SOMOS INFELIZES PORQUE NÃO APRENDEMOS A VOTAR!

Faltava tão pouco para atingir esse sonho... Educação, Saúde e Segurança! Tão pouco, mas ao mesmo tempo impossível enquanto eles¹³ burocráticos se agarram nas Estatais, verdadeiros cabides de empregos e corrupções, nós... Vamos agüentando! - PRIVATIZAÇÕES? Hummm! Por enquanto jamais! Ensina o petismo esperto e oportunista: - é para a "companheirada!" - Bando de lesa pátria!

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Sou uma pessoa que não acredita mais numa parte do povo brasileiro, infelizmente essa parte escolheu Lula pela segunda vez consecutiva para governar o Brasil. Depois dos diversos escândalos promovidos pelo seu partido o PT e pelo eleito. Mentiram, fez-se vítima e enganou o povo muito mal informado sobre o primeiro mandato e, com seu discurso "mequetrefe" de "pai do povo", chegou onde queria! Nunca em toda minha vida pude presenciar sem fazer nada, tamanha desgraça que assolou o Brasil. Portanto, recuso-me a aceitar essa autoridade! Por muito menos Collor foi impedido!

30 novembro 2006

Cleptocracia


30.11, 14h06
por Cesar Maia, na Folha de S. Paulo

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A série de fatos que envolvem governos e políticos introduz um conceito novo na manipulação do setor público brasileiro.
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Durante décadas, os pesquisadores desenvolveram conceitos como patrimonialismo e clientelismo. O primeiro tratava de explicar as relações do setor privado com os governos, como fornecedores privilegiados ou como destinatários de vantagens e privilégios. Aos políticos e funcionários cabem as comissões. O segundo desenhava um quadro de troca de pequenos favores por votos.
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É claro que são conceitos que continuam a ser aplicados e até se sofisticaram, tanto pelas oportunidades que o mundo financeiro oferece quanto pelo cardápio de assistencialismo que, hoje, os governos oferecem.
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Nos últimos anos, contudo, surgiu uma modalidade nova. É um elenco de alternativas de desvio de dinheiro público, por iniciativa autônoma de políticos e dirigentes de governos, com a finalidade de financiar as máquinas políticas, enriquecendo-se ou não. A criatividade não tem mais limites. Todas as semanas surge um sistema novo. E não se trata de fato novo, mas de sistemas novos.
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O "valerioduto" é um sistema em que a empresa que doava recursos aos políticos prescindia de fazê-lo diretamente e usava uma agência de publicidade como veículo. Esta, por sua vez, cobrava comissão como se fossem serviços formais da agência. Um delito quase perfeito, se do outro lado da boca do caixa os recebedores tivessem como registrar o que receberam.
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Esse sistema introduziu duas novidades. Uma delas foi a tentativa de comprar a maioria em bloco, no Legislativo. A outra foi o aperfeiçoamento das mensalidades defensivas -já existentes em alguns Legislativos regionais e locais- por parte de setores patrimonialistas que não querem correr riscos no Legislativo. Uma espécie de antecipação ao achaque.
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Lembre-se que, ao contrário, as ordens de pagamento, ou "valerianas", vinham centralizadas desde os gabinetes do entorno palaciano. Outro sistema, porém de mais difícil documentação, é o uso dos fundos de pensão em operações financeiras de vários tipos.
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O mapa desse sistema é descrito no mercado pela identificação dos gestores políticos das operações, articulados a corretores determinados, numa espécie de divisão do trabalho preestabelecida entre partidos ou setores de partidos que estão no poder. Outro mais conhecido é o caso dos sanguessugas. Pela tipologia, deve ter se repetido em outros ministérios, empresas ou órgãos. É o controle dos fornecimentos, articulados com emendas parlamentares e de execução autorizada pelos mesmos gabinetes do entorno palaciano. Se alguém tinha dúvida do comando central, deixou de ter quando apareceu o caso do dossiê.
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Há, ainda, outro novo sistema de grande capilaridade: a criação generalizada de ONGs por parte de políticos, registradas ou não em seus próprios nomes ou no de amigos e parentes.
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Atropelando concorrência, concurso público ou qualquer critério de prioridade ou transparência orçamentária, essas ONGs passam a ser abastecidas por empresas ou ministérios, de forma a financiar partidos ou grupos dentro dos partidos.
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Esse é o mais interessante, pois não há a necessidade de interveniência corruptora do setor privado. É um processo interno ao Estado, com recursos públicos desviados para fins políticos e político-privados, isto é, uma corrupção intra-estatal-política.
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Fiquemos por aqui e deixemos aos pesquisadores a tarefa de ampliar com mais exemplos. Permito-me sugerir para este novo conceito um nome: cleptocracia, ou seja, a corrupção como forma de governo ou modo de produção política.
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E não se trata de querer dar a nenhuma instância de governo o privilégio de ter o monopólio da cleptocracia. Os casos das máfias do lixo, os casos Santo André e Rondônia, a enorme probabilidade de uma prisão recente de deputado eleito identificar um esquema quase perfeito de transferência de dinheiro de e para fora, por meio de empresas criadas para este fim, via sub/superfaturamento ou operações financeiras, e tantos filhotes, como no caso das ONGs e subsistemas do tipo sanguessuga estão por aí...
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Cesar Maia, economista, é prefeito do Rio de Janeiro pelo PFL

FMI adverte: Brasil deve ter crescimento “anêmico”


A diretora do departamento fiscal do FMI (Fundo Monetário Internacional), Tereza Ter-Minassian, adverte que o Brasil está condenado a ter um crescimento anêmico, caso não implemente reformas estruturais. “O Brasil está em um momento de decisão. A manutenção do equilíbrio macroeconômico e reformas estruturais permitirão um crescimento sustentável. A falta de reformas condenaria o país a taxas de crescimento anêmicas e a cobrança social”, disse ela.
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Entre as reformas sugeridas por Tereza está a unificação da cobrança dos impostos estaduais, para evitar a guerra fiscal, e o aumento da DRU (Desvinculação das Receitas da União), hoje em 20% do orçamento. A diretora do departamento fiscal do FMI aconselha ainda a melhora da qualidade dos gastos sociais.
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IBGE confirma desempenho ruim da economia
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No terceiro trimestre de 2006, o PIB a preços de mercado cresceu apenas 0,5% em relação ao segundo trimestre, na série com ajuste sazonal. Dentre os setores que compõem o PIB, a Agropecuária obteve o melhor desempenho, com crescimento de 1,1%, seguida pela Indústria (0,6%), enquanto o setor de Serviços registrou uma variação de 0,4%.
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Em relação aos componentes da demanda, destaca-se o aumento de 2,5% na Formação Bruta de Capital Fixo, após um trimestre de variação de -0,2% (segundo trimestre contra o primeiro trimestre de 2006). Além disso, considerando a demanda interna, o Consumo das Famílias continuou, pelo décimo terceiro trimestre consecutivo, apresentando uma variação positiva (0,5%).
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Já o Consumo do Governo registrou estabilidade (0,1%). No setor externo, as Exportações e as Importações de Bens e Serviços voltaram crescer neste tipo de comparação (8,6% e 8,5%, respectivamente).
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O PIB a preços de mercado elevou-se em 3,2% no terceiro trimestre de 2006, em relação a igual período de 2005. O Valor Adicionado a preços básicos aumentou 3,1% e os Impostos sobre Produtos, cresceram 4,1%, principalmente devido ao desempenho das Importações de Bens e Serviços que provocaram um aumento no volume do Imposto sobre Importação.
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De janeiro a setembro de 2006, o PIB cresceu 2,5% em relação à igual período de 2005. Na mesma comparação, Indústria, Agropecuária e Serviços cresceram 2,7%, 2,5% e 2,3%, respectivamente.

Vale, empreiteiras e bancos foram os principais doadores de Lula


29.11, 11h18
Valor Econômico
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A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi a maior doadora à campanha da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mineradora, privatizada em 1997, doou R$ 4,05 milhões ao comitê financeiro do PT, que repassou ao caixa da campanha do candidato. A prestação de contas da campanha petista foi entregue ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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As doações legais foram feitas por meio de duas empresas controladas pela Vale do Rio Doce. Por lei, a mineradora não pode fazer doações diretas porque ela é dona de concessões público no setor de ferrovias. Por conta desta limitação, o dinheiro foi entregue pela Caemi e a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR).
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A Vale do Rio Doce, presidida por Roger Agnelli, também foi a empresa que mais financiou candidaturas vitoriosas à Câmara Federal, elegendo 46 deputados, conforme levantamento realizado pelo Valor no último dia 10. No Legislativo, a Vale havia gasto R$ 5,3 milhões.
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Empreiteiras (Camargo Corrêa, OAS e Andrade Gutierrez), bancos (Itaú, Bradesco, ABN AMRO Real e Unibanco) e siderúrgicas (CSN e Gerdau) voltaram a figurar no topo da lista dos maiores doadores de campanha do candidato a presidente.
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Uma das surpresas na lista dos contribuintes da campanha do PT foi a aparição da Cutrale, segunda maior doadora. A empresa, maior fabricante de suco de laranja do mundo, doou R$ 4 milhões ao cofre do candidato do PT. Outra novidade foi a presença maciça das usinas de açúcar e álcool entre os financiadores. A Coopersucar, maior cooperativa do setor, destinou R$ 1,28 milhão. Embora os valores sejam inferiores a R$ 500 mil, pelo menos cinco usinas - Cosan, Caeté, Moema, Dedini e Cerradinho - destinaram entre R$ 374 mil e R$ 50 mil ao candidato reeleito.
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Ao contrário da eleição de 2002, a Coteminas, indústria têxtil ligada ao vice-presidente da República, José de Alencar, nem sequer apareceu neste ano na lista do TSE. Em 2002, a empresa havia sido a maior contribuinte da campanha do candidato petista, com R$ 2,4 milhões.
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No rol das doações pessoais, os irmãos Pedro e Alexandre Grendene tiraram R$ 1 milhão, cada um, de suas fortunas para bancar a campanha. O valor foi superior até ao montante destinado pela empresa calçadista controlada por eles: R$ 320 mil.
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O empresário Eike Batista, dono da holding EBX, também tirou R$ 1 milhão do próprio bolso. Na campanha passada, sua então mulher, a modelo Luma de Oliveira, havia sido a maior doadora como pessoa física da primeira vitória de Lula em 2002, com R$ 27 mil.
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Executivos da Petrobras também ajudaram a financiar a campanha do PT. O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, e o diretor da área de gás, Ildo Sauer, contribuíram R$ 20 mil e R$ 22 mil.
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Empreiteiras que prestam serviços à Petrobras também estiveram presente. entre os doadores A FSTP Brasil, consórcio responsável pela construção de plataforma de petróleo, e a Companhia Nacional de Dutos, que faz montagem de oleodutos e gasodutos, contribuíram com R$ 2 milhões e R$ 1 milhão.
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No primeiro escalão do governo Lula, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, também deram sua cota: R$ 2 mil e R$ 4 mil.
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As receitas arrecadadas pelo PT foram insuficientes para cobrir os gastos da campanha. O partido fechou a campanha eleitoral com dívidas de R$ 9,8 milhões. O PT arrecadou R$ 93,4 milhões e gastou R$ 103,3 milhões.
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O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, derrotado no segundo turno das eleições presidenciais, também deixou para trás um rombo no caixa, que totalizou R$ 19,9 milhões. A campanha tucana arrecadou R$ 62 milhões e gastou R$ 81,9 milhões. Ao todo, os candidatos do segundo turno da eleição presidencial gastaram R$ 185,2 milhões. Deixaram uma dívida de R$ 29,7 milhões. A dívida será assumida pelos partidos.
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Apesar das dívidas, os gastos de campanha estão dentro das previsões feitas pelos presidenciáveis ao tribunal. A campanha de Lula previu gastos de até R$ 115 milhões. Alckmin fixou um teto de R$ 95 milhões.
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Os gastos deste ano foram muito superiores às eleições anteriores. Em 2002, Lula gastou R$ 33,7 milhões. Ou seja, o presidente gastou três vezes mais para se reeleger, neste ano.
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Já o adversário de Lula, em 2002, o tucano José Serra, gastou R$ 34,4 milhões naquela campanha. Agora, o PSDB saltou para R$ 81,9 milhões. É mais do que o dobro dos gastos de Serra. Em 1998, na campanha pela reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 45,9 milhões.
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A diferença entre a prestação de contas atual e as anteriores é que, agora, há um rigor maior contra o caixa 2 e os partidos tiveram que encaminhar informações detalhadas sobre as suas despesas e receitas. A atual Lei Eleitoral prevê a cassação do diploma do candidato que não cumprir com as suas metas financeiras.

29 novembro 2006

Inocência Latina


28.11, 17h13 por Márcio C. Coimbra, de Madri, Espanha
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A América Latina passa por um período sombrio. Candidaturas que não se alinham com os valores democráticos têm sido sistematicamente eleitas e reeleitas nos últimos meses. As recentes vitórias de Daniel Ortega na Nicarágua e Rafael Correa no Equador são os exemplos mais recentes deste perigo coletivista. Aqueles que ainda não sucumbiram a tentação populista ou livraram-se por pouco deste novo socialismo mascarado, enganam-se quando pensam estar imunizados quanto ao mal que paira desde o México até a Argentina.
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No Brasil, em especial, me pareceu triste a vitória de Lula, depois de meses de exposição de uma espécie de corrupção rasteira nascida dentro do Palácio do Planalto que segue corroendo a democracia. A vitória de Lula me fez questionar nossa dignidade e nossa capacidade de gerar um País melhor. Passei definitivamente a questionar nossa qualidade como nação ou povo, submisso, passivo, que beira a ignorância. Avalizamos a corrupção, autorizamos o desvio de nossos impostos, encaminhando o principal beneficiário da organização criminosa petista para um segundo mandato. Definitivamente parece claro que o brasileiro não gosta de seu próprio País.
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Como muitos, desisti do Brasil, deixei meu País. Se antes de Lula já pensava no Brasil como um lugar duvidoso e quase inviável, depois de sua eleição e agora recondução, estou certo que não vamos a lugar algum. Entretanto, vale lembrar que a derrota moral brasileira, amparada pelo populismo rasteiro, não é uma exclusividade tupiniquim. Ela se espalha por toda a América Latina. Lula, Morales, Chávez, Correa, Kirchner, Ortega, Castro seguidos de seus amigos, por enquanto derrotados pelas urnas, Obrador e Humala, representam o maior perigo já vivido neste continente.
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O que mais assusta neste momento é o grau de ingenuidade das oposições latino-americanas. Em Madri, onde mantenho contato com diversos membros da oposição a esses regimes populistas, percebo um certo grau inocência em diversas análises. Os únicos que realmente já perceberam o tamanho do perigo são os cubanos, que há décadas sofrem nas mãos do ditador Castro e os venezuelanos, que enxergam pouco a pouco suas liberdades sendo limitadas e cortadas pelo regime “bolivariano” autoritário de Hugo Chávez. Não nos iludamos, o futuro não é sombrio apenas para Cuba e Venezuela.
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Morales, que humilhou a Petrobrás a mando de Hugo Chávez, colocando o Brasil de joelhos perante a Bolívia com a complacência de Lula, incitou o povo boliviano ao extremo, rompendo com a institucionalidade democrática e levando diversos presidentes a renúncia, até chegar ao poder. Enganam-se os peruanos que acreditam em um governo tranqüilo de Alan Garcia. Ollanta Humala não dará trégua ao presidente do Peru. Da mesma forma, López Obrador não descansará enquanto não desestabilizar o governo de Felipe Calderón no México, como já tem demonstrado desde a eleição. Quem acredita, como ouvi em Madri, que “o México é diferente da Bolívia e resistirá” não conhece a engenharia e o financiamento com que contam os populistas de Chávez na América Latina.
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A estratégia é corroer a democracia e desestabilizar as instituições. Uma vez no poder, a tática é manter as pessoas na miséria e na pobreza, dependentes da ajuda do Estado, para que estes governos sigam se reelegendo, como aconteceu com Lula e ocorrerá tranquilamente com Kirchner. A única forma capaz de preservar as liberdades e a democracia é alavancar os instrumentos de livre-comércio, acelerar a abertura comercial, tornando a população destes países mais rica e próspera, com acesso claro a informação, para que possuam maior discernimento. Não é uma vacina contra o populismo, mas o melhor remédio conhecido até os dias de hoje. Foi assim que o México terminou com um reinado “democrático” de mais de 70 anos do PRI e o Chile encontrou sua estabilidade. A eleição apertada de Calderón contra o candidato chavista é a prova de que é possível lutar contra este mal esquerdista e paternalista que destrói a capacidade das pessoas de pensar. Portanto, Alan García e Felipe Calderón devem estabelecer e ampliar seus acordos de livre-comércio com nações prósperas se desejam terminar seus mandatos. De outra forma, o avanço chavista patrocinado pelo petróleo continuará a se espalhar. Um destino negro se avizinha para a América Latina. As oposições precisam perder a ingenuidade e começar a trabalhar de forma decente, inclusive no Brasil.

28 novembro 2006

Petrobrás: Doadora Universal


A respeito das críticas estampadas na imprensa sobre as doações efetuadas ao PT por um sem número de fornecedores da estatal, seu presidente José Sérgio Gabrielli responde dizendo que a mídia está orquestrada contra a Petrobras e, afirma, faz "jornalismo marrom".
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A Petrobras, é sabido, gera extraordinários resultados, não só porque é monopolista, como também porque o preço do produto encobre qualquer tipo de gasto, por absurdo que ele seja.
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Há vários fornecedores da Petrobras envolvidos nessas doações ao Partidão e a ONGs de petistas que, em qualquer país mais sério, mereceriam punição. O caixa da Petrobras é folgado e serve, inclusive, para cobrir os prejuízos atuariais de seu fundo de pensão Petros que teima em administrar os recursos de maneira "pouco convencional", para dizer o mínimo.
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Ano passado, uma empresa de engenharia "doou" um Land Rover ao secretário do PT que passou a incorporar o objeto de doação como acréscimo de sobrenome: Silvio Land Rover Pereira. A empresa, depois desse evento, desairoso para as partes envolvidas, já foi recontratada para outros serviços de engenharia.
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O publicitário Duda Mendonça, que estarreceu o País com a informação de que tinha recebido de Marcos Valério, por serviços prestados ao PT, R$10 milhões, em conta não declarada no exterior, teve seu contrato com a Petrobras renovado e ampliado. Até hoje não se conhece o resultado do inquérito aberto para apurar o mensalão do Duda. A PF só é eficiente quando interessa ao Governo.
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Da gestão dos investimentos externos da Petrobras na Bolívia se pode dizer que é, no mínimo, apalermada. Tudo em nome da pobreza da Bolívia. Os investidores privados (cerca de 40% do capital) não reagem a esta série de absurdos e non sense.
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É a este tipo de gestão que se deve atribuir a caracterização de dilapidação do patrimônio público e não à venda de estatais que, privatizadas, trazem mais impostos, maiores vendas, mais eficiência de gestão e menos corrupção. Especialmente esta última.
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Arthur Chagas Diniz
Presidente do Instituto Liberal

Verbas de estatais ajudam a bancar TV de filho de Lula


Contrato entre a Rede 21 e a Gamecorp prevê divisão de receitas de publicidade.
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Faturamento com venda de anúncio é compartilhado entre a Gamecorp e a Rede 21; financiamento do setor privado, porém, é maioria
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FREDERICO VASCONCELOS DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de São Paulo
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A Gamecorp, da qual é sócio Fábio Luiz Lula da Silva, 31, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, compartilha com o Grupo Bandeirantes de Comunicação o faturamento líquido obtido com verbas do governo federal em anúncios veiculados pela Play TV (ex-Rede 21), inclusive os de interesse da Presidência da República.
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Isso é o que estabelece contrato sigiloso firmado em abril último pela Rede 21 Comunicações Ltda, do grupo Bandeirantes, e a Gamecorp, que produz programas sobre games e conteúdo para celular.
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O acordo -um instrumento particular- prevê que os sócios venderão propaganda a órgãos públicos e privados e determina a divisão em partes iguais de faturamento mínimo estimado em R$ 5,2 milhões neste ano, e em R$ 12,6 milhões em 2007.
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Pelos documentos apresentados pela Rede 21, a maior parte dessas receitas virá do setor privado. De janeiro a setembro deste ano, o Grupo Bandeirantes teve uma receita de R$ 25,5 milhões do governo federal -da qual R$ 597 mil foram registrados para a Rede 21.
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Durante uma primeira etapa, a Gamecorp garante um faturamento mínimo de R$ 250 mil por mês com a venda de espaço publicitário. Além disso, é prevista a divisão de receitas a serem obtidas com os 20 maiores anunciantes da Rede 21 em 2005, conforme quadro anexado ao contrato (cujos valores não contam para o limite fixado em R$ 250 mil). Estão listados entre os maiores anunciantes, além da Secretaria de Administração da Presidência da República, o Ministério da Saúde, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, empresas da área de telecomunicações (concessionárias), indústrias de bebidas e alimentos, entre outros.
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Ação de indenização
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O contrato é a peça central em ação de indenização movida pelo grupo Bandeirantes, no último dia 13, contra a Editora Abril, em que a Rede 21 contesta ter havido um "arrendamento" do canal de TV. No processo, foi rejeitado o pedido de "confidencialidade" feito pela Rede 21, que alegou "segredos de comércio" para requerer que a Abril não viesse a conhecer os termos do contrato.
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O juiz Régis Rodrigues Bonvicino, da 1ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros, recusou pleito do advogado da Rede 21, Walter Vieira Ceneviva, para que o contrato fosse mantido nos autos em envelope lacrado.
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"Convém ao interesse público que o contrato seja regido pelo princípio da publicidade porque um dos contratantes é filho do presidente da República e, em tese e sempre em tese, sem qualquer pré-julgamento por parte deste Juízo, fazem-lhe acusações de uso inadequado de verbas públicas", decidiu Bonvicino, em despacho.
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No final de 2004, a empresa do filho do presidente Lula recebeu aporte de R$ 5 milhões da Telemar, que passou a ter 35% de suas cotas. No ano seguinte, a Telemar investiu R$ 5 milhões como publicidade.
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Ao indeferir o pedido, o magistrado afirmou: "Estabelece o artigo 37 da Constituição Federal que os atos da administração pública são regidos pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e publicidade".
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O juiz Bonvicino entendeu que a disputa envolve concessionárias da União (o Grupo Bandeirantes e a Rede 21), regidas por normas públicas. E que o sigilo suprimiria informações relevantes, cerceando a defesa dos réus, até ontem não citados pela Justiça: a Abril, o colunista Diogo Mainardi e os jornalistas Alexandre Oltramari e Júlio César de Barros.
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O acordo entre a Rede 21 e a Gamecorp também é alvo de investigação no Ministério Público Federal. Em setembro, a partir de texto da "Veja", a procuradora da República Luciana da Costa Pinto enviou ofício à Bandeirantes com pedido para esclarecer "eventuais irregularidades no contrato de arrendamento do canal Play TV, antigo canal 21, à empresa Gamecorp pela Rede Bandeirantes".
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Em resposta, o advogado Ceneviva encaminhou cópia do contrato em envelope lacrado, informando que "não houve qualquer irregularidade".
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Boas explicações para tudo isso, está no blog do Reinaldo de Azevedo:
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Título: Caso Bandeirantes-PlayTV: já há gente defendendo o governo e a emissora com mais entusiasmo do que eles próprios...
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Lula sempre soube de tudo

27.11, 10h30
Correio Braziliense

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No lançamento do livro Minhas Memórias, na quarta-feira da semana passada, o ex-deputado petista Hélio Bicudo voltou a criticar o PT duramente e a dizer que o presidente Lula “sempre soube de tudo” o que acontece no partido. Um dos maiores ativistas dos direitos humanos no país e ex-presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Bicudo também garantiu que o governo Fernando Henrique Cardoso foi muito melhor que o de Lula nessa área.
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Por que o sr. ficou desiludido com o PT?
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Não preciso nem responder. Isso vem vindo com o correr do tempo. Houve uma mudança das práticas, não do PT, mas dos dirigentes do PT. O partido tinha uma diretiva no sentido de buscar uma sociedade socialista e democrática. Para isso, precisava da conquista do poder. Mas, a partir das últimas campanhas do Lula, o partido adotou uma perspectiva diferente: a busca do poder pelo poder. Aí, houve um aparelhamento do sistema de governo brasileiro. Na verdade, o que se observou foi a manutenção do mesmo caminho que foi trilhado pelo PSDB quando exerceu o poder. Isso com a economia, a dívida externa etc. E diferentemente do que aconteceu no governo Fernando Henrique, houve um desrespeito à questão dos direitos humanos.
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Houve algum atrito com o sr., em especial?
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Não. Foram todas essas razões. A mudança de foco, principalmente. Quando houve a nova eleição, após a saída do José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), havia uma nova perspectiva. Mas foi eleita uma direção chapa-branca, na sua maioria, para o partido. O grupelho que tomou conta, José Dirceu, Ricardo Berzoini, Antonio Palocci, Marco Aurélio Garcia e o Lula, está encaminhando o partido apenas para o exercício do poder.
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Para o sr., o Lula sabia do mensalão e do valerioduto?
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O Lula sempre soube de tudo porque ele sempre comandou o partido. Ele conhece o partido nos seus menores detalhes. Ele traz as determinações de como o partido deve ou não se portar.
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Como o PT se envolveu com o mensalão?
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É o problema do poder. O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente, como dizia... Achei lamentável tudo isso. E mais lamentável ainda ver o Lula se declarar completamente ignorante de tudo aquilo que estava acontecendo no partido, o que eu, absolutamente, não acredito.
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E ex-amigos do sr. foram corrompidos?
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Acho que sim.
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O PT perdeu a ética?
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Acho que perdeu. Mas faço uma ressalva entre a direção do PT e a massa que compõe o petismo. Hoje, o petismo praticamente deixou de existir e está sendo substituído pelo lulismo. E acho isso um verdadeiro retrocesso na atuação de um partido democrático.
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O partido não tem mais contato com as bases?
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Já perdeu há muito tempo. É como o Lula e nós falávamos: são todos farinha do mesmo saco. Hoje, o PT está dentro do mesmo saco de todos os partidos.
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No caso do dossiê contra tucanos, o sr. acha que o presidente tinha informações?
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É lógico. Um dos incriminados, o Freud Godoy, é assessor direto dele. Está do lado dele. É uma grande encenação do Lula dizer que ele não sabe, que foi traído. É para chamar a atenção, porque o povo gosta de quem é vítima, não do algoz. E ele se passa como a vítima da traição. Eu o conheço bem. Ele sempre foi e é muito autoritário. Você viu o Tarso Genro (ministro das Relações Institucionais)? Ele disse que acabou a era Palocci e levou um pito. Depois, ainda elogiou o Lula pelo pito que tomou.
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O Lula é autoritário com subordinados?
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Ele é muito autoritário. Ele manda de maneira direta e indireta, mas está sempre por trás.

Unanimidade faz mal!


“Essa história apregoada que diz da necessidade de coalizão de partidos para garantir a GOVERNABILIDADE é um golpe contra a Nação. A governabilidade construída a qualquer custo é mal intencionada e custará muito caro ao Brasil”.
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Neste final de legislatura, ao se fazer uma análise do comportamento do governo e de sua base parlamentar no Congresso Nacional em confronto com a oposição, pode-se afirmar, sem sofismas, que ambos, em seus campos de atuação, cometeram erros gigantescos, fatais e imperdoáveis.
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Além do desmoronamento ético e moral que o fez submergir em profundo lamaçal, e da paralisia ou mesmo do retrocesso em que submeteu o País ante os fatores positivos ocorridos ao redor do mundo, o governo Lula da Silva e sua base parlamentar se caracterizaram pela tibieza ao não promoverem as reformas estruturais indispensáveis, negando-se ao Brasil os instrumentos necessários ao seu desenvolvimento.
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Pelas nossas potencialidades, o País já poderia estar navegando na proa, à frente dos países de economia emergente e em rumo ao bloco das economias mais sólidas do planeta. Mas o que se vê é um governo pecaminoso e atabalhoado com inúmeros malfeitores e aprendizes a transformarem o Brasil num lamaceiro e num laboratório de experiências mal sucedidas, cujas vítimas e cobaias somos todos nós brasileiros.
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E à oposição o que se pode debitar de tão grave? – Exatamente a permissão que ela conferiu ao governo e à sua base parlamentar para que cometessem todos esses crimes de lesa-pátria. À oposição competia não dar tréguas ao desgoverno que se praticava em escala evolutiva surpreendente. Não poderia ser vacilante e complacente. Era dever da oposição ir às ruas mobilizar o povo para dizer um basta à corrupção, basta ao desemprego, chega de enriquecer os banqueiros. Fizemos isto em Aracaju em abril de 2004, logo após o primeiro grande escândalo patrocinado por Waldomiro Diniz/Zé Dirceu e quando vimos a taxa de desemprego acima dos 12%. O ato público reuniu mais de dez mil pessoas que se motivaram pelo senso da decência, do amor próprio e do amor ao País. Mas a oposição foi complacente e não quis percorrer esse caminho. Fraquejou no exato momento em que deveria mobilizar a sociedade a exigir o impeachment do presidente pelas razões mais do que suficientes e já conhecidas por todos, livrando o País desse percurso funesto.
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Agora que está para se iniciar uma nova legislatura e um novo mandato, embora de um mesmo governo, o ideal será que ambos não cometam os mesmos desatinos. Mas, pelo visto, o segundo mandato não será diferente do primeiro, enquanto que a oposição começa a dar sinais de dissonância e a tropeçar diante de sua postura hesitante. Caso isso ocorra, será a derrocada total.
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Essa história apregoada que diz da necessidade de coalizão de partidos para garantir a GOVERNABILIDADE é um golpe contra a Nação. A governabilidade construída a qualquer custo é mal intencionada e custará muito caro ao Brasil. Ela será debitada na conta do povo que pagará através de impostos cada vez mais escorchantes, ou através do cerceamento de suas liberdades democráticas, o que é bem mais grave.
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Governabilidade ou coalizão com esse governo é palavreado. É coisa feia. É astúcia. É algo pecaminoso. É sinônimo de cooptação para qualquer serventia de interesse do governo. É o mesmo que o silêncio comprometedor diante de práticas iníquas. É a lei do “é dando que se recebe” e, nesses casos, quando os políticos constroem unanimidades, ao povo restará somente o dever de pagar a conta.
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Aprendi que governabilidade se adquire quando o governo se apresenta com boas intenções e com projetos que atendam aos anseios da sociedade. Quando assim acontece, a maioria no parlamento se fará presente para aprová-los, sem custo para o erário através de “mensalões” como foi a prática desse governo.
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Sorte do povo cujo governo precise prestar contas diariamente e construir maiorias na base da discussão e do convencimento. Triste do povo cujo governo tenha unanimidade que lhe dê o direito de não dar satisfação dos seus atos.
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Por isso, nós que fazemos a oposição não podemos tergiversar. O papel de quem não teve os votos suficientes para ser governo é se perfilar na trincheira da oposição e cumprir dignamente o honroso mister que o povo lhe delegou. Esta será a minha tarefa. Desejo e espero que seja de muitos.
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Almeida Lima
jal@senador.gov.br

27 novembro 2006

Voto, direito e dever?


"Se o voto é um direito, por que fazem dele um dever"?, indagam freqüentemente os eleitores. Não creio que direito e dever se excluam reciprocamente. Ao contrário, direitos implicam deveres e quase sempre confluem para o mesmo fim. Servimos melhor ao bem quando nos preocupamos mais com os deveres do que com os direitos.
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Apesar disso, sou contra a obrigatoriedade de votar. Note-se que essa exigência imposta aos brasileiros com mais de 18 anos se cumpre com a presença no local de votação. Na teoria, o que o eleitor contrariado e desinteressado venha a digitar na urna é problema dele. Na prática, porém, é problema nosso. Certamente não será proveitoso ao bem comum o voto disparado por quem não atribua valor ao que faz. O título eleitoral dessa pessoa é um porte de arma confiado a quem não tem competência. Pesquisas mostram que metade dos eleitores não compareceria às urnas se isso não lhes fosse cobrado como obrigação. Que maravilha! Nos livraríamos de uma multidão de votantes para os quais tanto faz quanto tanto fez.
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A qualidade de uma democracia não guarda relação com a quantidade de votantes, mas com a qualidade do voto que as pessoas dão. Não sei onde fomos buscar a idéia de que o número absoluto ou relativo de comparecimentos conceda mais legitimidade aos eleitos ou torne mais perfeito o resultado da votação. Democracias mais qualificadas do que a nossa, com instituições consistentes, melhores leis e melhor gestão pública não levam isso em conta. Quase todas elas, aliás, sequer elegem seus governantes mediante voto majoritário.
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Nenhum malefício ocorre quando eleitores não comparecem, ou anulam o voto, ou votam em branco. Problemas surgem, no entanto, quando eles, contrariados, resolvem exercer seu direito de modo efetivo, votando em qualquer um, porque quando tantos votam em qualquer um, qualquer um acaba se elegendo. E qualquer um, como a experiência comprova, é o tipo de pessoa que faz qualquer coisa. É claro que muitos votantes resolutos, satisfeitos com a possibilidade de participar do processo democrático, acabam errando e se arrependendo, posteriormente, do voto que deram. Mas esse é um mal que não podemos evitar. O mal evitável é o que advém do voto dado pelo sujeito que faria melhor ficando em casa e que, por gosto, ficaria em casa mesmo. Arrastá-lo para a seção, sob pena de multa ou perda de direitos, expressa um desejo insano de se expor à irresponsabilidade alheia.
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Nem mesmo a opinião bastante difundida de que o voto facultativo aumentará os votos de cabresto e o número de eleitores que cobrarão para votar (como se isso já não fosse comum) fornece justificativa suficiente a que se confie o canhão da urna a mãos ineptas. Se alguma dúvida ainda restar, responda a esta pergunta: quem contribui mais para o bom resultado de um pleito, o eleitor de 16 anos que sem ser forçado a isso vota conscientemente, porque deseja participar, ou o marmanjo que vai a urna fazer qualquer coisa? O grande dever inerente ao direito de votar é o de escolher os melhores, acima dos interesses pessoais, regionais ou de grupos, em vista do bem comum.
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Percival Puggina

26 novembro 2006

Uma intenção dialógica


JARBAS PASSARINHO
Ex-governador, ex-ministro, ex-senador
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Ao ler as declarações respeitáveis do eminente prelado dom Geraldo Magella Agnelo e de outros dirigentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), remeti-me ao debate fascinante travado entre Umberto Eco, ateu, e o erudito e brilhante cardeal Carlo Maria Martini, constante de um excelente opúsculo sob o intrigante título Em que crêem os que não crêem? Não sou ateu, nem agnóstico. Creio em Deus e no transcendentalismo e sigo, nos seus contornos, uma profissão de fé católica. Não mereço, provavelmente, ser confundido com o que o eminente cardeal do Rio de Janeiro classificou de “católico caótico”, posto que esteja distante dos tempos dos chamados católicos praticantes, em que cheguei, orientado por dom Mário de Miranda Vilas Boas, então arcebispo de Belém do Pará, a ler apologética e dogmática. Entendia – e estou arrimado no novo Aurélio – que catolicismo é inseparável da significação universal. A prática política, de que participei no período turbulento da luta armada deflagrada pelas guerrilhas comunistas, guerrilheiros treinados e financiados por Cuba de Fidel Castro, satélites do Leste Europeu, de Moscou e até a China de Mao Tsétung, tornou-me adversário da Teologia da Libertação, posto que nunca tenha aderido ao capitalismo do laissez faire, hoje apelidado de neoliberalismo.
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Firmei minha convicção contrária ao marxismo, no estudo propedêutico que fiz de Marx, fundamentalmente em Marxisme de Marx, de meu guru Raymond Aron e nos dois volumes preciosos do padre Jean-Yves Calvez, La Pansée de Karl Marx, nunca traduzido, no Brasil. E basta, porque dizia Bobbio que quando se tem muitos mestres, não se tem nenhum. E também porque a censura da esquerda se aninha nos meios de comunicação de massa, boicotando quando não pode de todo impedir a publicação, como foi o caso do Camaradas, de William Wack. Não chegou, o livro, à segunda edição. Longe de Sartre, fico com a frase de Dostoievski: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. Daí a surpresa por ler de hierarcas da Igreja Católica a afirmação de que a CNBB tem apoiado um partido político, o PT, ao redor de duas décadas, o que traduz opção facciosa em detrimento da universalidade. Mas não fica aqui a minha estranheza, como se fosse possível adicionar ao Decálogo o mandamento petista. Vou mais longe, na esperança de aprender o que não sei. O cardeal Martini ensina: “Os homens não esperaram o cristianismo para ter uma ética e para colocar problemas morais, sinal de que a ética estabelece um elemento essencial do humano, que envolve todos”.
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E exemplifica, distinguindo a moral da ética: “Não considero que o código fundamental da moralidade humana, o Decálogo, esteja sujeito à revisão com o tempo; que matar, roubar, mentir possam se tornar recomendáveis em si mesmos”, dependendo da concepção variante de moral, que é um código de conduta, diverso da ética, que é o discernimento do bem e do mal. Ora, desde a separação da Igreja do Estado, as fronteiras são distintas. Nunca tivemos regimes teocráticos, como os muçulmanos o têm. Se a Igreja Católica decide oficializar seu apoio a um partido político, deixa de ser universal. No mundo, quando os totalitários, especialmente os comunistas, necessariamente ateus, erigiram regimes antiteístas, o papa Pio XI editou a encíclica Divini redemptoris, condenando o comunismo marxista, contestando os materialismos histórico e dialético e lastimando as perseguições que os católicos sofriam na União Soviética, no México e na Espanha. Foi uma posição política de defesa de Deus e da Igreja. Agora, não é a Igreja atacada por nenhum dos partidos políticos. Apoiou a contra-revolução de 64 e depois dela se afastou, não toda ela, mas a dominada pela Teologia da Libertação e a transformação das comunidades eclesiais de base (como previu e advertiu João Paulo II no discurso de Manaus) em centros políticos de capacitação política da esquerda.
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Mas uma vez revogado o bipartidarismo, nenhuma justificação existe para introduzir, entre os 10 mandamentos da lei de Deus, o PT ou seu programa. Fazer críticas brandas aos que roubaram (mensalão), mentiram (depoimentos das CPIs), mataram (Celso Daniel) choca-se com a defesa da ética e da moral. Passa a Igreja a ser conivente com o roubar, matar e mentir, crimes praticados pela “organização criminosa”, assim definida pelo procuradorgeral da República. Cobrar do presidente dar “emprego” (ministérios) em troca do apoio parlamentar, pelo menos é muito menos imoral que conspurcar deprava irremediavelmente a democracia e a república.
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Criticar isso mas permanecer ligado ao partido que cometeu tantas indignidades e as compensou com um assistencialismo que a CNBB condena apenas porque “não tem cobrado as contrapartidas”, acaba por ser uma exigência de fiscalização e a apoio implícito do Bolsa-Família (esmola, como a chamava Lula, quando oposição). Que é feito do Fome Zero? Do Bolsa-Família, dom Aldo Pagotto diz ser ajuda pessoal que “vicia pessoas que não querem trabalhar”. Apesar disso, a CNBB deixa claro que votou em Lula e acredita no programa do PT. Pobre cardeal Martini: o Decálogo foi revisto...
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Não deixem de ler a reportagem feita pelo jornal Folha de São Paulo desse domingo, postada abaixo.

Para PF, Berzoini ordenou a petistas compra de dossiê

Investigação responsabiliza direção do PT e da campanha, mas não envolve Lula
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Polícia e Ministério Público concluem que a negociação do dossiê foi uma decisão da campanha nacional do PT para enfraquecer o PSDB
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KENNEDY ALENCAR DA
SUCURSAL DE BRASÍLIA
(assinantes da Folha)
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Após dois meses de investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal firmaram a convicção de que a decisão de compra do dossiê contra tucanos partiu de Ricardo Berzoini, então presidente do PT e coordenador-geral da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O delegado Diógenes Curado, responsável pelo inquérito do dossiegate, apresentará novo relatório parcial sobre as apurações nesta semana. O documento não responsabilizará nem envolverá diretamente Lula. A investigação continua a sustentar que o presidente não teve conhecimento da negociação do PT com o chefe da máfia dos sanguessugas, Luiz Antonio Vedoin, da decisão de compra do dossiê ou da coleta do R$ 1,7 milhão usado na operação.
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Não se sabe se estarão relatadas outras evidências obtidas pelos investigadores. Elas dão conta de que o deputado federal Carlos Abicalil (MT) foi o primeiro petista a informar Berzoini da disposição de Vedoin de negociar acusações contra o ex-ministro da Saúde José Serra, hoje governador eleito de São Paulo pelo PSDB.
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Abicalil contou ao então presidente do PT que o governador Blairo Maggi (PPS-MT), à época candidato à reeleição, tinha conseguido resultados em sua campanha ao se valer da mesma estratégia -pagar os Vedoin para que fizessem uma denúncia à imprensa contra seu adversário nas eleições, Antero Paes de Barros (PSDB), e a confirmassem judicialmente.
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Procurado pela Folha, Maggi destacou o secretário de Comunicação Social de Mato Grosso, José Carlos Dias, para falar em seu nome. Dias negou que o governador tenha negociado com os Vedoin e afirmou que tal versão foi divulgada pelo tucano como tentativa de defesa.
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A responsabilização de Berzoini derrubaria de vez os argumentos de que a manobra do dossiegate foi concebida e levada a cabo por "aloprados" à margem ou à revelia do comando nacional da campanha petista. Mas não deverá criar constrangimentos de ordem legal à reeleição de Lula.
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O delegado Curado pedirá extensão de prazo para detalhar suas conclusões e averiguar as ramificações -o mesmo cenário com que trabalha o procurador Mario Lúcio Avelar, encarregado de investigar o escândalo dos sanguessugas.
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As conclusões da PF e do Ministério Público Federal colidem com a movimentação nos bastidores de Berzoini para a sua recondução ao comando nacional do PT. Deputado federal reeleito, ele vinha declarando que o inquérito seria inconclusivo -e que ele, portanto, poderia retornar ao cargo.
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Berzoini foi forçado a se licenciar da presidência do partido no segundo turno para evitar mais prejuízos à campanha de Lula. Foi também afastado da condução da campanha.
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Há um mês, o primeiro relatório do delegado Curado apontava Jorge Lorenzetti, ex-analista de risco e mídia da campanha de Lula, como a pessoa que articulara "em âmbito nacional a compra do dossiê". O mesmo documento restringia geograficamente as ambições da estratégia. Dizia que "o dossiê visava alterar o rumo das pesquisas do eleitorado paulista, fazendo uma relação do então candidato Serra com a máfia dos sanguessugas".
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Agora, a PF e o Ministério Público concluíram que a negociação do dossiê foi uma decisão da campanha nacional para minar o PSDB como um todo -como subproduto, também seria útil ao então candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante.
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Segundo a PF e o Ministério Público, havia interesse de uma ala do PT em enfraquecer o PSDB e prestar um serviço a Lula, naquele momento favorito a ganhar a eleição no primeiro turno. O grupo, que cuida da chamada "inteligência" das campanhas desde 2002 e é capitaneado por Berzoini, se fortaleceria internamente, cacifando-se para futuros projetos eleitorais. O dossiegate, porém, mostrou-se um tiro no pé. Revelado, dinamitou o superfavoritismo de Lula e criou a onda que provocou o segundo turno contra Geraldo Alckmin.
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Lula preservado
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Se for mantida a conclusão da PF de que Lula não teve participação no caso, sua reeleição não será facilmente questionada. Para o especialista em direito eleitoral Torquato Jardim, ex-ministro do TSE, seria necessário provar a participação de Lula e o eventual benefício eleitoral da compra do dossiê.
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Jardim diz que a diferença de votos obtida por Lula em relação a Alckmin no segundo turno foi muito significativa (61% a 39% dos votos válidos). "Ainda que se prove um eventual efeito eleitoral, é preciso saber se ele teve a capacidade de alterar a eleição. Não parece."

25 novembro 2006

FUST poderá ser usado na democratização da Internet


A determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), solicitando ao Ministério das Comunicações novas propostas de regulamentação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), abriu novas discussões sobre o assunto. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Plínio de Aguiar Júnior, presente no seminário Internet para Todos: uma estratégia focada nos municípios, propôs o uso da verba do FUST, que já chega a R$ 4,2 bilhões, para a democratização da Internet nas escolas brasileiras.
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Implantado pela lei nº 9.998 de agosto de 2000, o FUST arrecada cerca de R$ 800 milhões por ano. Esse dinheiro provém da contribuição de 1% da receita operacional das empresas de telecomunicações e tem como objetivo garantir a universalização do acesso à telefonia e à Internet, principalmente em escolas e hospitais de regiões menos favorecidas. Apesar do fundo já ter arrecadado cerca de R$ 4,2 bilhões até setembro de 2006, nenhum centavo deste total foi utilizado até hoje.
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Desde a sua criação, o fundo sofre com falta de objetividade e de definições de metas para o uso da verba. Essa foi a principal conclusão do relatório do TCU, ao estabelecer o prazo de 180 dias para que o ministro Hélio Costa formulasse novas propostas de regulamentação. Outro motivo para a retenção dos recursos do FUST, é a prática do governo de utilizar o dinheiro dos vários fundos setoriais para a geração de superávit primário.
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O documento enviado pelo Ministério da Comunicação ao TCU e ao Palácio do Planalto, no dia 11 de outubro, traz uma proposta de regulamentação da utilização do FUST que pretende solucionar dois problemas básicos: a participação de empresas não concessionárias nos projetos e a possibilidade de aplicação dos recursos do fundo na instalação de redes para o acesso à internet em banda larga.
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É justamente essa idéia de utilizar o fundo para democratizar o acesso da Internet, principalmente em escolas, que o presidente da Anatel defendeu no seminário ocorrido na terça-feira, dia 7 de novembro. Plínio de Aguiar afirma que "O Brasil carece de um programa de banda larga. Esse programa é fundamental para que todas as escolas sejam atendidas."
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A deputada Luiza Erundina (PSB/SP), relatora do Projeto de Lei que modifica a legislação do FUST, que também participou do evento promovido pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, disse que esse debate foi muito importante para a produção de uma nova regulamentação. Em declarações à imprensa, a parlamentar mostrou que concorda com o presidente da Anatel. “É importante desenvolver um trabalho que universalize, não só telefonia fixa, mas também outros serviços que hoje são prestados no regime privado, especialmente no que se refere ao acesso à Internet nas escolas”, afirmou Erundina.
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Camilla Shinoda
Do Contas Abertas

24 novembro 2006

QUEM JÁ FEZ O AJUSTE DESCOBRIU A AMÉRICA

Por Elder Ogliari, no Estado de S. Paulo
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O empresário Jorge Gerdau Johannpeter concordou com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e disse que um choque de gestão que reduza em R$ 50 bilhões as despesas da Previdência em quatro anos é mesmo uma "descoberta da América". O comentário foi feito ontem, em Porto Alegre, durante a apresentação do futuro presidente do Grupo Gerdau, André Bier Gerdau Johannpeter.
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A frase de Gerdau é a mesma que o ministro usou na segunda-feira para lançar dúvidas sobre a proposta para ajustar as contas da Previdência apresentada ao governo pelo consultor Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial.
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"Quem já fez isso (o ajuste) descobriu a América", comparou Gerdau. "As empresas boas descobriram a América, Minas Gerais descobriu a América", completou, numa referência a quem já aplicou orientações de Falconi e teve bons resultados.
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Apesar de parecer irônico, Gerdau fez questão de reconhecer que a implantação de uma cultura de gestão é "tremendamente difícil", inclusive nas empresas. "É só fazendo que você vai acreditar nisso aí", ressaltou. Ele lembrou que os programas de qualidade migraram das indústrias para as outras atividades econômicas. Destacou que o governo nada mais é do que uma grande empresa prestadora de serviços e pode ser gerenciado como tal. "É só analisar os processos e tentar melhorá-los." Afirmou que boas tecnologias de gestão reduzem até a corrupção, no governo e nas empresas.
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MINISTÉRIO
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Gerdau voltou a dizer que não foi convidado para assumir nenhum ministério no segundo mandato do presidente Lula e afirmou que não aceitaria cargos no governo. "Isso é definitivo", reiterou. "Vou continuar ajudando como empresário." A ajuda tem sido apresentar sugestões, defender as teses de Falconi, pedir reformas , entre outras iniciativas. Gerdau já esteve com o presidente e com Mantega e diz que pode voltar a conversar nos próximos dias.
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O empresário vem defendendo que o governo trabalhe pelo aumento da poupança interna de índices anuais próximos a 20% do PIB para 26% a 28%. Esse é o segredo, segundo Gerdau, para o País crescer de 5% a 7% ao ano. Para o empresário, "o mercado é milagroso" e pode responder imediatamente com investimentos, se perceber que o País atingiu a "disciplina da poupança. Em um ano dá para atingir os 5%", avalia.

21 novembro 2006

VALDEBRAN CAI EM CONTRADIÇÃO NA CPI

por Lúcio Lambranho, Congresso em Foco


O empresário Valdebran Padilha, um dos principais acusados de envolvimento no escândalo do dossiê Vedoin, insistiu durante toda a primeira hora do depoimento na CPI dos Sanguessugas que sua participação no episódio tinha acontecido pela amizade de dez anos com o empresário e operador da máfia das ambulâncias, Luiz Antônio Vedoin. Mas sua versão não conveceu os integrantes da comissão e o empresário caiu em contradição ao ser confrontado com seu depoimento na Polícia Federal.
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Padilha repetia a cada questionamento que não tinha nenhum interesse na negociação e que sabia que estava acontecendo, mas não "intervia em nenhum momento". "Quando eles estavam nessa conversa [dinheiro] eu me afastava", disse ao ser questionado pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que assumiu o lugar de relator devido à ausência do senador Amir Lando (PMDB-RO).
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Segundo Padilha, sua função era saber se os petistas que também faziam parte da negociação iriam entregar o dinheiro. "Havia uma desconfiança de ambas as partes. Se um ia entregar o dinheiro e se o outro iria passar a informação", afirmou.
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A versão de Padilha começou a cair em descrédito quando o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jugmann (PPS-PE), leu parte do último depoimento dado pelo empresário, no dia 3 de outubro, na Polícia Federal, em Cuiabá. Segundo o texto, Padilha dizia que conhecia Luiz Antônio Vedoin há seis anos e que não tinha nenhuma relação de amizade e comercial com o operador do esquema das ambulâncias. "Não caiu versão nenhuma, se são 4 ou 6 anos é irrelevante. Amizade é relativa e eu não freqüentava a casa dele (Vedoin)", retrucou o depoente.
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O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) questionou Valdebran sobre as suas relações comerciais com a família Vedoin. "Não tem relação comercial, mas pegava dinheiro emprestado?", perguntou Redecker. No início do depoimento, o empresário negou que tenha entrado na negociação porque devia dinheiro para os Vedoin, mas confirmou que tinha feito empréstimos com os donos da Planam antes de 2002.
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"O pouco que houve foi cumprido e honrado e talvez por isso eles tenham me chamado para acompanhar o acordo", declarou Padilha. O empresário, que por 35 votos a favor e nenhum contra foi retirado do diretório regional do PT em Mato Grosso na última sexta-feira (17), ainda tenta sustentar a sua versão de que atendeu os Vedoin porque eles estavam "passando por problemas financeiros e de saúde na família".
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O empresário disse que os Vedoin, Expedido Veloso e Gedimar Passos garantiam que toda a negociação estava registrada na Justiça Federal e por isso ele aceitou acompanhar a negociação do dossiê.
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Os “aloprados”
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Valdebran também desmentiu as versões dos petistas Expedito Veloso, Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda, todos acusados de envolvimento na compra do dossiê contra políticos tucanos.
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O empresário disse ter conversado várias vezes com Veloso sobre o preço final para venda das informações, que no início das negociações começaram no patamar de R$ 20 milhões por exigência da família Vedoin e acabaram sendo fechados por R$ 2 milhões.
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Expedito Veloso, ex-diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil e integrante da campanha de Lula, negou que ter negociado valores mesmo admitindo que estava na busca do dossiê comprometendo os candidatos do PSDB, especialmente o candidato ao governo de São Paulo, José Serra. "Vai falar com eles [a família Vedoin]", disse ter dito Padilha quando a Veloso reclamou do preço alto no início das conversas com os operadores da máfia das ambulâncias.
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Valdebran Padilha também revelou ter falado por telefone com Jorge Lorenzetti antes de ser preso no dia 15 de setembro, em um hotel em São Paulo, junto com Gedimar Passos, outro integrante da campanha do presidente Lula. Segundo Padilha, a conversa foi feita por meio do telefone celular de Passos um dia antes da prisão, 14 de setembro.
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Do outro lado da linha, Lorenzetti, conhecido como o churrasqueiro preferido do presidente Lula, teria dito para o empresário que parte da negociação já estava concluída, considerando que Luiz Antônio e Darci Vedoin já estavam concedendo entrevista exclusiva à revista Istoé. Padilha disse que o R$ 1 milhão, entregue para ele por Gedimar Passos, serviu apenas para garantir a entrevista. As informações incluíram, pela primeira vez, o empresário Abel Pereira no caso e suas relações com o ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB). Lorenzetti, assim como Veloso, negaram ter mencionado valores nas negociações com os Vedoin.
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Para fechar o acordo e receber o dossiê, os "aloprados", deveriam entregar mais R$ 1 milhão para Valdebran Padilha. O dinheiro, segundo o empresário, chegou na pasta carregada por Hamilton Lacerda, então assessor do senador Aloísio Mercadante (PT-SP). Caso a segunda parte do acordo fosse frustrada, disse Padilha, Expedito Veloso acionaria um "plano B".
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A alternativa, segundo a versão do empresário, era entregar à imprensa, sem nenhum pagamento, anotações feitas por Veloso durante as conversas com a família Vedoin. Valdebran Padilha também confirmou, como já tinha feito em depoimento à Polífica Federal, que a pasta recebida por ele com os dólares era igual a carregada por Lacerda e filmada pelo circuito interno de TV do hotel onde ele foi preso junto com Gedimar Passos.

18 novembro 2006

Lula chama PDT e PV para compor a sua 'coalizão'

Lula deseja integrar os oposicionistas PDT e PV ao consórcio partidário que dará suporte ao seu governo no segundo mandato. Como primeiro gesto de aproximação, ele decidiu convidar a direção das duas legendas para conversar no Planalto.
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O presidente do PDT, Carlos Lupi, já foi contatado. Recebeu nesta sexta um telefonema do ministro Tarso Genro (Relações Institucionais). O ministro deixou claro que falava em nome de Lula. Explicou que o presidente costura uma “coalizão partidária de centro-esquerda” e gostaria de contar com a “colaboração” do PDT.
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Lupi mostrou-se aberto à conversa. Informou ao ministro que levará ao Planalto outros membros da direção do partido. Genro disse que discaria na próxima segunda-feira para confirmar a data do encontro com Lula. Em princípio, disse o ministro, será entre 27 e 28 deste mês.
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Tarso Genro telefonou também para o presidente do PV, José Luiz Pena. No Planalto, informa-se que, a exemplo de Lupi, Pena também topou encontrar-se com Lula para discutir a “coalizão.” O blog ainda não conseguiu ouvir o presidente do PV.
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No caso do PDT, a julgar pelo que disse o presidente da legenda ao blog, a hipótese de que venha a integrar a coalizão de Lula não é desprezível. “Não vejo como algo improvável”, disse Carlos Lupi. “É um segundo mandato, um outro momento. O presidente Lula foi legitimado por 60% dos votos do povo brasileiro. Não podemos querer ser donos da verdade, saber mais que o povo.”
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Lupi afirma que, entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial, Lula assinou um documento comprometendo-se com pontos da plataforma do PDT. Por exemplo: não eliminar direitos trabalhistas, não privatizar mais nenhuma empresa pública e introduzir paulatinamente no país a escola de tempo integral. “Se esse compromisso for para valer, fica mais fácil de o entendimento caminhar.”
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E quanto à possibilidade de o PDT ocupar cargos no governo? “Vai depender muito mais do que o presidente Lula vai nos propor. Ao vitorioso compete as iniciativas. A gente não está discutindo se o partido vai ter este ou aquele lugar. Queremos saber qual é a área que o presidente gostaria de ter como contribuição e o partido verá com responsabilidade. Não será definido nessa reunião. Nós sempre debatemos isso internamente ainda de tomar qualquer deliberação.”
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O PDT participou da eleição presidencial com a candidatura do senador Cristovam Buarque (DF). Ficou em quarto lugar, atrás de Heloisa Helena (AL), do PSOL. Cristovam foi, ao longo de toda a campanha, um crítico feroz da gestão Lula.
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O presidenciável do PDT malhou o mensalão e na reta final, depois da explosão do dossiêgate, insinuou que o eleitor de Lula poderia estar votando, em verdade, no vice-presidente José Alencar. Cristovam pichou também o formato do Bolsa Família. O programa carece, segundo ele, de condicionalidades educacionais. No segundo turno, o senador, que é ex-ministro da Educação de Lula, votou no tucano Geraldo Alckmin.
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Segundo Lupi, Cristovam não vai integrar a comitiva que irá ao encontro com Lula. Argumentou que p senador não integra a Executiva do partido. Daí a ausência.
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Escrito por Josias de Souza às 15h53
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O deputado Fernando Gabeira (RJ), uma das principais lideranças políticas do PV, desaprova a aproximação do partido com o governo Lula. “A visão que passa é de certo oportunismo”, disse ele ao blog. A pedido de Lula, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) telefonou para o presidente do PV, José Luiz Pena. Convidou-o para um encontro com Lula, em data a ser marcada.
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O objetivo do Planalto é inserir o PV na “coalizão” partidária que dará suporte congressual ao governo no segundo mandato de Lula. Se isso acontecer, diz Gabeira, “vou me tornar um deputado independente.” Leia abaixo a entrevista do deputado:
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- PV vai se reunir com Lula para discutir coalizão. O que acha?
Fui eleito com discurso de independência. Já fiz um pacto com os meus eleitores. Aprovo aquilo que eu achar correto. E continuo combatendo o que acho equivocado. Dentro desse quadro, não há nenhuma necessidade de se entender com o governo, a não ser caso a caso.
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- Acha que a conversa deve se limitar ao âmbito legislativo?
É lógico. Estou pronto a debater as coisas boas assim que elas apareçam. Mas foto-oportunidade não creio que seja o caso.
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- Acha que o partido vai se entender com Lula?
O PV pode ser atraído pelo governo nesse momento de lua-de-mel. Quando as coisas ficaram difíceis, o partido abandonou o governo. De certa maneira, incorporou o meu discurso de oposição. Passada a eleição, volta a lua-de-mel com o governo. A visão que passa é de um certo oportunismo.
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- A questão foi discutida na Executiva do PV?
Fizemos uma reunião anterior, para discutir a hipótese de fusão com o PSC, que foi rejeitada. Houve uma discussão sobre participar ou não do governo. Mas ela apenas se esboçou. Não foi concluída. Eu disse o que penso. O Juca Ferreira [secretário-executivo do Ministério da Cultura], que está no governo, apresentou a posição dele. E nós ficamos de continuar conversando sobre isso.
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- Na prática, o PV já não está no governo, com Gilberto Gil?
O Gil é do PV. Mas eu entendo que o acordo que houve entre ele e o governo é pessoal, não partidário. O Gil é um ministro do Lula, não do PV.
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- Objetivamente, acha que o PV vai se compor com Lula?
É uma questão delicada. O apelo do governo tem muita força. O que posso dizer é que eu continuarei no meu caminho.
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- Acha que será voto vencido na Executiva?
Se o partido escolher essa trajetória, vai ter que ser responsável por ela. Eu continuarei fazendo o meu trabalho. Vou me basear no que entendendo ser o programa e o caminho do PV e vou continuar me expressando com toda liberdade.
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- Pode ter de mudar de partido novamente?
Não me preocupo com nada. Nem mesmo em ter ou não legenda. Voltei ao PV porque, num dado momento, o partido tinha que ter seis deputados e faltava um. Posso continuar como deputado independente, defendendo o que considero ser o programa do PV.
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Sai ou não sai do partido?
Não vou sair do partido. Vou me tornar um deputado independente. independente. Vou atuar independentemente do partido.
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- O PV vai sair do Gabeira?
É isso (risos).

14 novembro 2006

REFLEXÕES PARA A REFORMA POLÍTICA

Por Percival Puggina
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Zero Hora
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Nosso modelo de democracia é um sumário de contradições e, como conseqüência, tem extrema dificuldade de produzir bons governos. As qualidades que se requerem para fazer dezenas de milhões de votos, por exemplo, guardam nenhuma relação com as virtudes indispensáveis ao bom exercício do poder. Grande massa de eleitores não é seduzível pela verdade. A verdade liberta, sim, mas é uma libertação que vem acompanhada das dores do parto. É mais fácil ser presidente mentindo um pouco e prometendo bastante do que dizendo a verdade e enumerando problemas e soluções amargas. É mais fácil ser presidente atacando o adversário do que expondo com clareza as dificuldades nacionais.
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"Lula é assim como a gente”, disse-me alguém. Essa pessoa votou no presidente, a exemplo de boa parte do eleitorado que lhe deu a vitória, por uma questão de identificação. “É como se fosse um de nós” talvez seja a expressão que melhor caracteriza a relação do eleitor não ideológico com o presidente reeleito. Ora, pessoas assim como eu são pessoas para serem amigas, para tomar um chopinho ou confraternizar num churrasco. Já para exercer o governo do país, sem dúvida o mais complexo e responsável dos encargos, que requer competência, sólida formação moral, capacidade de organização e supervisão, sensibilidade, discernimento, visão de história e de futuro, eu quero um estadista. Virtudes como as que enumerei não se constroem através do marketing nem são compradas em farmácia.
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Se examinarmos o perfil dos governantes que vêm sendo eleitos na América Latina, veremos que o populismo chegou para ficar. É um fenômeno tão evidente que a esquerda percebeu ser mais fácil ascender ao poder pelo voto, lendo Gramsci e fazendo pesquisas de opinião, do que pela via revolucionária. É simpático e não dói. E o populismo é rude, tosco, semi-alfabetizado. Houve aplausos – lembram? – quando nosso presidente proclamou que ler uma revista em inglês é ser colonizado.
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Quando se compara o IDH dos países com os respectivos indicadores de boa governança, abertura econômica, educação do povo, liberdade de imprensa e PIB per capita, saltam aos olhos três coisas: 1ª) os indicadores mais favoráveis andam sempre juntos; 2ª) nações como o Brasil e seus parceiros na América Latina ocupam o segmento inferior de todas as listas; e 3ª) à exceção dos Estados Unidos, os melhores indicadores correspondem a países que não escolhem seus governantes segundo o modelo latino-americano de democracia, cada vez mais favorável ao populismo e à esquerda. Mas é bom saber: esquerdistas e populistas não detêm o monopólio dos bons sentimentos e quem de ambos discorda o faz por divergir dos métodos e não por desprezo à solidariedade e à justiça.

EDUARDO JORGE - VÍTIMAS DO PETISMO SELVAGEM

Jornal O Globo tem de indenizar Eduardo Jorge em R$ 230 mil
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Lilian Matsuura, Consultor Jurídico
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O jornal O Globo foi condenado a pagar R$ 230 mil de indenização por danos morais a Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral do governo Fernando Henrique Cardoso. Além da indenização, o diário teve de publicar a íntegra da sentença, que ocupou uma página inteira do primeiro caderno na edição desta segunda-feira (13/11). Para decidir, o juiz Fabrício Fontoura Bezerra, da 10ª Vara Cível de Brasília, se baseou nas notícias publicadas pelo jornal de 2000 a 2003.
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As notícias acusavam Eduardo Jorge de atuar em parceria com o juiz Nicolau dos Santos Neto para superfaturar a construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. O juiz foi condenado por desviar mais de R$ 160 milhões das obras.
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Na ação, Eduardo Jorge sustenta que todas as reportagens publicadas tinham informações falas. Prova disso, segundo ele, é o fato de que nenhuma das suspeitas foi comprovada durante os cinco anos de investigações feitas pelo Ministério Público Federal, pela Receita Federal, pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal e pela Corregedoria-Geral da União.
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Eduardo Jorge também argumentou que o prazo decadencial de cinco anos para entrar com ação de improbidade administrativa já estava ultrapassado. Ele pedia indenização de R$ 1,8 milhão pelos danos que, afirma, afetaram a sua reputação, credibilidade profissional e vida pessoal.
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Para o juiz Fontoura Bezerra, ficou constatado que as notícias publicadas pelo Globo foram todas baseadas em informações falsas e distorcidas. “Ora, quando se afirma que a pessoa é acusada formalmente pelo desvio de dinheiro, sem que nada se prove, não é crível que acredite na tese de liberdade de informação”, concluiu.
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Em sua decisão, o juiz ressaltou que a liberdade de imprensa, conforme prevista no inciso IX artigo 5º da Constituição Federal, deve sempre ser respeitada. Ao mesmo tempo, lembrou que o inciso X garante proteção à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. Caso contrário, o ofendido tem direito a indenização por dano moral ou material.
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“Não se nega, como dito alhures, o direito da ré em publicar fatos investigatórios, depoimentos colhidos em processos criminais ou mesmo em processo político, como é uma CPI. O que não se pode admitir é o juízo de valor, acusações levianas extraídas de fontes sigilosas e sem nenhuma comprovação. Assim fazendo assumiu a ré os encargos de sua conduta culposa e dolosa”, concluiu o juiz.
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Para condenar o diário, o juiz invocou o artigo 49 da Lei de Imprensa. O dispositivo prevê que quem viola direito ou causa prejuízo a alguém, com dolo ou culpa, fica obrigado a reparar por danos morais ou materiais. Para o juiz, o jornal não fez nada para minimizar sua culpa, “ao contrário, tentou imputar a terceiros a culpa pelo ocorrido, no que entendo incabível, apesar de reconhecer a publicação por parte de uma da jornalista Tereza Cruvinel acerca de seus erros acerca do autor”.

13 novembro 2006

SE É PARA ACERTAR AS CONTAS...

Por Percival Puggina
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Meu interlocutor era um jovem revoltado. Havia comprado a peso de ouro, numa universidade particular, a velha conversa fiada do esquerdismo acadêmico sobre o Brasil dos índios, a dívida histórica e a ilegitimidade de toda propriedade aqui escriturada depois de 1500. “Não só aqui, disse eu, mas em toda a América do Sul, na América Central, no Caribe e na América do Norte, não é mesmo?”. O rapaz ficou meio surpreso com essa rápida expansão do revisionismo que propunha, mas deve ter pensado em ianques e em Bush e concordou: “Sim, em toda a América”. Olhei-o e continuei: “E não só na América, meu caro. Também na Austrália, na Nova Zelândia, nas Filipinas, na Oceania, em boa parte da África”.
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O moço já não evidenciava tanta firmeza em seu desejo de passar a limpo a história universal. Fui em frente: “Aqui no Brasil, tua tese desencadeia, aliás, outras pendências. Lembra-te de que quando os portugueses chegaram, estava em curso uma já milenar disputa pela posse da faixa costeira, onde os alimentos eram mais abundantes. Há muitos acertos a fazer, como, por exemplo, os que envolvem os papanás, os tupinambás, os tupiniquins, os aimorés e os goitacás. Sendo que eu, pessoalmente, vejo com bons olhos os direitos dos papanás. E tudo isso sem esquecer que quando a família tupi-guarani começou sua expansão na região, coisa de uns dois ou três mil anos atrás, ela se fez contra os cocamas e os onaguas. Realmente, meu jovem, há muita injustiça histórica a ser corrigida aqui na nossa volta”.
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Nesse ponto fui interrompido. “O senhor não está indo longe demais?” Claro que eu não estava indo longe demais. Para ir bem longe, mesmo, esclareci, teríamos que dirimir em definitivo uma dúvida sobre se os primeiros humanos na América foram, de fato, os asiáticos que entraram pelo estreito de Behring, ou os aborígenas da Austrália ou da Polinésia chegados pela Terra do Fogo.
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Por que estou relatando este diálogo? Porque volta e meia nos encontramos com arrazoados como os que lhe deram origem, sempre sob motivação ideológica, navegando na maionese do paraíso perdido. É uma conversa anacrônica, que fantasia sobre o estado de natureza e sobre um mundo sem disputas por espaços, perdido e destruído pela invasão branca. Aliás, se os califados da Península Ibérica entre os séculos VIII e XV se houvessem consolidado, talvez estivéssemos falando sobre as Grandes Navegações Árabes e a conseqüente invasão moura da América...
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De fato, se for para acertar contas, dificilmente algum assentamento humano ficará onde hoje se encontra e teríamos que voltar às origens da Criação, talvez pendurando Caim num galho de oliveira.

12 novembro 2006

O Holocausto Que Clodo Não Vil....

Artista é uma coisa. Deputado federal é outra. Se no meio artístico, falar mentira, ser preconceituoso, pega mal (e obviamente dá cadeia), no comando da nação, a situação só se agrava.
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Um político para discursar, debater, expor, precisa ter dados concretos na mão. Quais seriam estas estatísticas então, nas quais, Clodovil, o o quarto deputado com maior número de votos em São Paulo se baseou para afirmar que o Holocausto é uma farsa, bem como a explosão do World Trade Center foi armada por judeus e americanos?
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Para completar, onde esta sua responsabilidade, como legislador da nação para chamar um negro americano de "criolo, no sentido perjorativo da palavra"?
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Pois tudo isso fez parte da entrevista do costureiro para a rádio Tupi do Rio de Janeiro, que agora lhe rende processos e ameaça de cassação de mandato.
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Seria importante para nós leitores do De Olho Na Mídia, que devemos ser muito ignorantes sobre os assuntos que rondam os "bastidores" da história, saber com base em que fonte o "erudito" Clodovil sustenta sua argumentação de que não morreram judeus e americanos no World Trade Center e de que o Holocausto é uma farsa?
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Só para tocar no primeiro ponto de leve, como ele explica que por diversas vezes Osama Bin Laden, o próprio, assumiu a autoria dos atentados, e qual a explicação que ele sugeriria para este dilema:
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Como seria possivel o Mossad, CIA, etc. comunicarem os 2 milhões de judeus de NYC para que todos ficassem sabendo dos ataques sem mais NINGUÉM saber de nada sobre o complô ???
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É lamentável que o quarto representante mais votado dos paulistas na Câmara dos Deputados, seja tão ignorante e tão despreparado para exercer o cargo que está assumindo. Ao tentar ser polêmico, Clodovil, só mostrou mesmo foi sua falta de instrução, e de caráter. Afinal, nada justifica o preconceito.
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Ainda mais vergonhoso, é o fato de que "Clodô", que é homossexual assumido, e portanto, parte de uma minoria perseguida, agredir outras etnias da forma que fez. Porque será que ao abordar o Holocausto, ele não se referiu as vítimas homossexuais? Elas também não participaram da farsa? Não morreram homossexuais no Holocausto? Clodovil não teria sido assassinado se lá estivesse?
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Curiosamente, em outra de suas insinuações racistas, Clodovil afirmou no ano passado, que gostaria de ter "nascido na Alemanha, e ser da raça superior" Ver Aqui: http://deolhonamidia.org.br/Noticias/mostraNoticia.asp?tID=21
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Clodovil acabou sendo surpreendido por uma interpelação judicial por conta da entrevista, impetrada pelo presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Osias Wurman, e pelo seu colega de Câmara, o deputado federal, Walter Feldman.
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Não é a primeira vez que ele tem que responder um processo por racismo. Em 2004, o estilista perdeu uma ação movida pela então vereadora de SP, Claudete Alves da Silva, por tê-la chamada de "macaca de tailleur".
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Em sua primeira tentativa de se defender, Clodovil afirmou que tudo era um grande complô que estava sendo realizado contra ele, por pessoas que queriam aparecer e que tinham inveja dele ( se referindo ao deputado Walter Feldman), e afirmou que só prestava "contas a D-us". Ainda disse que Walter Feldman faria melhor se rezasse pela paz, "nesta guerra entre muçulmanos e judeus".
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Após muitas indas e vindas, e vendo o processo caminhar em frente, Clodovil decidiu se retratar na mesma rádio Tupi, onde fez as declarações originais. Ele diz que foi "incompreendido" e que as pessoas não souberam analisar direito o "teor" de suas declarações..
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Sinceramente, caros leitores: Existe o que a gente possa não ter compreendido disto tudo? Será que Clodovil fala uma linguagem tão ininteligivel assim? Será que somos nós os ignorantes?
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Ou será que o medo de perder um novo processo o fez recuar? Será que ele mesmo em sua retratação não teve coragem de ir a fundo em seus erros e assumir a besteira que falou? SErá que ele consegue explicar o inexplicável?

CARTA A DONA MARISA

Por Danuza Leão
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D. MARISA, a senhora deve estar muito feliz; seu marido ganhou as eleições, e será presidente por mais quatro anos. Parabéns.
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Imagino que quando ele foi eleito pela primeira vez, deve ter sido difícil para a senhora; seria para qualquer mulher. Se habituar a uma nova vida, ter que fazer coisas em que nunca pensou; por outro lado, não poder mais fazer um monte de coisas às quais estava habituada, ter que obedecer ao protocolo, andar cercada por seguranças, não poder entrar num shopping a senhora deve ser louca por um shopping, não?- e tendo que ter uma vida privada quase secreta, já que a imprensa está sempre de olho.
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De olho para falar da cor do esmalte de suas unhas, do penteado, do botox que botou -ou não-, e correndo sempre o risco de alguém de sua intimidade ser indiscreta e contar o que a senhora come no café da manhã, se faz dieta, se fuma, enfim, todas essas coisas que qualquer mulher tem liberdade para fazer, menos a primeira-dama.
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Devem ter sido quatro anos difíceis, mas já passaram.
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Agora a senhora tem mais quatro pela frente; quais são seus planos?
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Não seria hora de fazer alguma coisa além de ficar sentada naquela cadeirinha, nas cerimônias oficiais, enquanto seu marido discursa? Ah, d. Marisa, esse país é cheio de problemas, e a senhora poderia ajudar em alguma coisa. Já existe o Bolsa Família e o Fome Zero, mas ainda há muita coisa a ser feita.
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Não digo que a senhora seja a mulher mais poderosa do país, mas é casada com o homem mais poderoso, por isso pode decidir fazer o que quiser, e terá toda a ajuda de que precisar.
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Ajuda financeira, e ajuda de centenas de mulheres que adorariam colaborar com qualquer coisa que a senhora inventasse fazer.
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Capacidade a senhora tem: não me esqueço de um programa de televisão onde a vi fazendo sanduíches para vender nas assembléias de metalúrgicos, anos antes de sonhar onde iria chegar.
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Esse tipo de coisa a senhora não precisa mais fazer, mas existem outras que não seriam nenhum sacrifício, e que poderiam fazê-la até muito feliz por estar ajudando o governo de seu marido. Porque botar uma camiseta, sorrir e aplaudir, convenhamos, é muito pouco.
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Fazer o quê? Não falta quem lhe diga. Seu marido tem um monte de assessores, todos prontos para ter 50 idéias geniais para que a senhora faça alguma coisa que melhore a vida de quem precisa. A senhora é forte, decidida, e não tem sentido passar mais quatro anos trocando de terninho para acompanhar o presidente nas viagens, sorrindo para os fotógrafos, não dizer nada sobre assunto algum, e não fazer rigorosamente nada.
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Não que a senhora tenha obrigação, mas seria bacana termos uma primeira-dama engajada em algum projeto social, fosse ele qual fosse.
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Mas se a senhora quiser continuar a viver a vidinha que vive há quatro anos, poderia pelo menos - pela imagem, d. Marisa, pela imagem - visitar às vezes um hospital público (sem avisar, para ver a fila na porta), uma creche, uma escola, para mostrar que se interessa pelos mais necessitados, e que seus próximos quatro anos não serão mais apenas umas férias passadas entre o Alvorada e a Granja do Torto, além de viajar pelo mundo no seu luxuoso jatinho. Pense nisso, d. Marisa. Pegaria muito bem.
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