “capacitação de agricultores familiares”. Além disso, Maranhão e Edmilson de Oliveira Lima teriam recebido “diárias financiadas com dinheiro público para servirem de colaboradores eventuais em Brasília”.

08 junho 2006

GOVERNO PERDULÁRIO

Lula gasta R$ 5 milhões por dia em propaganda
08.06, 11h05
Blog do Josias de Souza

Levantamento realizado por especialistas ligados ao PSDB estima que o governo Lula gastou uma média de R$ 5 milhões por dia em publicidade nos primeiros quatro meses do ano de 2006. A suspeita baseia-se em dados recolhidos no mercado publicitário. Incluem desembolsos da administração direta e das estatais.

Foi inspirado nesse levantamento que o PSDB e o PFL protocolaram no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma ação para que o governo informe, em caráter oficial, o montante dos seus desembolsos com publicidade. E o candidato tucano Geraldo Alckmin vem incluindo em seus ataques a Lula a suposta farra publicitária do governo.

Uma das medições utilizadas pelos técnicos a serviço do tucanato foi o Ibope Monitor. Trata-se de um estudo realizado mensalmente pelo Ibope. É vendido para agências de publicidade e empresas interessadas em acompanhar os movimentos do mercado publicitário.

O levantamento indica que, entre janeiro e abril, o governo federal gastou cerca de R$ 350 milhões em publicidade veiculada em âmbito nacional. O que equivale a um gasto diário de R$ 2,9 milhões. A essa cifra acrescentou-se uma estimativa dos gastos com a propaganda de alcance regional, que não é plenamente captada pelo Ibope Monitor.

De acordo com a aferição do PSDB, o governo teria feito uma rodada de propaganda regional no início do ano, abrangendo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país. Depois, teria realizado uma nova rodada, dessa vez em Estados da região Nordeste, onde Lula exibe o seu mais vistoso potencial eleitoral, com índices de intenção de voto em torno de 70%.

Parte dos gastos em mídia regional foi usada para propagandear feitos do governo por meio de outdoors. Só em São Paulo, há cerca de 15 mil placas do gênero. Para que uma campanha seja considerada bem-sucedida, é necessário cobrir pelo menos 150 outdoors. Por uma exibição de 15 dias, cada placa custa entre R$ 1.200 e R$ 1.500.

Ou seja, uma campanha de quinzenal nos outdoors da praça de São Paulo sairia por, pelo menos R$ 180 mil. E a mensal, R$ 360 mil. Para chegar à média diária de R$ 5 milhões, fez-se uma projeção nos gastos com outdoors e outros tipos de mídia nos demais Estados.

A suspeita do PSDB, compartilhada pelo PFL, é a de que a propaganda oficial esteja ajudando a tonificar os índices de intenção de voto em Lula. A requisição feita ao TSE visa caracterizar os gastos oficiais em publicidade como propaganda eleitoral disfarçada.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República faz segredo dos “investimentos” em propaganda da administração direta e das estatais. Ouvido pelo blog, um assessor de Lula disse que as alegações do tucanato não passam de desespero do adversário, que tenta justificar, por meio de acusações descabidas, o desempenho pífio de Geraldo Alckmin nas pesquisas de opinião.

Faz sentido. Mas o contribuinte brasileiro ganharia se o governo abrisse o seu borderô de gastos com publicidade. Tenham ou não um caráter eleitoral, são feitos com dinheiro público. E o pagador de tributos tem o direito de saber como o seu dinheiro está sendo aplicado.